Capítulo 7 - Ângela

49 10 1
                                    

Toda aquela mistura de sensações fez com que eu desmaiasse novamente.

Não dava pra acreditar que o meu pai tinha se tornado um monstro deformado e que agora estava tentando me matar.

Acordo novamente e percebo que eu estava na mesma sala, ou pelo menos era o que eu achava. Porém, agora havia um monitor, onde só era possível enxergar um quarto escuro, mas não totalmente escuro. Dava para ver claramente uma mulher de cabeça baixa sentada, ela parecia esta drogada ou algo do tipo.

Derrepente vejo um homem com um capuz entrando na sala, todo o seu corpo estava coberto com um manto preto mas ainda sim foi possível ver que por debaixo daquele pano ele segurava algo como uma faca ou um canivete. Eis então que ele levanta a cabeça e olha diretamente para a câmera. Era o meu pai. Ele parecia saber que eu estava assistindo aquilo, o que pude confirmar quando ele parou por 5 segundos e ficou encarando a câmera e logo depois sorriu, não era bem um sorriso, pois sua face deformada não lhe permitia tal feito... mas foi assim que eu asimilei.

Ele pega uma bolsa que estava no canto da sala e retira de la alguns objetos, que eu pude identificar como: seringas, agulhas, remédios, uma arma, algumas cordas e fios de energia meio descarados, e pregos... mas não pregos comuns, eram pregos gigantes.

  - Acho que você a conhece não é mesmo? - diz ele puxando os cabelos loiros da menina, e dando visão para o seu lindo rosto, que logo percebi que era a minha namorada.

  - NÃO! POR FAVOR NÃO FAÇA  NADA COM ELA! - começo a gritar em desespero total. Ele não podia machuca-la. Ela era o amor da minha vida. Ela era a única pessoa que eu amava de verdade e que me amava também.
- O que Hugo?! - ele diz colocando a mão nas orelhas em forma de concha pra ouvir melhor - Me desculpe querido  mas eu não consigo te ouvi. - ele diz e depois da uma gargalhada.
  - Não, por favor não... Não a machuque, faça o que quiser comigo mas com ela não... por favor... - digo entre lágrimas

Nesse momento ele a puxou pelos cabelos mas uma vez, mas agora ele puxou até ela ficar de pé. Ela chorava muito, e entre os seus soluços ela suplicava para que ele parasse com aquilo. Logo depois de ela está em pé ele a jogo no chão e inicia uma seção de espancamento, com direito a socos no rosto e chutes na barriga... foi horrível, eu não parava de chorar e gritar pra que ele parasse com aquilo, ela estava grávida e com o tanto de chute que já havia recebido provavelmente já teria perdido o nosso bebê.

Depois de tudo isso ele levanta ela, dessa vez ela não falava nada, só choramingava e fazia algumas caretas por conta da dor na barriga. Ele a coloca na cadeira mas uma vez e pega um bisturi e rasga a blusa dela.

  - NÃO, O QUE VOCÊ CAI FAZER?! LARGA ELA SEU DESGRAÇADO! PARA DE TOCAR NELA! -

Acho que ele podia me ouvir mas ele apenas ignorava e continuava com tudo aquilo. Com toda aquela insensibilidade que ele possuía ele abriu a barriga da minha namorada. Eu fiquei sem reação, nunca tinha visto uma pessoa tão cruel, se é que eu podia chamar ele de pessoa. Ele retirou o útero dela junto com o feto que já tinha por volta dos 3 meses.... acho que aquilo foi a coisa mas horrível que eu já vi em toda a minha vida. Eu pude até ver o coraçãozinho do meu filho bater, mas naquelas circunstâncias não dava mas pra salva-lo.

  - Acho que ele iria ser uma criança saudável Hugo - ele diz olhando para o feto - olhe como é lindo ver o coraçãozinho dele ir parando... as batidas vão ficando mas lentas... e mas lentas... e MAS LENTAS - nesse momento ele esmaga o meu filho com as mãos e eu só vejo os restos do meu menino escorrer por suas mãos e ele rindo... por que tudo aquilo estava acontecendo comigo?!

Depois dele fazer isso ele olha diretamente para a minha mulher.... a encara por alguns momentos e logo após olha para a mesa que estava a frente da câmera, ele faz uma careta, vai até a bolsa é trás uma espécie de alicate gigante que se parecia muito com uma tesoura de cortar folha.

  - Você é tão linda - ele acaricia o rosto dela - Mas não por muito TEMPO! - ele pega o alicate e acerta na sua boca.

  - NÃO! ÂNGELA! - eu gritei, mas já era tarde de mais.... só vi a boca daquela linda mulher encharcada de sangue enquanto cospia alguns dentes

  - Sorria querida! sorria! HAHAHA - ele riu como um vilão de conto de fadas... só que aquilo dali não tinha nada de ficção, era tudo verdade.

Ele bateu na boca da Ângela até a mesma ficar totalmente deformada, depois disso ele foi até a mesa pegou uma seringa colocou a agulha e falou

  - Sabe, eu lembro de como eu morri, me lembro de tudo... esse é o tipo de coisa que você nunca esquece, que você nunca ta liberto. Não importa o que você faça, não importa pra onde você vá, os seus pesadelos sempre irá te perseguir - ele se aproxima da Ângela. - Sabe querida, eu realmente não queria fazer isso, mas, foi o Hugo que começou... e além do mais, eu sou um espírito vingativo, tenho que me vingar de tudo que esse merda fez... - ele olha para a câmera com cara de nojo - e... você sabe o que foi que ele fez quando ele me matou?! Ele me sedou e depois me espancou, logo após, ele deu um tiro na minha cabeça que atingiu um dos meus nervos oculares... a morte foi quase imediata, mas ainda sim eu senti - ele se abaixa para ficar na mesma altura dela - EU SENTI ESCORRER LAGRIMAS DE SANGUE! HAHAHAHAHA EU SENTI! EU SENTI! - ele grita e rir estericamente enquanto injeta a seringa no olho da Ângela e o remove, fazendo lágrimas de sangue escorrerem .

  - PARA DE FAZER ISSO COM A MINHA ÂNGELA! - eu grito e nesse momento eu vejo meio embasado como se estivesse preste a desmaiar mas não desmaio.
  - Hahahahaha Você deveria me agradecer Hugo, olha como ela está linda! - ele diz admirando o rosto dela - tão linda... tão linda...
  - Por favor... me solte... por favor, por favor... - Ângela finalmente diz entre soluços - Eu não aguento mais essa dor... isso não foi culpa minha... por favor, me deixe ir.
  - Oh linda, eu sinto muito mas... Eu não posso te soltar - ele sussurra a última parte - Mas, que tal pararmos com isso e voltarmos pra brincadeira? - ele fala num tom divertido

Ele vai até um dos cantos e pega dois fios que são ligados a energia e os dois pregos gigantes.

  - Calma Ângela, você só precisa aguentar mas um pouco... - ele diz acariciando o rosto da minha Ângela

Ah cada segundo que passava a minha visão só piorava, eu ja estava quase cego, a única coisa que eu conseguia ver era o vulto do meu pai passando de um lado para o outro com os pregos e fios em mão. A última coisa que eu consegui ver foi ele encaixando os fios de energia e os colocando nas coxas da minha Ângela... Eu só ouvi o seu grito de desespero e aquela risada medonha do meu querido papai... E então eu apago.

Querido PapaiWhere stories live. Discover now