{03} - THE DEATH

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       Em um mês e meio muita coisa pode acontecer. Em um mês e meio podem haver mais brigas do que se consiga imaginar ter em 365 dias. Também podem haver coisas simples, como rompimentos, começos de amizades, romances estranhos escondidos atrás de árvores velhas, competições no meio da madrugada, quase afogamentos por brincadeiras bobas, garotas correndo peladas após terem sido assustadas no banheiro unissex por bombinhas, e tantas outras coisas, se houvesse um escritor no acampamento, que seria possível escrever um livro de quatrocentas e vinte e três páginas de "aventuras de verão".
Para os adolescentes do Camp Summer, aquele mês e meio foi o mês das novidades, e também das descobertas. O elo de amizade se fortaleceu aos poucos — o que era esperado, já que estariam juntos por três meses —, o que causava em Frankie, pela primeira vez desde que todo o drama em sua vida havia começado, a necessidade de agradecer à sua mãe por tê-la enviado para a Inglaterra, e à sua tia, Charlotte, por tê-la enviado para o acampamento.
Ao contrário dos demais, Francesca Walters ficaria no acampamento apenas por um mês, mas quando Charlotte Chevalier voltou de sua viagem e enviou um e-mail para a administração do acampamento solicitando a liberação da jovem, descobriu que a garota havia requerido uma admissão normal como a de todos os outros estudantes, de três meses. Então, após uma longa conversa com sua ex-cunhada, Rita, e com a admissão do acampamento, Charlotte enviou sua cópia do contrato de admissão devidamente paga e assassinada, o que fez com que Frankie se sentisse feliz por, após tantos dias ruins, estar tendo momentos tão bons e pela tia ser tão compreensiva e generosa. As duas se falaram após a admissão da garota de olhos azuis.
A senhora tem certeza de que não tem problema em gastar mais do que o combinado comigo? Foi uma das perguntas apreensivas da garota. Não, não tem problema algum, Frankie. Apenas quero que você se divirta. Você está se divertindo, certo? Tem certeza que quer ficar aí? A mulher quis saber, preocupada com a sobrinha, que no começo das férias não queria sequer ouvir a respeito do Camp Summer. Bem, sim. Frankie quis rir do tom tão familiar de preocupação da mulher. Eu estou me divertindo muito. O começo foi difícil, quero dizer, ter vindo para outro país e ter sido enviada para outro lugar desconhecido, mas no final tudo se resolveu. Eu fiz alguns amigos, já tenho algumas cicatrizes novas para mostrar a minha mãe quando voltar a Nova York, e até finalmente estou me dando bem com Gabbie. Ela riu, e a mulher também riu. Não precisa se preocupar comigo, está tudo bem, de verdade.
Charlotte estava feliz por sua sobrinha. Queria conhecê-la melhor, pois haviam se conhecido quando a garota ainda era muito jovem, e suas lembranças eram diferentes do que a realidade havia se tornado, por isso queria tê-la de volta em casa como o combinado, para que se conhecessem novamente e criassem um novo laço. Mas apesar disso, Charlotte estava feliz, pois Francesca estava feliz, e isso era tudo o que importava naquele momento para ela.
Após alguns risos e lembretes — não esqueça de se agasalhar à noite, não deixe que Gabbie te coloque em encrenca, cuidado para não se machucar, se por acaso eles te pedirem para fazer algo que não queira você não deve fazer, vá a enfermaria se sentir algo, tome suas vitaminas, se lembre de beber bastante água, coma direito, durma bem e estude — as duas se despediram.
Frankie estava com um sorriso tímido no rosto quando saiu da sala da coordenação, onde havia conversado com sua tia por mais tempo do que o necessário. Ela estava realmente feliz.
Ao contrário do que estava esperando da mudança e do acampamento, tudo estava correndo bem demais. Ela gostava do lugar, gostava do clima frio, dos amigos e do acampamento. É claro que no começo a garota não havia gostado de nada, a Inglaterra parecia cinza demais, fria demais, chata e parada demais, o acampamento parecia como um colégio interno — já que eles precisavam pegar matérias para construírem seus currículos acadêmicos como em qualquer outro colégio. Porém, com o passar do mês, mesmo que o mês tenha sido assombrado por noites de dores no ombro ainda em recuperação, Frankie acabou gostando até mesmo das aulas matinais, nos desafios repentinos no meio da madrugada e das regras de sobrevivência no mundo selvagem do Camp Summer. Podia parecer chato ter aula nas férias, mas todos os alunos, novos e velhos, voltariam para as próximas férias, inclusive Frankie.
Além das aulas que acabaram por fisgar toda a atenção dos jovens, o acampamento ficava localizado em um dos lugares mais bonitos da região. Se deram conta disso quando, em um sábado qualquer, o professor de biologia os levou para acampar e eles dormiram sobre um céu estrelado e acordaram com sons de pássaros e água batendo em pedras rochosas.
Estamos estudando em nossa própria ilha. A garota de cabelos castanhos, Loki, comentou, sorridente, ao ver que estavam rodeados por um imenso oceano azul. Era verdade, estavam em sua própria ilha paradisíaca, com direito a pássaros cantando e longas árvores dançando com a brisa forte. O único resquício de existência fora daquele acampamento era uma pequena ilha ao longe, que Gabbie mencionou se chamar Ramsey Island, exceto a ilha, estavam isolados.
Quando a garota questionou o porquê fazer um acampamento tão distante da cidade a Blake, Tessa brincou respondendo que era o jeito chique dos pais ricos colocarem seus filhos em prisões discretas, para abafar seus escândalos e vícios da sociedade.
Apesar de ser verdade, uma vez que muitos estavam ali por estarem em "reabilitação", Frankie gostava do lugar. Ela gostava do cheiro do mar, das árvores que faziam música com a brisa forte, dos sons dos animais a acordando pela manhã. Era diferente de Nova York, e a lembrava das vezes em que havia viajado para o Oregon, com o pai, para acampar em lugares com grandes árvores e vários animais correndo livremente. Ela realmente gostava do acampamento.
Loki, a garota que um dia ficou distante dos demais, também acabou se acostumando. Até mesmo com Erin Forbes, que não fazia questão de esconder seu desprezo — coisa que era existente desde antes do incidente com Oliver, no começo das férias.
Foi decretado pela sorte — sorte essa chamada Gabriel Chevalier — que todos seriam amigos daquele momento em diante. Ninguém quis jogar aquele jogo, mas quando o loiro resolveu puni-los por não estarem colaborando, eles resolveram aceitar a brincadeira. Era mais fácil "fingir" gostar de alguém e sorrir para ela do que ter que lidar com as perguntas da instrutora Robs quando Gabriel começasse a jogar merda no ventilador.
No começo eles fingiram, tanto com os sorrisos quanto nas conversas, mas ao passar do tempo, descobriram que tinham mais em comum do que imaginavam, e fingir já não era mais necessário para mantê-los juntos nas horas vagas e nas classes em comum.
É claro que não era como se fossem amigos desde sempre, mas as coisas haviam melhorado. Erin e Loki passaram a ser estranhar menos, apesar de sempre estarem se olhando feio. Oliver se desculpou com Summer e Loki, assim como se desculpou com Francesca, por tê-la negado assistência médica quando seu ombro foi esmagado por seu peso. Era tudo novo para todos, principalmente para aqueles que se acostumaram a serem idiotas com seus amigos — Oliver Lecter era o ganhador da modalidade novidade após anos de babaquice —, mas por sorte, e por causa de Gabbie, passaram a conviver melhor uns com os outros.
— Nos vemos em três dias, certo? — Frankie perguntou, separando-se do abraço. Por incrível que possa parecer, a garota e Oliver Lecter acabaram se tornando realmente próximos. Não o tipo comum de proximidade, mas do tipo que incomodava Erin sempre que os via conversando. E apesar de todos acharem estranho que justo "eles" tenham se tornado amigos, Frankie achava normal tê-lo por perto e não podia acreditar que ficaria três longos dias longe do garoto. Seria irritante ter que suportar os outros sem Oliver para fazer alguma piada para animá-la ou algo parecido. Ele havia se tornado uma grande parte de seus dias no acampamento. — Três dias?!
— Três dias. — ele riu, rolando os olhos castanhos claros.
— Ok, ok! — Blake Armstrong, que também iria com Oliver para a cidade, reclamou, separando os dois "pombinhos". — Prometo que irei devolvê-lo para você em três dias, Frankie, não precisa entrar em depressão, está bem? — o garoto zombou, apertando os olhos, fazendo-a mostrar o dedo do meio. — Até prometo que estaremos de volta antes mesmo dos filmes ruins no quarto do Gabbie e da pipoca murcha da Tess. — ele mexeu as sobrancelhas, se referindo ao ritual costumeiro que o grupo fazia todos os domingos. Tess, que estava relembrando Oliver de comprar seus cigarros, virou-se para mostrar o dedo do meio ao garoto.
— Eu acho bom mesmo, B.
— Jesus — Blake rolou os olhos. — São só três dias, eu não vou roubá-lo. Você pode ficar tranquila, Frankie, Oliver vai voltar pra te aquecer a noite. — zombou, mordendo os lábios.
— Muito engraçado. — Oliver Lecter gritou, se aproximando novamente da garota. — Não dê ouvidos a ele, Franks, Blake está com ciúmes do que temos — ele sorriu, apertando o braço ao redor dos ombros do melhor amigo de infância. — Ele não consegue suportar o fato de não poder te roubar pra ele, como amiga, é claro. — o garoto soou falsamente inocente, e ela rolou os olhos claros, cruzando os braços. Odiava quando Oliver insinuava coisas sobre ela e Blake.
— Com toda a certeza do mundo não suporto o fato de não podê-la roubar para mim, Francesca Walters. — Blake bufou sarcástico, afastando o amigo. — As lágrimas que derramo a noite são a prova do quanto me magoa não sermos tão amigos quanto vocês dois.
— Vocês dois são ridículos. — Frankie murmurou, envergonhada. Novamente, ela odiava quando Oliver insinuava coisas, mas odiava ainda mais quando Blake agia como se não se importasse em forjar laços com ela, porque, de alguma forma, a garota sentia que era verdade, que ele não queria saber de sua amizade da mesma forma que queria com os outros.
Antes de entrar no carro, Blake Armstrong, que sempre olhava para Francesca Walters como se ela houvesse feito algo errado, sussurrou algo no ouvido de Loki Dupont, que apontou para a amiga de cabelos escuros e olhos azuis. Ele colocou as mãos na cintura e suspirou, fazendo uma careta feia antes de assentir e correr a passos lentos em direção a morena.
— Pode me fazer um favor? — ele surpreendeu Frankie com a falta de sarcasmo na voz. A menina ergueu as sobrancelhas, surpresa. — Seria bom ter uma resposta. — o garoto pediu, mordendo os lábios já machucados. Ela assentiu, confusa. — Ok. Eu sei que não somos amigos e que eu deveria estar pedindo isso a Loki ou ao Gabbie, mas acho que você tem mais responsabilidade do que eles — o moreno riu, colocando uma mecha do cabelo preto atrás da orelha. — Então será que você pode cuidar da Summer por mim? Vocês duas tem conversado bastante, ela gosta de você e te ouve, ás vezes. — riu, sem graça.
Frankie enrugou as sobrancelhas, confusa. Era verdade, ela e Summer haviam se aproximado um pouco com o passar dos tempos, as duas sempre conversavam sobre filmes e músicas, mas nada além disso. Não eram "amigas", apenas conversavam sobre filmes e tinham amigos em comum, então a garota de cabelos escuros não entendia como de repente havia se tornado a melhor opção para ficar de olho na loira quando na verdade não sabia nada sobre ela.
— Blake... — Frankie quis dizer que não se sentia confortável, mas não conseguiu. Havia dito a tia que tinha amigos e estava bem, mas a verdade é que ela tinha Oliver e Loki, enquanto os outros eram apenas os amigos de um de seus amigos, que por obra do tempo juntos havia passado a conviver mais. Eram "colegas". Frankie não queria ter colegas, não enquanto ainda tinham dois meses inteiros para se conhecerem, não enquanto fosse continuar vivendo na Inglaterra. Ela queria ter amigos, laços construídos com o tempo, pessoas com quem pudesse contar enquanto vivesse naquele país, enquanto estivesse longe de sua mãe e irmã. Ou seja, ela podia escolher continuar tendo apenas filmes e algumas músicas em comum com Summer, ou podia pegar aquela chance para conhecê-la melhor. Não seria tão ruim assim.
— Por favor?
— Está bem. — respondeu, dando de ombros. Erin Forbes, que ainda os estava encarando com a mesma expressão irritada, rolou os olhos. Ela não gostava de Summer. Nem mesmo a convivência de um mês havia mudado isso, e talvez nada fosse mudar. Erin havia deixado claro que podia se sentar na mesma mesa que Summer Armstrong e Loki Dupont, mas que não iria esquecer o que as garotas haviam feito. Em resumo, ela as culpava por Oliver tê-la deixado, o que não era mentira. Graças a língua grande de Summer e a confirmação de Loki, Oliver descobriu que Erin Forbes era portadora de uma deficiência cromossômica, onde a garota tomava hormônios para amenizar as características masculinas adquiridas por seu problema.
Ela não era um garoto como Summer insinuou, não tinha um pênis e muito o estava escondendo — até porque seria complicado esconder um pênis por quase um dois anos de namoro, não quando o seu namorado é Oliver Lecter —, porém, isso não impediu que Oliver terminasse o namoro de dois anos. Erin o amava, então ser deixada por seu problema apenas a fez odiar Loki mais do que já a odiava, Summer foi apenas acrescentada a lista negra.
— Você promete?
— É claro — Frankie abanou a cabeça. — Ela não vai se meter em problemas, prometo. Até porque o causador de metade deles não vai estar por perto. — a garota o lembrou, apontando para o amigo, que estava debruçado sobre a janela, abanando a mão em despedida.
— Não é só Oliver. — Blake suspirou. No começo o garoto não era muito bom em defender a irmã, ele estava sempre rindo das coisas que Oliver fazia contra ela e sempre rolava os olhos quando a garota saia "machucada" das brincadeiras do amigo. Mas depois da confusão, quando Oliver esbofeteou o rosto da garota e ela o ameaçou de morte na frente de todos, Blake se tornou mais presente para ela, mais protetor. — Sei que é meio ridículo ficar te pedindo isso, você não tem a obrigação, mas eu demorei tempo demais pra agir como um irmão, e ela não tem ninguém aqui além de mim. Não posso sair por três dias e deixá-la sozinha no meio dos abutres-
— BLAKE! — os dois ouviram Oliver gritar do carro.
— Porra, ele é um saco. — Blake resmungou, esfregando as mãos no cabelo já bagunçado.
— Vá de uma vez. — Frankie tentou soar legal. — Eu vou cuidar dela. Palavra de escoteiro, apensar de nunca ter sido uma — ela sorriu, empurrando-o em direção a escada. — Sua irmã vai ter os melhores três dias da vida dela. Juro solenemente. Agora vá!
— Está bem, está bem.
— Blake — Gabriel Chevalier chamou, enfiando as mãos nos bolsos do jeans. — Se por acaso você ver a minha tia, diga que odiei o presente de aniversário. — ele resmungou, apertando os olhos claros. — Já sou grande o suficiente para não precisar ganhar cuecas do homem aranha.
Gay! — foi o que Oliver gritou do carro. Tessa riu, se agarrando no braço do loiro.
— Ficarei feliz em ajudar com seus problemas aracnídeos. — Blake riu, se jogando de uma vez por todas no banco detrás do carro que a mãe havia enviado para apanhá-lo.
Ele havia sido chamado, um dia antes, na secretaria e Robs lhe comunicou que um carro estaria vindo buscá-lo na manhã seguinte para levá-lo a Liverpool. Aparentemente, havia surgido um problema em uma das empresas da família Armstrong e Sage, mãe de Blake e Summer, precisava do filho em casa para ajudá-la a resolvê-los. O garoto resmungou como se tivesse sete anos de idade, mas concordou em sair do acampamento, em perder alguns dias de férias para ajudá-la, contanto que a mãe convencesse Robs a deixar Oliver sair também.
Quando o carro atravessou o grande portão prateado do acampamento Summer, ele se deu conta de que havia esquecido de falar algo importante a Loki. A garota não havia aparecido para se despedir como os outros, ao contrário dos amigos, ela não achava que três dias eram grande coisa, então havia apenas se despedido de Blake antes dele descer. Depois disso, o garoto não a viu mais, pois Loki se trancou no quarto com Meggy, como de costume, para beber e fumar.
Blake agarrou o celular e digitou uma mensagem para a garota. Eles haviam se torados amigos como Oliver e Frankie. Na verdade, haviam se tornado mais do que amigos, mas ele preferia não admitir isso na frente dos amigos, não enquanto Oliver Lecter fosse Oliver Lecter.
Não queria correr o risco de colocar um alvo nas costas da garota, porque Frankie podia acreditar que Oliver havia mudado, mas Blake sabia que não era bem assim, que o garoto estava apenas tentando — conseguindo — chegar até o coração dela. Sem Frankie por perto Oliver era tão idiota quanto no começo das férias, e ele não pensaria duas vezes antes de pegar no pé de Loki pela garota estar "vendo" um de seus melhores amigos.
O garoto riu da resposta, e se preparou para digitar uma terceira mensagem quando o carro parou bruscamente, fazendo-o ir para frente e voltar contra o banco, deixando seu celular cair.
— Mas que porra... — Oliver, que já estava roncando a algum tempo, enrugou o cenho.
Blake tirou o cinto de segurança e se aproximou do vidro que os separavam da parte do motorista, dando duas batidas fortes nele. Esperou que o motorista respondesse, mas nada aconteceu, então bateu mais algumas vezes, chamando-o por seu nome. Como se as portas trancadas, o solavanco repentino e a falta de resposta não fossem suficientes, uma música gritante e alta demais ensurdeceu seus ouvidos com força, fazendo-o resmungar.
— Puta que pariu! — Oliver reclamou, tirando seu cinto. — Que merda é essa?!
— Samuel?! — o garoto chamou, colocando as mãos nos ouvidos. — Samuel, abaixe isso pelo amor de Deus, Samuel! — Blake gritou, socando o vidro. — Samuel, está me ouvindo?!
— Ele ficou louco?! — Oliver Lecter gritou contra o som alto. — Por acaso esqueceu de pagar aos seus empregados e eles resolveram se revoltar, B? — brincou, rolando os olhos. — Esse som está insuportável, mande-o abaixar essa porra de uma vez! — gritou. — Cacete, eu vou acabar surdo se ele continuar aumentando esse volume, porra!
— Merda. — Blake Armstrong agarrou a trava da porta, abri-la. Não sabia o que o estava o irritando mais: o som alto, a falta de resposta ou o fato da mãe ter enviado um carro que mais parecia uma fortaleza. Na terceira tentativa de quebrar a janela, sentiu o pé latejar cruelmente de dor. — Samuel?! — o garoto gritou mais uma vez, batendo as mãos vermelhas contra o vidro ainda fechado. — Pelo amor de Deus, Samuel... — grunhiu, sentindo os ouvidos doerem pelo som ensurdecedor. Estava pressionando as mãos contra os ouvidos quando ouviu um clique, seguido da lentidão dramática do vidro descendo. Oliver gritou furioso para que o motorista desligasse a música e destravasse a porta, mas quando viu a coisa prata sendo jogada no chão, entre suas pernas, ele sentiu um choque percorrer seu corpo. A fumaça não demorou a preencher o espaço onde estavam, e o vidro preto, que antes pareceu levar uma eternidade para descer, subiu rapidamente, impedindo-os de passarem por ele, para longe da granada de fumaça.
Os olhos azuis claros de Blake Armstrong pesaram, assim como os de Oliver Lecter. Os dois abanaram as cabeças, sentindo-se lentos e confusos com a fumaça que os cobriam.
— Samuel... — Blake tossiu, encostando a cabeça no banco. — Sam... S-Sam...
Blake... — seu nome sendo chamado por Oliver Lecter foi tudo o que Blake Armstrong ouviu antes de sentir sua consciência ir embora. Seus olhos se fecharam. Tudo ficou preto.

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⏰ Poslední aktualizace: Mar 03, 2017 ⏰

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Dear Frankie {hiatus}Kde žijí příběhy. Začni objevovat