17. Especial - Leandro (2/2)

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─ Você tem certeza disso? ─ Termino de limpar a tinta de sua pele. ─ E o que quer fazer lá? Minha casa é pequena, não tem nada de interessante e o lugar é perigoso.

─ Eu sei, já estive lá. ─ Ela se vira para mim novamente. ─ E eu não ligo para isso, é só uma noite, afinal. Tem algum problema?

─ Não, só achei estranho você vir me pedir isso assim do nada.

─ Eu imagino que seja. ─ Ela encara o chão. ─ É que... bem, eu me sinto sozinha naquela casa enorme, sabe?

─ Queria eu me sentir sozinho morando em uma mansão. ─ Começo a rir e ela revira os olhos. Ela fica tão linda quando faz essa cara.

─ Minha casa não é uma mansão, só é um pouco grande, tá? E não é tão legal morar em um lugar assim quando você vive sozinho. ─ Ela responde. ─ Então... eu posso?

─ Er... bem, e-eu não sei... ─ Pare de gaguejar, idiota! ─ Lá é muito perigoso...

─ Tudo bem, não tem problemas se não der. ─ Ela olha para baixo novamente, decepcionada.

Que droga, Rita! Não consigo dizer não para esse olhar...

─ Está bem, vamos lá comigo... ─ Reviro os olhos, ela se anima novamente. O que eu não faço por esse sorriso?

─ É sério? Não acredito, mal posso esperar por...

─ Mas seus pais sabem que você vai passar a noite fora, né? ─ Corto-a.

─ Eles nunca estão nem aí para mim, então não faz diferença se eu estiver em casa ou não. ─ Ela responde indiferente.

─ Você tem certeza disso?

─ Tenho. ─ Ela acena. ─ Por eles eu nem existiria.

─ Você diz. ─ Dou de ombros. ─ Mas se o FBI aparecer por lá atrás de você eu te entrego na hora.

─ Está bem. ─ Ela ri. ─ Pode me entregar.

─ Vamos logo então, ainda tenho que fechar isso aqui.

─ Certo! ─ Rita então se levanta, e antes que eu possa dizer mais algo ela corre até a frente da loja novamente, sigo-a e a vejo pegando uma mochila de trás de um dos sofás da sala de espera.

─ Desde quando você tinha planejado tudo isso? ─ Pergunto surpreso.

─ Hoje à tarde. ─ Ela coloca a mochila nas costas e sorri vitoriosa. ─ Pedi para o Victor não dizer nada a você.

─ Agora tudo faz sentido. ─ Encaro-a.

Termino de fechar o estúdio e vou até a garagem pegar a moto, Rita vem animada atrás de mim. Fico feliz em saber que ela gosta tanto de passar o tempo comigo, mesmo que esse seu pedido de passar a noite em minha casa tenha me pego de surpresa.

─ Sabe... ─ Ela começa, encostando-se em minha moto. ─ Eu jurava que você não fosse concordar em deixar eu passar a noite na sua casa, foi muito do nada, né? Eu devia ter avisado antes mesmo...

─ Isso é o de menos. ─ Me aproximo. ─ Você pode ir lá quando quiser, eu só fico preocupado porque lá é muito perigoso, entende?

─ Eu não me importo com isso. ─ Ela responde. ─ Mas acho fofo você se preocupar comigo, de qualquer forma.

─ É lógico que me preocupo, idiota. Como acha que eu me sentiria se acontecesse alguma coisa com você? ─ Minha nossa, eu disse isso mesmo? ─ Você deve gostar muito de mim para ir até aquele lugar horrível comigo.

O TatuadorOnde histórias criam vida. Descubra agora