Capítulo 9 : Matinta Perera (Brasil)

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Matinta Perera (ou Matinta Pereira, ou ainda Mati-Taperê)  é uma bruxa do folclore brasileiro oriunda da região Norte do país

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Matinta Perera (ou Matinta Pereira, ou ainda Mati-Taperê)  é uma bruxa do folclore brasileiro oriunda da região Norte do país.

Há duas versões amplamente difundidas para a bruxa Matinta,  conheça-as:

Primeira versão: A pedinte

Conta-se que Matinta é uma velha horrenda e bruxa, proveniente do Pará ou do Amazonas; Assim que a noite cai, Matinta transforma-se em um enorme pássaro preto e agourento e pousa sobre muros e telhados, se pondo a assobiar incessantemente até que algum morador enfurecido com o barulho lhe proponha que ela pare em troca de fumo, cachaça ou peixe.

Assim que consegue a proposta, Matinta se cala e voa para sua casa (geralmente no meio da floresta). No dia seguinte, a bruxa em sua forma humana, vai até a casa do morador para cobrar o acordo, caso o prometido seja negado uma desgraça imensa acontecerá na casa do traidor. (Há versões da história que pregam que Matinta Perera deixa um feto humano morto na casa do traidor).

Origens da Matinta e do feto:

Conta-se que há muito tempo, no Norte do Brasil, havia um linda jovem chamada Matinta Perera que estava grávida de um marido muito agressivo e ciumento. Matinta adorava fumar e beber, mas apesar dos vícios era muito boa e feliz.

Certa noite, seu marido chegou bêbado em casa e após uma agressiva discussão, o homem acabou matando a jovem e consequentemente o filho que ela carregava.

Desde então seu espírito ronda o Norte do país podendo se transformar em um pássaro agourento durante a noite.

Segunda versão: A Rasga-Mortalha

Outra versão muito popular no Nortão narra que Matinta Transforma-se em uma coruja Rasga-Mortalha logo que a noite cai e que, caso o morador cumpra com o prometido, Matinta Perera passa a ser guardiã de sua casa

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Outra versão muito popular no Nortão narra que Matinta Transforma-se em uma coruja Rasga-Mortalha logo que a noite cai e que, caso o morador cumpra com o prometido, Matinta Perera passa a ser guardiã de sua casa.

Há relatos em que Matinta não se transforma em um pássaro, mas que suas vestes lhe servem de asas possibilitando o seu voo.

Nessa versão não há uma informação concreta sobre a origem da bruxa, porém, os mais velhos contam que Matinta se esconde na floresta e espera que uma pessoa do sexo feminino passe por lá.

Quando a mulher passa, Matinta pergunta com uma voz amigável:

-Quem quer?

Se a mulher em questão responder afirmativamente (acreditando se tratar de alguma prenda ou coisa boa) ela se tornará ainda naquela noite uma Matinta Perera.

O breve casamento de Matinta:

No estado do Pará circula a crença de que Matinta Pereira teria se casado com o Boto Rosa. Em algumas versões o boto teria terminado o relacionamento devido ao insuportável cheiro de cachaça e fumo de Matinta. 

Porém há a versão em que Matinta Perera teria dado fim ao casamento devido ao assanhamento do boto com as moças que passavam pelas proximidades do rio Guamá (grande rio paraense).

Armadilha para Matinta Perera:

Os mais velhos indicam métodos de aprisionar ou quebrar a transformação da Matinta, segue aqui dois métodos interessantes disponíveis na internet:

1º Método:

Materiais necessários:

* Uma tesoura

* Uma chave comum

* Um rosário bento

* Uma vassoura virgem

Como fazer: 

A chave deve ser enterrada no solo da floresta ou em suas proximidades e a tesoura fincada em cima do local, o rosário deve ser colocado por cima da tesoura; toda Matinta que passar por ali será aprisionada. No dia seguinte, aquele que a prendeu deve varrer o chão com a vassoura virgem para que a sina da Matinta não seja espalhada.

2º Método:

O segundo método é oral e totalmente simples: Reza a lenda que Matinta não pode ouvir nome de qualquer deus enquanto estiver transformada em ave. Desse modo, basta que o corajoso grite o nome de algum deus de sua religião assim que ouvir ou ver Matinta Perera. 

Imediatamente Matinta irá voltar a sua forma humana, pois como bruxa, Matinta não tem religião alguma e abomina qualquer forma do sagrado.

Matinta Perera na cultura popular:

 No ano de 2015, a lenda foi mencionada no enredo da São Clemente: A incrível história do homem que só tinha medo da Matinta Perera, da tocandira, da onça pé de boi", uma homenagem ao carnavalesco Fernando Pamplona. (Wikipédia)

Matinta é citada na música "águas de março" de composição de Tom Jobim. O músico Waldemar Henrique compôs a música "Matinta-Perêra". Há também uma música intitulada "Lenda da Matinta Pereira" do músico Rui de Carvalho.

Foi produzido um curta metragem chamado "Matinta" pela produtora Dia Estúdio (está disponível no Youtube).

Foi produzido um desenho animado sobre a Matinta Perera na série "Juro que vi". (A série já ganhou vários prêmios nacionais e participou de festivais internacionais.) (Disponível no site da TV Cultura).

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