Capítulo 7 : As bruxas lavandeiras (Portugal)

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A história de hoje é curta porém interessante

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A história de hoje é curta porém interessante. Falaremos das famosas bruxas lavandeiras, tais bruxas já inspiraram lendas populares, cantigas e poemas em Portugal.

Segundo consta nos contos populares, são mulheres das mais variadas idades, geralmente usam longos vestidos brancos e ficam à beira dos rios em Portugal lavando trouxas de roupas sujas.

O relato mais notável sobre essas bruxas está no livro de contos "Serões da província" de 1870, do autor luso Júlio Dinis (pseudônimo de João Guilherme Coelho). Segue um trecho da obra :

 Foi uma noite em que o Luís do Canha veio mais tarde da cidade, e não encontrou companhia. Era num sábado. Ao passar nos Telheiros, pareceu-lhe ouvir o barulho de lavadeiras a bater a roupa nas presas.

O rapazinho, admirado de que se lavasse àquelas horas, parou um pouco e pôs-se a olhar para baixo.

— E que viu? — perguntaram-lhe em coro umas poucas de vozes com uma inflexão em que se revelava o mais vivo interesse.

— Muitas sombras assim como fumo a correr de um lado para o outro, à roda, à roda, como folhas secas em dia de ventania. E logo umas risadas e umas vozes que chamavam por ele: — Luís! Luís! onde vais tão tarde? espera, espera, ouve um recado. — O pobre rapaz sentiu que se lhe arrepiavam os cabelos da cabeça e deitou a correr com toda a pressa que pôde.

«E aquelas risadas a persegui-lo. Ele a correr, e as vozes a chamá- lo ; depois apareceram-lhe umas sombras negras, altas como gigantes, que fugiam a esconder-se por entre as árvores, fazendo um barulho como o do vento nos pinheirais, e umas luzinhas a aparecer e a desaparecer, a aparecer e a desaparecer. Quando passou nos moinhos, viu à beira do riacho assim como um corpo morto, embrulhado em um pano branco, e a gritar: — Ai quem me acode! ai quem me acode! — E assim o seguiram e perseguiram, até que o rapazinho chegando ao pé da igreja, disse: — Valha-me Nossa Senhora do Amparo! valha-me Nossa Senhora do Amparo, minha madrinha! — Tudo então desapareceu. (Fragmento do livro Serões da província)

 Em pesquisa mais detalhada sobre tais bruxas, descobri que podem tomar a forma de patos e gansos e que andam sobre os telhados à noite com intuito de fazer barulho. Não fica claro se essas mulheres são maléficas ou benfazejas, todavia fica explicito o gosto pela perturbação e provocação.

Há também outro relato que narra a história de um homem que, encarregado de transportar um saco de farinha de seu moinho para a vila onde morava, passou por um riacho já na calada da noite.

Enquanto esse homem percorria o perímetro do riacho, escutou barulho de roupas sendo batidas e de risadas femininas; amedrontado e sozinho apertou o passo e seguiu em frente, rumo à vila. Lá chegando foi perguntado se viu alguma das bruxas que por ali ficavam na calada da noite, o homem negou dizendo que apenas ouviu os barulhos.

As pessoas da aldeia sempre perguntavam aos que chegavam se tinham visto as tais bruxas, pois era o único modo de apanhar e descobrir quem eram.

As pessoas da aldeia sempre perguntavam aos que chegavam se tinham visto as tais bruxas, pois era o único modo de apanhar e descobrir quem eram

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