18 Alguns não são tão inofensivos quanto aparentam

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-Como você quer contar a verdade para ele se nem fala com ele?

-Não quero contar a verdade para ele. -Falou com indiferença.

Faltavam dois dias para o Natal e, desde que Hermione descobrira sobre o parentesco entre Olívia e Harry, vinha diariamente tentando fazer a garota se dar conta de que precisava contar a verdade para Harry o mais rápido possível.

-Olívia! Você vai contar a verdade para ele ou eu conto. -Hermione ameaçou, irritada.

Olívia riu, sabendo que ela estava blefando. Ou não.

-Você me prometeu.

-Não importa, pelo menos fale com ele, por favor.

-Hermione, não vai adiantar de nada.

-Não se você não tentar. -Disse, pondo sua mão sobre a dela. -Agora eu vou para a Sala Comunal, preciso preparar o meu malão, vou passar o Natal em casa. -Explicou e Olívia assentiu.

-Tudo bem. Tchau, Mione.

Olívia se levantou da mesa saiu, deixando o Salão Principal para trás. Hermione estava certa e ela sabia disso, sabia que devia contar, já devia ter feito isso havia muito tempo, antes de incidente com o trasgo, porque aquilo a fizera perder toda a coragem sobre aquele assunto. Mas ela iria contar, tinha que contar, Harry gostando dela ou não. Eles eram irmãos, ele tinha o direito de ao menos saber. E foi com esse pensamento que foi dormir. Na manhã em que ela e Audrey se despediram de Draco e Hermione (que estavam indo passar o feriado em casa) Olívia havia prometido para a amiga e para si mesma que iria falar com Harry.

-Ei, me espera lá fora, preciso pegar minhas luvas ou meus dedos vão congelar. -Audrey pediu a ela.

-Okay. -Disse. -Vou só ao banheiro, te vejo lá fora.

Muito inconvenientemente, o banheiro mais próximo se encontrava após a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, onde estava Quirrell, que aproveitou assim que a viu.

-P-poderia m-me ajudar com esses livros, Srta K-king?

"POR ACASO VOCÊ NÃO TEM VARINHA NÃO?"

-Claro, Professor. -Disse de má vontade.

Ela o ajudou a carregar seus materiais até a sala, que estava igual desde a última vez que esteve ali. Decidida a não demorar muito, ela se preparou para dizer "Tenho que ir, professor, Feliz Natal!".

-G-g-gostaria de um chá? -Perguntou ele, pegando uma bandeja com várias xícaras e um bule

-Não, obri... -Mas ele deu uma xícara cheia de chá a ela de qualquer jeito. Olívia inspirou fundo, tentando se prender a algum fio de paciência que tivesse dentro de si, então engoliu tudo sentindo a língua queimar pela temperatura alta do líquido.

-Tenho que ir, Professor, muito obrigada pelo chá.

Então ela se levantou e, por algum motivo, teve de se apoiar na cadeira para permanecer de pé. Olívia piscou, atônita. Tinha certeza de que, se soltasse, iria cair. A tontura tomou conta de si.

"Mas o que...?"

-Desculpe, Srta. Potter, mas a senhorita não vai a lugar algum. -Foi a última coisa que Olívia ouviu antes de apagar por completo.

OLÍVIA POTTER [1]Where stories live. Discover now