54 - 17ão

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Kyara

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Kyara.

Minha festa de quinze anos foi um sonho. Um sonho que eu realizei. Sempre cresci idealizando aquele momento, e semanas após a festa, eu ainda vestia o vestido e ficava me encarando no espelho com um sorriso e um coque mal feito que eu fingia ser um penteado super chique. Eu nunca achei que teria uma festa de aniversário mais marcante que aquela, que precisou de uma produção enorme, e meses para ser finalizada; Mas eu estava enganada. A aparência daquela festa, não se comparou a alegria que eu senti quando entrei no salão Finance, que ficava a uns 14 minutos de distância da minha casa, e vi aquelas pessoas. Não eram muitas, acho que menos de 50, mas eu me senti tão bem, porque todos que estavam ali, vinheram realmente porque me achavam especial. Já que minha festa de quinze teve vários penetras da escola, e pessoas que roubaram convites da minha mochila.

Foi simples, mas tão marcante. Aquelas poucas horas da tarde de domingo, me fizeram pensar no quão eu tinha mudado de dois anos pra cá.

E sim, eu tive meu momento de nostalgia, porque eu era a aniversariante, então eu podia, obrigada de nada!

Eu to crescendo... E isso me assusta.

Ai misericórdia! Chama minha mãe.

- O que tinha nessas trufas? - o Gustavo perguntou.

- Hum? - perguntei, sem entender a pergunta. - Que? O que tem as trufas?

- Você tá parada. Sentada e com um copo fazio de fanta na mão. Tá normal?!

Olhei para ele com cara de tédio.

- Não sei. Deixa eu ver... - fingi pensar e roubei um beijo dele. Ele riu. - É, acho que agora eu tô bem.

-Boba! - ele riu e me abraçou.

Suspirei.

Tai outra coisa que eu não sabia que ia acontecer. Aquele garoto da aula de ciência (que é biologia mas nós chama de ciência porque acha que ainda está no ensino fundamental), iria colocar uma aliança no meu dedo e me pedir em namoro.

Certo... Isso ainda não aconteceu... Porque a gente tá orando, conversando, cozinhando, montando a mobília, fazendo crochê com os netos, e acordando cedo pra varer a calçada, tudo, menos namorando...

Tudo porquê... ⬇⬇⬇

Seguindo a ordem das minhas palavras: "- Eu não sei nem abrir a tampa da panela de pressão direito, quanto mais ter maturidade para um relacionamento." (percebe-se)

Seguindo a ordem das palavras da minha mãe: "- Meu bebê não tem idade pra namorar. Tá muito cedo! Kyara, vai comer terra!" (crise de riso nessa aqui)

Seguindo a ordem das palavras do Gustavo: "- Vamos conversar. Esperar. Eu gosto de você, mas um namoro não pode ter outro abjetivo se não o casamento. E sim, é isso que eu quero pra gente, mas eu não vou passar 5 anos te enrolando. Principalmente agora, que vai me abandonar, que vai para o Canadá estudar, e vai me esquecer. Vamos ser racionais. Namoro a distância não dá!" (eu só acho que a convivência comigo tá deixando ele com os parafusos meio folgados)

Aos olhos de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora