Video Games ✳ Namjoon

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"Era uma noite fria de sexta- feira, olho no relógio são duas da madrugada.
A luz do banheiro está acesa, olho para o lado esquerdo da cama e está vazio.
Ouço pingos frequentes vindo do banheiro, meu coração para de bater por um segundo é depois volta a todo vapor.
Minhas pernas não obedecem ao comando de meu cérebro para se moverem, insisto com rapidez e cambaleio até a porta relutante não acreditando no que meus olhos vêem.
Como um anjo ela repousa na banheira avermelhada, os pingos encharcaram o chão o pintando de vermelho vivo.
No reflexo do espelho um homem pálido, ele sorri e diz:
Olhe bem nossa obra de arte! "

Acordo com a respiração ofegante e me sento na cama, passando a mão pela testa por conta do suor que ainda escorre, levantei e fui para o banheiro tomar os remédios que o Dr Min havia prescrito.

Olho me no espelho a minha frente sem reconhecer a pessoa no reflexo,  antes do ocorrido com minha mãe eu tinha a aparência bem melhor, abro o armário e pego os remédios tomando cada um a seco mesmo.

Me apoio sobre a pia resgatando o sonho em minha mente, como eles podem ser tão parecidos com aqueles assassinatos?, cada detalhe na cena dos três assassinatos batia com cada sonho que tive durante esse tempo.

Isso não saia da minha cabeça, eu tinha apagões mentais algumas vezes, sem me lembrar oque eu havia feito ou até mesmo falado, mais matar, era demais até para mim.

Durante toda explicação da polícia mantive a calma, mas por dentro eu estava apavorado, extremamente desesperado, pois o choque foi grande quando vi as fotografias, as mulheres, os lugares e aquela marca maldita que me perseguia, era tudo igual.

E como explicar pra polícia que sonhava com tudo aquilo e que aconteceria de novo?

Ligo a torneira e jogo um pouco de água no rosto, para acalmar os pensamentos perturbadores que estavam me tirando o sono.

Saio do banheiro e vou para a sacada da sala de estar, a lua está bonita e o céu limpo, fazia tempo que eu não admirava o céu de madrugada, me sento sobre o chão e observo cada detalhe da dama da noite lá em cima até fechar os olhos.


- Nam, vem tomar café querido. - escuto a doce voz me chamar da cozinha.

Sem demora término de calçar meus tênis All Star azuis e corro pelo corredor indo até a cozinha.

'Huuuummm cheiro de panquecas!'

Agarro a mulher pelas costas num forte abraço, fazendo a mesma se assustar.

- Bom dia Omma!. - digo com um largo sorriso, que a faz apertar minhas bochechas.

- Bom dia meu amor, ande sente e coma enquanto está quente. - diz minha Omma.

- Bom dia! - diz o senhor sentando ao meu lado.

A mulher enche a caneca do homem com cafe puro e senta ao meu lado.

- Muita coisa no jornal hoje? - Pergunto para meu Appa dando uma garfada na panqueca.

- O de sempre filho. - o mais velho diz dando um gole em seu café.

Tomamos café e conversamos por bastante tempo como nunca havíamos feito antes, e com certeza aquele foi um dia especial.


Abro os olhos molhados pelas lágrimas que caiam constantes, por conta da lembrança do melhor dia que tive em família.

'Saudades Omma.'

Levo a manga de minha blusa até os olhos os secando por completo, logo levantando do chão e vou para a cozinha.

'Preciso de um café.'

Ligo a cafeteira e retiro do armário uma cápsula, a colocando na máquina precionando até ver o café escorrer da mesma, pego a xícara e desligou a máquina indo até a sala e sentando no sofá, saboreando meu expresso.

Desfruto de alguns minutos de paz, apenas pensando em coisas boas que eu e minha Omma fazíamos nos finais de semana, em quando ela me chamava de desastrado por sempre quebrar ou esbarrar em alguma coisa, o quanto ela amava meu sorriso e as covinhas, o quanto eu era feliz e não dependia de remédios para manter a minha sanidade.

'03:33, Preciso dormir.'

Coloco à caneca na mesa de centro da sala e vou em direção ao meu quarto seguindo o corredor.

Ouço uma voz feminina cantando vindo do meu quarto.

"Come and take a walk on the wild side
Let me kiss you hard in the pouring rain
Do you like your girls insane?
Choose your last words
This is the last time
‘Cause you and I, we were born to die"

Me arrepio todo quando escuto a voz e meu coração acelera, continuo caminhando devagar pelo corredor e voz fica cada vez mais alta.

Chego na porta do quarto que está fechada, ainda ouvindo a voz, giro a maçaneta devagar com gotas de suor escorrendo pelo rosto e a porta se abre fazendo um rangido.

'Ninguém?!'

Entro no quarto olhando ao redor sem ver ninguém, vou ao banheiro e também não encontro a dona daquela voz, deito na cama de olhos fechados.

'Estou ficando louco!'

Respiro fundo e abro os olhos...

Reis mortais estão regendo castelos
Bem-vindo ao meu mundo de diversão
Mentirosos se acomodam em tomadas
Acione o interruptor e os assista correr.

Depois da meia noite  // Kim Namjoon Where stories live. Discover now