Capítulo Quatro: Quem será o próximo?

8 0 0
                                    


Ed não ouviu - nem quis ouvir - mais nada. Tudo que ouviu du-rante os três minutos seguintes foi o barulho que suas botas brancas fazi-am ao quicar no asfalto enquanto ele corria rapidamente pelo caminho de volta até a sua casa. Não era nada longe dali mas deu tempo de Ed se questionar sobre várias coisas que ele vira naquela noite. Pensou então; "primeiro: Dênis havia sumido ou levado por alguém? Quem o levara? Segundo: os pais de Bruno também estavam com os Soares chorando. Então, o Bruno também estava desaparecido certo? Será então que quem eu vi fantasiado de extraterrestre não era o Bruno? E quem sabe o fantasiado foi quem levou ele e Dênis! Mas por que não me levou tam-bém? E Mike? Bom, infelizmente preciso falar com Mike. Ele com certeza deve saber de mais coisa. "
Era tanta coisa que Ed não conseguia entender que o turbilhão de ideais e hipóteses que passara por sua mente naquela hora não lhe deixou perceber que já havia ultrapassado de sua casa a uns quinze metros de distância. Teve que voltar, e por algum motivo que ele não sabia - talvez por medo - ele correu ainda mais rápido. Entrou tão nervoso pela porta da sala que a mãe dele que estava na cozinha, percebeu a movimentação e indagou quase que gritando.
- Ed, é você filho? - Ed levou alguns segundos para perceber de onde a voz da mãe estava vindo. Só então correu para a cozinha onde a mãe es-tava sentada de frente a vários papeis e contas em cima da mesa. - Ed meu amor, você já voltou? Ainda são 19:30 - disse a mãe de Ed tentando disfarçar as lagrimas.
- Mãe, você estava chorando? - Perguntou Ed, pensando que a mãe já sabia da história dos desaparecimentos.
- Ãh, não Eduardo! Eu só estou... bem, calculando as contas do mês, co-mo você pode ver. - mais ela estava sim, claramente chorando. Pelo me-nos antes do Ed chegar ela devia ter chorado muito. E não era só por cau-sa das contas do mês que ela tinha que pagar sozinha. Ainda tentando dis-farçar o choro, Edna mudou de assunto.
- Mas me diga, por que você já está em casa a essa hora e por que parece tão nervoso?
- Mãe, os Soares estão vindo aqui e me disseram para que nós ficássemos em casa lhes esperando.
- Eduardo Correia, o que você aprontou agora? Ou melhor, em qual en-crenca Mike lhe pôs dessa vez?
- Não mãe, O Mike não fez nada. Ele está bem aliás. É o Dênis... - disse Ed já parecendo com mais medo e tomando conta de que a situação era realmente séria. - E o Bruno. Os Soares estão vindo aqui e irão lhes con-tar tudo.
- Eduardo, o que você e o Mike fizeram com Dênis e Bruno hém? - Si-lencio - Ok, vou ligar agora para casa dos Soares e saber tin tin por tin tin o que está havendo.
Enquanto Edna discava no telefone fixo que ficava na mesma pare-de da porta de entrada da cozinha, Ed lembrou que a mãe estava choran-do, e já que não era por causa do que estava acontecendo, afinal ela nem estava sabendo, resolveu perguntar de novo.
- Mãe, por que a senhora estava chorando? E não adianta dizer que não estava por que eu sei que estava. Da para perceber nos seus olhos verme-lhos. - Como a mãe não lhe respondera nada, Ed completou. - Era por causa do papai?
Edna balançando a cabeça respondera que não, mas a lagrima que escorria em seu rosto dizia o contrário. Por sorte, não teve tempo de ex-plicar o porquê do choro, já que alguém atendera o telefone, mas não pa-recia ser nenhum dos Soares.

O quinto elemento Where stories live. Discover now