Capítulo 13

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POV LAUREN

Minha cabeça doía e a claridade incomodava meus olhos, por mais que ainda estivesse de pálpebras cerradas. Virei para o lado, ou tentei, já que um peso impedia o movimento. Imediatamente abri um sorriso, sentindo só agora a respiração constante bater contra meu peito, e uma pequena risada abafada soar baixinho.

– O que há de engraçado, hein? – resmunguei, abrindo um sorrisinho.

– Você. – a resposta foi imediata.

– E o que eu tenho de engraçada? Por acaso estou pintada como um palhaço? – a gargalhada me fez abrir os olhos, o coração acelerando com aquele som gostoso.

– Quase isso.

Dei de cara com o rosto de Camila a alguns centímetros de distância do meu. Ganhei um selinho, sentindo gosto de pasta de dente vindo da boca dela.

E da minha.

Mas eu ainda não tinha escovado os dentes.

O visor do celular dela foi virado em minha direção, e depois de algum tempo pude perceber que se tratava de uma foto minha, com a boca repleta de creme dental, assim como três traços horizontais deixados em cada lado de minha bochecha e nas sobrancelhas. Camila ria, começando a ficar vermelha, então aproveitei para lhe atacar, rolando na cama, roçando o rosto no dela e em todos os lugares que conseguia. Seus gritos eram interrompidos pelos meus ou por nossas gargalhadas, até o momento em que senti o colchão desaparecer das minhas costas quando ela girou para ficar por cima, nos derrubando. Camila se enroscou em mim, toda suja, enchendo meu rosto de beijos para logo depois se soltar e levantar, correndo pelo quarto com uma camisola leve com o desenho do Bob esponja na frente.

Meu coração deu um solavanco, feliz, e não tardei para correr atrás dela usando somente uma boxer preta e um top cinza de corrida.

Lhe alcancei quando ela passava perto da cama, lhe derrubando no colchão ao me atirar sobre seu corpo. Ela pegou uma almofada, acertando-me enquanto tentava se manter de pé e revezar com alguns pulos, mas logo ela se atirou em mim, que tratei de me enroscar nela como se fosse um coala, girando novamente na cama.

– Que coisa mais linda!

Nos assustamos, em uma afobação para ver quem chegava primeiro do outro lado da cama, nos escondendo ao sair do colchão e deixar apenas o topo da cabeça a amostra. Dona Clara gargalhou com a reação, vendo-me proteger Camila com meu próprio corpo, deixando-a atrás de mim, agarrada nas minhas costas com a cabeça deitada ali.

Levantei o rosto para vê-la com o celular nas mãos, tendo certeza de que um book de fotos havia sido tirado.

– Mãe! – Camila ainda ria atrás de mim. – A porta não estava trancada?

– Eu abri logo cedo. – a voz baixinha da latina avisou.

– Vim trazer o café da manhã que a sua noiva preparou, e esqueceu de ir buscar. Achei que tinha dormido de novo, mas chego aqui e dou de cara com essa cena linda! – vi os olhos dela cheios de lágrimas e senti meu rosto corar.

Ninguém jamais havia me visto daquela forma.

Nem eu mesma.

Brincando, gargalhando por uma coisa tão boba e que parando para ver.... Tinha sido um dos melhores momentos da minha vida. Me levantei com Camila, que passou na frente pra pegar a bandeja, dando um beijo na futura sogra, deixando uma manchinha de pasta em seu nariz, causando mais risadas.

– Que festa é essa aqui? Ouvi os gritos lá de baixo! – meu pai sorria, bem humorado como sempre.

– Veja você mesmo! – o celular foi esticado em sua direção, e o sorriso dele se esticava a medida que o dedo movia o quadro na tela, fazendo-me perguntar quantas fotos foram tiradas. – Camila? Você operou um milagre em Lauren! Nem parece a casca grossa que é a minha filha.

Dashes || Camren G!POnde histórias criam vida. Descubra agora