11. Um pequeno surto

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   Hoje é sábado, finalmente. Meu corpo implorava por descanso demorado e pijama o dia todo. Acordei mais cedo que de costume, então decidi fazer o café da manhã. Ian estava dormindo, e Kath até agora não voltou.

   Enquanto preparo os sanduíches ouço meu celular tocar na sala. Limpo as mãos no pano e corro para ver quem me ligava. Era Noah. Se ele acha que eu vou atender rápido está muito engando.

   — Alô? — atendo depois de alguns toques.

   — Pode vir aqui em casa? — pergunta baixo.

   — Não. — falo seca. Ainda não me esqueci do que ele disse.

   — Por favor. — ele diz e tosse em seguida. — Não me sinto bem.

   Se me senti aflita quando ouvi isso? Me senti mesmo, porque sou trouxa.

   — Olha, — falo tomando uma decisão. — arruma algumas coisas para usar aqui. Vou te buscar. E sem desculpas. Chego em trinta minutos.

   Desligo antes que ele reclame e vou para o quarto do Ian. Entrando lá, encontro tudo escuro. Vou até a janela e a abro, permitindo o sol iluminar aquele breu.

   — Ian, acorda. — falo me virando e dando de cara com dois homens. — Mas o que...!?

   Ian tem o sono leve, então acordou primeiro. Ele me olhou confuso. Depois lembrou que havia companhia.

   — Não sabe bater na porta? — sussurrou.

   — Isso não é novidade pra mim, Ian. — falo. — Enfim, preciso que termine o café da manhã. Vou ter que sair rapidinho, volto em alguns minutos.

   — E pra onde vai? — pergunta.

   — Noah. Ele está doente, vou trazer ele para cá.

   — Depois de ontem? — gargalhou. — Eu nunca mais vou olhar pra cara daquele cretino. — disse na tentativa de imitar minha voz. — Toda enciumada por causa da vizinha gostosa.

   — Ah, Ian... Me deixa.

   Digo saindo rápido do quarto, desço as escadas de dois em dois degraus e pego a chave do carro e meu celular. Saio de casa e chamo o elevador. Olhei para ver em que andar ele estava. Minha pressa falou mais alto e resolvi descer as escadas correndo para o estacionamento.

   Cheguei em menos tempo do que eu imaginava. Corri mais um pouco até o carro e, ofegando, entrei nele dano a partida.

   Se me perguntarem o porquê da pressa, eu não saberia responder. Eu só estou apressada e ponto. Quero chegar o mais rápido lá. Noah deve estar doente. Lembro que ontem ele estava rouco. Será que ele pegou um resfriado? Ou não anda comendo direito? Não descansou direito? Ou meu chute o adoeceu?

   Não sei se isso é possível, mas os pensamentos me mantiveram ocupada, e cheguei rápido sem nenhum acidente no caminho. Estacionei no mesmo local de ontem e subi as escadas correndo. Eu amo escadas, só pra constar. Elevador me deixa sufocada quando estou sozinha nele.

   Finalmente chego no andar de Noah, e andando em direção à sua porta, vejo a vizinha oferecida saindo do seu apartamento e indo em direção ao dele com uma roupa escandalosa. Aquilo era um short ou uma calcinha jeans? E aquele pedaço de tecido nos seios serve pra quê?

   Ah, mas hoje você não vai abusar da minha gentileza!

   Andei mais rápido para acompanhar ela, mas ela chegou primeiro. Eu vi uma xícara com ela. Será que ontem ele foi mesmo tomar chá com ela?

Apaixonada pelo Sr. Donovan?Onde histórias criam vida. Descubra agora