Capítulo 10

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CAPÍTULO 10

AMBER MARTIN

Pensei por um momento que minha vida seria diferente, eu estava enganada. O sofrimento só resolveu se acumular e cair de uma vez só sobre minha cabeça.

Do que adiantou ter uma infância e adolescência feliz se agora tudo perdeu o sentido?

Viro-me de lado na cama e observo a porta do banheiro, ainda posso sentir a sensação de quando me toquei em sua frente, dos seus lábios pelo meu corpo e de seu cheiro delicioso. Eu achava-me infantil, mas o Miller, ele sim é infantil duplamente qualificado. Tenho raiva de tudo isso, raiva de ter deixado aquele idiota simplesmente arrancar minha virgindade e depois me humilhar. As lágrimas voltam a escorrer do meu rosto, como eu queria ser forte como as meninas que eu vejo por ai, mas eu? Eu sou uma fraca que chora por tudo e que se deixou ser levada pela fantasia de um homem como aquele.

Tranquei meus olhos com força tentando apagar as memórias ainda frescas dele pelado por cima de mim. Nessa cama, do jeito mais gostoso.

Respiro fundo e sento–me na cama, acho que não consigo dormir, não aqui. Pego meu cobertor e meu travesseiro e vou até a porta, abro-a e saio. Caminho até o quarto dos meus pais, abrindo a porta lentamente e os vejo dormir, minha mãe colada no peito de meu pai e meu pai com os braços por cima de seus ombros. A vontade de chorar torna-se ainda maior, eu queria tanto viver uma cena como essa, mas...

Meu pai abriu os olhos como se sentisse minha presença.

– Não está conseguindo dormir? _ diz com a voz um pouco rouca pelo sono.

– Não, eu posso? _ digo um pouco envergonhada, pelo amor de Deus! Eu já tenho dezenove anos, quase vinte.

– Pode, vem aqui. _ meu pai se afasta um pouco da minha mãe e abre os braços, ando em direção a ele rapidamente e deito ao seu lado, agarrada em seu peito, em poucos minutos adormeço com seu carinho em meus cabelos.

Manhã seguinte...

– Eu deveria ter acabado com sua vida, uma vadia como você, um lixo! Pelo amor, como você vem dizer-me que está grávida de um filho meu? Acha mesmo que eu acreditaria? Lógico que não!

– Eu nunca menti para você, você é mesmo um cretino, eu não deveria ter vindo.

– Você, realmente, não deveria ter vindo, acabou de sujar meu carpete com esses pés de piranha.

– EU DEVERIA MESMO NÃO TER VINDO! QUERIA ESQUECER QUE UM DIA TE AMEI! – Grito em altos pulmões.

– Filha? Acorda! Acorda, meu amor! _ sinto meu corpo ser sacolejado e uma vontade de vomitar enorme tomar-me. Levanto-me rapidamente segurando o vomito com a mão para que não se derrame todo pelo chão.

Jogo-me aos pés do vazo e abro sua tampa, quase enfiando por completo minha cabeça lá dentro.

– Se você estiver grávida, Alexander tem que saber. _ minha mãe diz respirando fundo.

– Ele não vai saber de mais nada da minha vida. Ele não me merece e eu não estou grávida._ digo entre ânsias, forçando-me a acreditar em minhas próprias mentiras.

– Espero mesmo. _ minha mãe segura meus cabelos para trás, deixando meu rosto livre. – Está melhor?

– Um pouco, já disse que isso é pelo estresse que eu tenho passado. _ mamãe solta meus cabelos e sai de dentro do quarto, nunca a vi tão estranha, sei que alguma coisa está a incomodando.

Meu Juiz - AMAZONDonde viven las historias. Descúbrelo ahora