Capítulo 8 - Revelações

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Camila Pov

Como se já não bastasse minha vida virando do avesso, minha querida mãe voou de Nova York até aqui sem ao menos me avisar, soube somente quando meu telefone tocou no meio do hospital e tive que ir buscá-la no aeroporto.

— Viu como o cara estava secando você? — berrou minha mãe quando nos encontramos — Ele é muito lindo e parece ser gentil!

Apertei o pulso dela, tentando acalmá-la.

— Mãe, antes de você querer me juntar com alguém que nem conheço eu preciso lhe dizer uma coisa apavorante.

Minha mãe cruzou os braços, incrédula por eu a interrompê-la

— O que você poderia dizer de apavorante? Alias o trânsito daqui é um caos. — falou quem veio da cidade mais caótica da face da terra. Pegamos um táxi e a levei para minha casa.

— Coisas estranhas, muito estranhas aconteceram ultimamente.

— Só isso? – Minha mãe revirou os olhos.

— Mãe! Eu fui sequestrada por um cara louco que se diz o Lord não sei do que e praticamente acha que eu sou algo além de humana, eu vivi e experimentei sensações que nunca imaginei. Conheci a família Jauregui que tecnicamente está me mantendo segura, tirando o fato daquela mimada dos olhos verdes que me tira do sério a cada cinco segundos! — explodi e falei tão rápido que me perguntei se ela entendeu.

Minha mãe caiu sentada, atônita tentando assimilar o que eu havia dito, e para a minha surpresa ela não pirou, e sim suspirou fundo e se ajeitou no sofá.

— Filha sente-se, acho que já está na hora de você saber toda a verdade.

Na verdade nem mãe sabia muito sobre o meu passado. A história da minha adoção era um segredo bem guardado, fui criada desde pequena por Sinu e Alejandro.

Minha mãe, que era professora. Antropóloga para ser mais exata, tinha ido estudar civilizações na região de Romênia.

Estava lá com meu pai, Alejandro, para observar a cultura local, esperando escrever um de seus artigos reveladores sobre subgrupos culturais.

Mas as coisas se complicaram lá na Europa oriental. A seita era um pouco esquisita demais, um pouco fora do comum demais, e alguns aldeões formaram uma conspiração, decididos a dar um fim àquele grupo. À força. Pouco antes do ataque, meus pais biológicos me entregaram, ainda bebê, aos pesquisadores americanos que estavam de visita, implorando que me levassem aos Estados Unidos, onde eu ficaria em segurança. Eu odiei saber essa história. Odiava o fato de que meus pais biológicos eram pessoas ignorantes, supersticiosas, que foram iludidas a ponto de entrarem para uma seita. Talvez meus pais biológicos estivessem envolvidos em algum tipo de bizarrice.

Talvez por isso tivessem sido assassinados.

Quem sabia? Quem queria saber? Nunca pedi detalhes e meus pais adotivos não me forçaram a saber mais do que já sabia. Eu me sentia feliz em ser Camila Cabello, cubana-americana. Algo além disso não existia.

[...]

— Sem chance de eu ser uma sanguessuga. — gemi ainda frustrada, eu ainda estava assimilando tudo aquilo.

Mas ninguém prestou atenção em mim, minha mãe exigiu uma reunião com os Jauregui e me fez trazê-la até a mansão deles, eu detestava aquele lugar gélido e sem vida.

— Sente-se Lauren. — ordenou minha mãe.

— Aqui está bom. — respondeu Lauren.

— Sente-se. Agora.

The HybridOnde histórias criam vida. Descubra agora