Capítulo 4

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CAPÍTULO 4

AMBER MARTIN

Deixamos Letícia dormindo em seu quarto, o clima entre a gente estava tão tranquilo que parecíamos nos dar muito bem. Sem implicâncias ou provocações. Somente dois adultos.

Eu pensei muitas vezes em como seria ter a minha própria família, mas nunca pensei que eu poderia me envolver com alguém que me desse tanta vontade de ter uma. Hoje quando eu e Alexander estávamos com Letícia, eu senti meu coração diferente, aquele momento poderia durar a vida inteira. Com certeza eu não me enjoaria. Mas nada dura para sempre. Especialmente os momentos bons com Alexander.

Eu lhe devo desculpas._ ele diz olhando para mim, mas eu não retribuo seu olhar.

– Pelo que? _ me faço de desentendida.

Ele me deve desculpas, mas não quero estragar o momento.

– Pela "minha esposa."! _ faz sinal de aspas com os dedos.

– Por que usou aspas? Ela é a sua esposa. Estão casados perante a lei, mesmo que não se amem mais. _ digo ainda sem olhá-lo.

– Eu nunca a amei, Amber. Tudo não passou de uma farsa. _ ele diz respirando pesadamente.

– Uma farsa que durou muitos anos, não acha? _ uso de ironia.

Meu coração já batia mais acelerado, dando-me o indicio que o rumo daquela conversa não nos levaria a lugar nenhum, a não ser a discussões sem fundamento.

– Você não consegue mesmo me entender, não é? _ ele parece irritado.

– Eu não tenho que entender nada, Alexander. É a sua vida e dela eu não faço parte.

Aposto que essas palavras doeram mais em mim do que nele.

Você não entende nada! _ ele diz tomando a frente e caminhando mais rápido em direção à saída do hospital.

Adianto meu passo também até me aproximar totalmente dele.

– Me faça entender então? Porque desde que você apareceu minha cabeça e meu coração é só confusão. _ olho para ele, porém, quando seu olhar se volta para mim. Sinto minha respiração e pernas vacilarem.

Merda de homem!

– Não vou explicar nada para uma mulher, Amber. Entenda como preferir. Não se preocupe comigo, vou pegar um táxi.

– Eu te levo; não se preocupe._ digo sem me importar com a arrogância em sua voz.

Tudo bem, eu realmente odeio táxi.

Bipolar sou eu! Nem sei como chamar esse homem.

Dá–me um sorrisinho safado e aproximando–se de meu carro, espera que eu destrave e logo entra.

Faço o mesmo que ele e logo passo o cinto por meu corpo, ligo o carro e saio. Percebo seus olhos sobre mim, mas ignoro.

Eu entendi muito bem o que ele estava tentando me dizer. Sei que ele gosta de mim igual ou um pouco menos que eu dele. Mas cansei de ser legal ou de me oferecer como uma vagabunda. Ele só terá algo de mim quando chegar e falar o que sente.

E se não fizer?

Não era para ser.

– Muito obrigada, Amber! _ diz olhando para mim com um sorriso grato nos lábios.

– Obrigada pelo que? Você que veio atrás de mim. _ respondo sabendo do motivo de seu agradecimento repentino. Dou–lhe meu melhor sorrisinho sem dentes.

Meu Juiz - AMAZONWhere stories live. Discover now