Capitulo XIV

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Justin abre a porta do restaurante, fomos para a parte menos movimentada do local, pegamos o cardápio e aquele silêncio era gritante:

— O que você escolheu?

— O número quatro e uma salada de tomate. E você?

— Tacos de macarrão. — Ele sorri. — Vai beber coca?

— Sim. — penso por um momento no que vou dizer.

— Diga o que está pensando Jasmine. — Ele pousa o cardápio na mesa e entrelaça uma mão na outra apoiando sua cabeça nelas.

— Você não vai comer não é? — Faço uma careta e ele ri de mim.

— Não, mas acho que você não vai ficar na salada e em tacos de carne.

— Você não é igual as lendas nativas. — Afirmo e ele parece pensar um pouco.

— Há muitas lendas pelo mundo todo, claro que em algum momento elas vão ter alguma veracidade, mas as criaturas que os quileutes enfrentaram são semelhantes à nós...

— Mas não são o que vocês são. — pontuo e ele acena com a cabeça.

— É como a história do Drácula, não há nada que os filmes representam que nós tememos. O autor do livro se baseou em um imperador romeno, que tinha a fama..

— De empalador, conheço a história... — A garçonete se aproxima e Justin faz os pedidos. Ela anota e sai em direção da cozinha. — Qual é a verdadeira história?

— Ninguém sabe ao certo, por muito tempo somos as criaturas das sombras, algumas bruxas dizem que somos aberraçoes da natureza, outras falam que somos filhos da Deusa Nyx. Existe de fato um tipo de realeza vampirisca. — Ele diz brincalhão. — São os vampiros mais velhos que conhecemos, os Volturi.

— Você sabe... — Hesito. — Sabe, como se... Hmmm... Se tornou um deles?

— Não lembro muito da minha última noite como humano, sei que fui encontrado por Baltazar, ele é da guarda dos Volturi e me ensinou tudo que sei hoje. Ele me disse que eu estava em um beco, me contorcia de dor e ele soube que não era natural, levou para seu quarto no hotel e esperou, eu acordei e só sabia o meu nome, toda minha vida anterior aquilo tinha sumido.

— Você não procurou saber quem era?

— Anos depois sim, ser um membro da guarda pode ser temporário, eu sou como um filho para Baltazar, ele quis continuar na guarda, para ser uma âncora e me proteger. Como disse, não fazia sentido eu procurar quem eu era no começo, mas Baltazar me influenciou ele dizia que só assim eu poderia achar meu caminho.

— E você descobriu? — Justin ri das minhas perguntas, eu estava tão conectada a sua história que eu via tudo como uma terceira pessoa ao decorrer da trama.

— Sim, eu era um filho rebelde, mas um irmão muito amado, meus pais eram separados. Na noite que sumi eles acharam que era alguma coisa relacionado ao tráfico. — Eu abro minha boca chocada.

— Você era...

— Hmhm... — Ele concorda. — Meus pais ouviram de algumas pessoas do bairro que morava, que andavam me caçando para um acerto de contas.

— Sua familia ainda está viva? — Era meio óbvia a pergunta e a resposta também seria.

— Eu tenho quatro irmãos, três são mulheres e um homem, Alie deve estar com 42, Jazmyn com 42 e Jaxon com 40, a mais nova Bay está com 31 e meu pai com 74 anos.

— Sua Mãe? — Ele fica quieto por um momento.

— Ela faleceu alguns anos, dormindo. Diagnosticaram com mal súbito.

— Eu sinto muito.. Por tudo. — Coloco minha mão sobre a sua.

— Tudo bem eu só lamento de como eles vão lembrar de mim, Bay nem me conheceu. — Ele olha para trás de mim e arruma sua postura. Logo a garçonete aparece com os pedidos.

— Bom apetite. — Ela apenas diz para Justin, mas ele não lhe dá atenção então ela vai embora.

— Que grosseiro. — semicerro os olhos e ele ri. — Me conta sobre o Baltazar...

— Baltazar é bem, é o Baltazar... — Ele relaxa não cadeira. — Ele não gosta muito de demonstrar sentimentos, mas comigo não adianta muito. — Franzo o cenho curiosa. — Ele me levou para Volterra, na Itália é onde a guarda e os Volturi residem. — Explica.— Baltazar consegue identificar se algum da nossa raça será valioso para o clã, com alguma habilidade especial...

— Como assim?

— Como você explica os seus sonhos?

— Minha avó diz que é um dom..

— Você acredita na definição da sua avó?

— Sim.

— Baltazar tem o dom de identificar dons de outros da nossa espécie. Há outros que conseguem ver em humanos também, mas o dele é limitado.

— Foi por isso que ele te achou?

— Em parte. — Concorda. — Mas ele se afeiçoou a mim, sobre querer saber quem eu era e enfim, eu sou um rastreador. Se eu fosse mais especial, Aro iria ter mais um motivo para acabar com a família Cullen.

— Porque ele iria querer isso?

— Aro é tipo da realeza, ele vê os Cullen como ameaça e acredite em mim, ele pode convencer muitos com Chelsea, ela tem o dom de influenciar laços, Aro já destruiu um clã no passado. Os romenos...

— Espera! — Dou uma risadinha. — Os romenos tinham uma realeza vampiristica? — Justin ri da minha reação e eu acabo por acompanhá-lo.

— Na verdade eles foram uma ameaça ao triunfo do Aro e Marcus...

— O que os Cullen tem de especial? Para os Volturi se sentirem ameaçados?

— Dons. Digo: Alice, Edward, Bella e até Jasper. Alice consegue prever o futuro, Edward lê as mentes e Jasper consegue controlar emoções, todos tiveram uma característica quando humano que se aprimorou quando transformaram. Edward não conseguia ler a mente da Bella, Jasper fala que no começo ele estava tão obcecado porque não conseguia saber o que ela pensava.

— Aro e os irmãos deles tem algum don? — Faria sentido, eles não seriam apenas vampiros "normais" querendo agregar poder.

— Através do tato ele pode ver todos seus pensamentos, Marcus consegue ver laços emocionais, já Caius é ambicioso e cruel, ele apenas encontrou Marcus e Aro quando tinham acabado com o clã romeno e juntou-se a eles.

— Como sabe de tudo isso?

— Eu vivi com eles durante uma década e faz apenas seis anos que estou longe daquela cidade europeia.

— Por que eles deixaram você partir? Se você é especial?

— Eu sou mas nem tanto, Carslisle já fez parte do clã Volturi por uma década também. Quando digo que eles são poderosos é porque eles são. Eles tem o papel de manter a paz e civilização entre nossa espécie e a sua. — Era impossível eu ter um apetite com Justin me contando tudo sobre seu mundo, era fascinante. — Mas se você não terminar você não irá ouvir o restante Jas... — Ele aponta para meu prato e eu pego o outro taco. — Eu vou responder tudo o que você perguntar, mas só quando me prometer que irá responder as minhas perguntas.

— Fechado.

Os Frios || REFORMA Where stories live. Discover now