Meu Juiz - AMAZON

Capítulo 9

CAPÍTULO 9

AMBER MARTIN

Eu passei grande parte da minha vida pensando que tudo era um conto de fadas, meus pais me criaram assim, talvez eu tenha sido a maior babaca desse mundo! Minha revolta quando adolescente, meu erro em achar que Miller era perfeito para mim. Tudo em minha vida está errado! Tudo. Encosto minha cabeça na parede e deixo que as lágrimas escorram. Eu nunca fui forte, nem tive determinação o bastante para fazer nada sozinha, que vida que eu acho que tive ou tenho?

Uma casa que meu pai me deu, uma faculdade que ele paga, um cara que me chama de puta e vadia, uma criança com câncer que nem tenho o direito de cuidar por não ter nem mesmo um emprego. Quem Amber é? Ninguém!

Agora isso acabou! Chega de ser idiota, de achar que o mundo é cheio de alegrias e prosperidade, o mundo é um caos, a minha vida está um caos. Já estava deitada no chão, me esvaindo em lágrimas quando ouço uma voz suave atrás de mim.

– Filha? O que aconteceu meu amor? _ mamãe se agacha até mim, procurando meu olhar por entre meus cabelos, colocando-os de lado.

– O Miller, mamãe! Ele foi um desgraçado comigo.

– O que ele fez? Sente-se. _ ela diz e respira fundo.

– Eu não quero me sentar, eu não quero.

– Ficar assim não vai adiantar. Conte-me.

Tento respirar fundo e cessar o choro constante. Sento-me de frente a minha mãe.

– Ele falou coisas horríveis, mãe. Nunca pensei escutar aquilo de alguém e muito menos dele. _ eu podia sentir o quão fosca estou, mas me recusava, mesmo com a voz embargada a chorar. Ele não merece que eu volte a derramar um rio por ele.

– Explica isso direito, filha. Estou tentando te ajudar, mas se você falar pingado assim não posso fazer nada.

– Mãe foi horrível. Ele parecia transtornado, estava completamente molhado e mal deixou eu me explicar. _ olho para cima evitando que a lágrima volte a cair.

– O que ele falou? _ ela parecia irritada.

– Ele me chamou de vadia, de puta, de vagabunda. Disse que ia tirar a Letícia de nós.

– Ele foi um filho da puta! Como pode falar isso de você? Eu te criei para ser uma princesa, para ser bem tratada! Eu quero matar esse homem e me arrepender a vida inteira por ter deixado que esse envolvimento acontecesse.

– Esse foi o seu erro, mãe. Me criou como uma princesa e não uma menina normal. Eu não posso viver em um conto de fadas para sempre e isso está cada vez ficando mais explicito.

– Eu não errei em nada! _ se altera. Eu não quero mais problemas.

– Eu não quero brigar._ digo cansada.

– Não, vamos. Por que ele disse isso? _ ela percebe o meu estado e volta a falar normalmente.

– Diz ele que transei com dois homens! Meu quarto está horrível e meu chão está completamente molhado.

A incredulidade está estampada em seu rosto.

– Você...?_ ela pergunta se realmente fiz, seus olhos se arregalam, deixando que o castanho deles fique ainda mais aparente.

– Não, mãe! Nunca. Não posso acreditar que a senhora também pensou que eu seria capaz disso.

– Tenho meus motivos, você era uma adolescente maluca._ ela dá de ombros.