Capítulo Nove: "Eu vou com eles, com os ET's."

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Ed tentou ao máximo disfarçar o pavor que lhe invadiu os pensamentos e o fez acreditar na louca hipótese de haver entre eles, seres de outro planeta. É mais, raptando - ou seria abduzindo - as crianças do bairro.
Vendo a perplexidade do amigo, e incomodado combo silêncio que se seguiu por quase um minuto e meio, Mike retomou a conversa.
- Ed, você conhece ele
- Não, é só que... é estranho porque o Bruno ia se fantasiar de extraterrestre, mas definitivamente aquele não era ele - Ed parecia ainda processando tudo em sua mente. Completou. - E se quem quer que fosse que estava com aquela fantasia foi quem levou os três.

- Com certeza o Álvaro sabe de muita coisa. No Laboratório Millenniun eles fazem várias experiências com animais para testar seus produtos, e quando dão errado os coitados dos bichos podem até morrerem ou ficar com defeito tipo o peixe pássaro que eu vi no começo do ano que eu ape-lidei de peixáss...
- Mike, e o que isso tem a ver? - Perguntou Ed incrédulo - Por que eles teriam interesse em pegar crianças? E quanto a história dos extraterres-tres?
- Bom, esse é meu segundo palpite e... talvez o pessoal do Millenniun agora esteja fazendo experiências em humanos e fazem com crianças por que são mais fáceis de capturarem.
- Sério Mike? - Ed tentou recobrar a sanidade da conversa - Okay, vamos do começo está bem? O que você viu na hora em que o Dênis foi levado?
- Nada! - Mike se esforçou para lembrar - De repente estava tudo tão claro que eu não pude ver quando o Dênis sumiu. Só que foi bem rápido, ele ficou conversando com outro menino enquanto eu amarrava o cadar-ço do meu tênis e de uma hora para outra os dois.... Espera, só agora que lembrei o menino que estava conversando com ele também deve ter sido levado, pois não o vi depois que o Dênis sumiu.
- Só que isso é impossível, mais ninguém reclamou de ter tido o filho le-vado além dos Antunes e Soares e os pais do Luiz. Você não viu quem era o outro menino?
- Não eu nem falei com ele. Eu estava um pouco afastado, uns três me-tros mais ou menos, e o Dênis ficou brincando com a lanterna dele e foi aí que tudo ficou tão claro que quando eu consegui enxergar eles já tinham sumido.
- Como assim lanterna? - Ed sentiu um calafrio lhe subir pela espinha com medo do que Mike responderia - Mike, do que esse menino estava vestido?
- Ed ele estava com uma fantasia incrivelmente real, cara com certeza ele pagou caríssimo por aquela fan...
- Fala Mike - ordenou Ed impaciente - Do que ele estava vestido?
- De extraterrestre! 
Capítulo nove: "Eu vou com eles, com os ETs. "
- Claro, um extraterrestre!
- Mike, porque para você tudo tem que ter a ver com ETs? - Mike pare-cia não dar ouvidos. Ed continuou - Pode ser uma pessoa fantasiada aproveitando que não pode ser vista para levar crianças.
- Ok, só que você está esquecendo que quem quer que fosse - disse Mike zombando - que estava com a fantasia, tinha mais ou menos a nossa altura. Logo devia ser uma criança, mas como que uma criança teria força para raptar três outras crianças do seu mesmo tamanho? Não era uma criança Ed, era um...
- Anão! - Disse Ed constrangido, até ele mesmo achou sem noção sua hipótese inesperada.
- ETs Eduardo está bom, E-Ts - Mike parecia convencido sobre isso e queria que Ed também acreditasse até o chamou pelo nome correto para parecer mais sério - Para que raios você acha que anões se interessariam em raptar crianças?
- Se acredita tanto nisso então fala você o motivo de ET's quererem cri-anças?
- Isso eu ainda não sei, mas vou descobrir!
- Posso saber como?
- Eu vou com eles - Ed não entendera o que ele quis dizer com isso, então Mike tentou explicar - quando eles vierem pegar outro garoto, eu me ofereço, ou sigo eles até entrar na nave ou seja lá para onde eles estão indo, mas eu vou!
- Mike isso é loucura, e mais, você acha mesmo que eles ainda irão pegar mais crianças?
- É claro Ed pensa um pouco, eles vieram na rua doze e pegaram o Dênis, na oito pegaram o Bruno e na seis o chato do Luiz. Nós só precisamos saber em qual rua eles irão na próxima vez. Então eu vou com eles e quando estiver dentro da... bom vamos chamar de nave ok? Quando eu estiver lá dentro eu procuro o Bruno e o Dênis e tento traze-los de volta, menos o Luiz claro. Você pode até me ajudar.
Ed tentava processar toda aquela tempestade de suposições e já estava até acreditando em muitas delas. Para domar o medo que crescia cada vez mais rápido ele tentou raciocinar qual seria a próxima parada dos raptores - ainda não se sentia bem com a ideia de ETs.
- Digamos que tudo isso seja verdade - Ed tentou soar cético - a gente precisa notar que eles foram nas ruas doze, oito e seis. Talvez eles podem até terem ido na dez pegar você, mas você já não estava mais lá.
- Faz sentido.
- Sendo assim, tenho certeza que eles estão indo nas ruas de número par e levando só as crianças da nossa idade, afinal Bruno, Denis e Luiz são da mesma classe na escola. E você também mais como eu disse, você não estava lá na hora que eles foram te pegar.
- Porquê você acha que eles só vão nas ruas de números pares e não nas ímpares? - Perguntou Mike.
- Essa é a parte interessante! Quando eu estava indo me encontrar com Bruno, antes de chegar, uma pessoa com uma fantasia incrível de extraterrestre como a que você viu com Dênis, me abordou e eu pensei que fosse o Bruno, mas não, quem quer que fosse não disse nada além de soltar alguns berros estranhos e mirou nos meus olhos uma luz que tenho certeza que saia bem do meio de sua testa. Logo depois disso ele ficou meio insatisfeito e foi embora. Não conseguir ver para onde ele foi, pois, meus olhos estavam ardendo da luz que ele me jogou.
- Caramba então era o mesmo que vi com o Dênis -Mike falou com um ar de que estava certo o tempo todo - Com certeza era um deles. Um ET!
- Eu acho que ele meio que fez alguma análise minha com aquela luz que bateu em meus olhos - Ed falou sem dar atenção ao amigo exibido - ele pode ter visto o meu DNA e julgado que eu não era útil para ele. Por isso não me levou. Então ele teve a chance de me levar, mas não quis. Justamente eu que moro na sete, o único que mora numa rua de número ímpar. Essa suposição fica mais concisa quando se pensa que todos os que sumiram são de ruas pares.
- Claro!
Agora era Ed quem estava liderando as investigações. Tudo suposição, é claro. Mas era importante para ele ser o dono das ideias. Sempre fora o mais inteligente do grupo. Então continuou o raciocínio.
- Voltando ao assunto do possível próximo local que eles irão pegar outra criança, sabemos que eles foram nas ruas dose, possivelmente na dez, oito e seis. E se eles estão pegando apenas crianças das ruas com número pá, logo podemos prevê que as próximas ruas que eles irão são a quatro e dois.
- Verdade, Ed você é um gênio! - Mike estava de olhos arregalados e boquiaberto.
- E não para por aí. Lembra que eu falei que eles só estão pegando crianças da nossa idade? - Ed não quis escutar uma resposta por isso foi logo respondendo - já que na rua quatro não mora ninguém, afinal um lado dela é todo ocupado por lojas e o outro pela nossa escola, só sobra a rua dois.
- Din din din¹ - Mike brincou com o fato de o amigo está acertando tudo. Mesmo que tudo isso não passassem de especulações. - Agora adivi-nha o que vamos fazer?
- O que? - Ed perguntou mesmo sabendo qual seria a resposta.
- Vamos até lá!

1. Imitação do barulho que uma máquina caça níquel faz quando uma combinação é acertada e o jogador ganha um prêmio.
p.s.: inspirado na série Stranger Things.

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⏰ Last updated: Oct 17, 2016 ⏰

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