Capítulo 53 - Entre mãe e filha

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Camila POV.


Quase uma semana depois, Lauren não citou a aparição da mulher que se diz minha mãe biológica. Bem, os traços dela não mentem e confesso que fiquei surpresa com a semelhança.

Continuei minha rotina, me afundando mais e mais no hospital, eu não queria criar brechas para um segundo encontro. Ouvi ela dizer a Lauren naquele dia que queria se fazer presente na minha vida.

Mas o que importa agora?

Tantos anos se passaram, me tornei a mulher que sempre sonhei, com o apoio de Sinu e Alejandro; eles são os únicos pais que eu reconheço.

Sinu esteve lá quando meu primeiro dente de leite caiu, esteve quando andei aprendi a andar de bicicleta, quando dei meu primeiro beijo e no primeiro coração partido. Sempre Sinu, e não ela.

Penélope não fez nada a não ser me colocar no mundo, não a culpo pelo que aconteceu a anos, mas se ela sabia onde eu estava porque não foi me ver?

Perguntas e mais perguntas que eu não queria saber a resposta.

Já sou grande demais para dramas familiares.

Ergui meu queixo entrando na sala de Dinah, ela havia acabado de atender um paciente.

— Tomei uma decisão. — falei batendo a mão na mesa.

— Que susto sua louca; decidiu o que?

— Vou dar a ela o que ela quer, assim ela me deixa em paz logo.

— Está falando da Lauren? — ela pergunta.

— Alô, terra para Dinah. Penélope, vou marcar algo ainda hoje.

— Se te faz sentir melhor, Mani e eu podemos ir e ficar em uma mesa próxima; um lugar cheio de gente é essencial assim quem sabe ela não mata a Lauren em local público.

— Credo Dinah! Ela não vai matar ninguém. — falei exasperada.

— Tem certeza? do jeito que você falou parecia que ela ia fulminar a Laur.

— Acho que ela não ficou feliz em ver que sou casada com uma mulher.

Meu bip soou me chamando a atenção, nem me despedi de Dinah; ela sabia que era uma emergência.

Andei rapidamente pelos corredores até a sala indicada pela enfermeira que me bipou, coincidentemente era a minha.

Entrei apressada mas parei assim que a vi, Lauren sentada sobre minha mesa usando um jaleco branco, suas pernas à mostra, os cabelos jogados para um lado, mordendo o lábio. Suas órbitas verdes me despiam e um arrepio correu pela minha espinha.

— Lauren? Eu recebi uma chamada, não pode ficar aqui... — perdi a fala quando ela descruzou as pernas e cruzou-as novamente. Suspirei ao ver uma pequena peça cobrindo sua pele.

— Eu que te chamei. Não me sinto bem... pode verificar meus batimentos? — perguntou abrindo minimamente o jaleco, mostrando parte de seu seio desnudo.

A essa altura minha intimidade já estava implorando por atenção. Engoli em seco e me afastei da porta, tirando o estetoscópio que estava envolto em meu pescoço, respirei fundo sentindo seu perfume.

Encostei o aparelho na abertura de seu peito e não era preciso ouvir por ele, o coração de Lauren estava saltando como se estivesse em uma corrida.

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