Veloz Atração • (Larry verson) •

•Capítulo 4•

It's in my blood, it's in my water
You try to tame me, tame me from the start

-Mumford & Sons,"Wilder Mind"

-Você vai falar alguma coisa ou só vai ficar encarando?-ele perguntou com as sobrancelhas erguidas.

Encarei seus profundos olhos verdes, e senti as minhas bochechas corarem. Eu provavelmente estava o encarando de boca aberta.

Inspirei fundo tentando me recompor e finalmente disse:
-Bem, estou aqui porque o seu cavalo deixou uma lembrancinha na entrada da casa da minha tia.

-Da última vez que chequei, eu não possuía um cavalo.-ele respondeu sarcasticamente.

Ele cruzou os braços musculosos e se encostou no batente da porta. Meus olhos ficaram focados neles por vários segundos. Pareciam fortes e altamente palpáveis.

Foca, Lou.

-Estou me referindo aquela criatura enorme que você chama de cão.-eu disse apontando para o cachorro preto enorme que passeava pela vizinhança.-Ele é seu, certo?-perguntei nervoso.

-Se eu dissesse que não, você sairia da entrada da minha casa?-ele perguntou com as sobrancelhas erguidas.

-Não.-eu rosnei ficando cada vez mais irritado com a sua atitude grosseira.-O seu cão fez suas necessidades na entrada da minha casa, pela terceira vez em três dias.-eu disse também cruzando os meus braços.

-E o que eu tenho haver com isso?-ele perguntou com um ar de tédio.

-Tudo!-eu exclamei começando a ficar realmente irritado.-Você é o dono dele! Faça ele fazer suas necessidades no seu jardim, não no meu!

-Infelizmente eu não posso. Ele parece gostar mais do seu jardim.-ele disse ironicamente.

-Então faça ele gostar mais do seu.-eu exclamei irritado.

Seus lábios ficaram em uma linha dura e ele disse:
-Você não venha a minha casa e me diz como cuidar do meu cachorro.-sua voz era firme e autoritária.-Agora, cai fora.- ele disse com a voz seca.

-Eu não precisaria ter que fazer isso, se você mantivesse seu cavalo longe do jardim dos outros.-eu retruquei.

Ele deu um passo à frente, se aproximando de mim. Seus olhos verdes pareciam mais escuros agora e seu rosto tinha uma expressão séria. Seu corpo estava extremamente perto do meu e como ele era mais alto que eu, eu tive que olhar para cima para encontrar seus intensos olhos.

-Eu estou me fodendo para onde o meu cachorro está cagando. Por mim ele pode cagar na sua casa inteira. Agora, eu não sou o tipo de cara que avisa duas vezes. Então, caí fora antes que eu te tire daqui a força.-seu tom era de ameaça e eu automaticamente recuei.

Eu não sabia o que fazer. A única coisa que eu sabia era que o meu cérebro tinha congelado, assim como o meu corpo.
Fiquei ali parado com o rosto próximo do seu, encarando seus olhos. Antes que eu pudesse falar ou fazer qualquer coisa, ele bateu a porta na minha cara. Fiquei lá parado encarando a porta dele por vários segundos não acreditando que ele havia me ameaçado e batido a porta na minha cara.

Babaca.

Virei as costas e sai marchando em direção a casa da minha tia.

Como ele podia ser tão mal educado e grosseiro?

-Então como foi com o vizinho?-minha tia perguntou logo em que eu entrei.

-Ele é um imbecil.-eu rosnei.

-Parece que não foi muito bem.-ela disse me encarando com as sobrancelhas erguidas.

-Não mesmo. Ele me ameaçou! -exclamei.-Ele disse que se eu não saísse da entrada da casa dele ele me tiraria a força! Acredita nisso?-eu perguntei a ela, quase aos berros.