Abro os olhos e não sei que horas são quando acordo.Eu iria erguer o meu tronco para me levantar, mas minha perna bate em alguma coisa antes.
E só então eu me lembro do que aconteceu.
Olho para Amélia e logo um sorriso se instala em meu rosto.
Aparenta estar sonhando com algo muito bom e depois de ontem... Deve estar tendo um ótimo sonho mesmo. Ela parece um bolinho, toda enrolada no lençol e seus cachos espalhados pelo travesseiro.
Uma graça.
Fecho meus olhos e partes da noite anterior passam pela minha cabeça. Isso é muito melhor do que eu imaginava... Do que eu sempre esperei.
Nunca tinha feito antes e sempre achei que aconteceria no momento certo. A maioria das pessoas acham que isso não importa para um menino, mas importa, sim. Pra mim com ela foi muito importante.
Ficamos conversando até tarde e ela finalmente pegou no sono. Fiquei olhando ela dormir. Simplesmente não me canso de olhá-la.
Ela é tão linda.
A puxei contra meu corpo e a abracei apertado. Foi uma sensação maravilhosa. Senti que podia protegê-la de tudo e de todos e eu vou. Depois disso eu acabei dormindo também.
Abro meus olhos quando sinto uma mão em meu ombro. Tombo minha cabeça e são os olhos de Amélia que encontro.
-Bom dia - ela fala com a voz rouca.
-Bom dia... - viro o meu corpo de modo que eu fique totalmente em sua direção. - Dormiu bem?
-Não poderia ter dormido melhor - sou contagiado por seu sorriso tímido.
-Então... - aproximo o meu rosto do seu. - Foi bom?
Amélia desvia seu olhar do meu e morde o lábio inferior, depois sorri e assente lentamente.
-Que bom - sorrio e a abraço. - Você é tão cheirosa... Tão macia.
-Eu te amo - ela sussurra em meu ouvido.
-Eu também te amo - afasto-me dela e a beijo.
-Que horas são? - estica-se na cama espaçosa enquanto eu checo o relógio em cima do criado-mudo.
-Vai dar meio-dia.
-O quê?! - ela se senta e segura o lençol quando lembra que não está vestindo nada por baixo. - Caíque, e se alguém foi no meu quarto?
-Por que iriam no seu quarto? - franzo o cenho e esfrego os olhos com as costas das mãos.
-Porque está tarde e podem ter ido me acordar! - vira-se para mim e arregala seus olhos verdes. - E se alguém veio aqui?
-Ninguém veio aqui, Amélia - bocejo quando termino de falar.
-Como você sabe?!
Olho para ela e rio da situação. Sua expressão é de pura confusão e um pouco de raiva por eu estar rindo. Abro uma gaveta do criado-mudo e retiro de lá uma chave.
-Porque eu tranquei a porta - balanço ela no ar e a dou para Amélia.
-Caíque... Meu amor - ela coloca as mãos no rosto e balança a cabeça. - Não acha que eles iriam estranhar se eu estivesse sumida e o seu quarto trancado?!
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A Última Aposta
RomanceCaíque, um típico adolescente de dezessete anos, filho de um famoso empresário e irmão de Daniel, que está diagnosticado com leucemia desde os quatro anos de idade, era louco por uma aposta. Amélia, nascida em Minas Gerais, é obrigada a se...