18. Padre pecador

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   Quatro semanas se passaram, e durante essas, eu voltei a trabalhar. Não na Donovan, apesar de Noah ainda não ter aceitado isso, mas agora sou secretária do sócio de Ian, Peter Hann, um cara profissional e muito galanteador.

   Ultimamente ele veio com um súbito interesse por mim, o que não é nada legal, mas sem me desrespeitar. Noah nem sonha com isso, se não já teria feito algo pra me tirar daqui, eu não conto porque apesar desse detalhe mínimo, nos damos bem no trabalho. Hann tem seus horários de dar em cima de mim, geralmente é no horário de almoço e de saída, mas não dura muito tempo, já que não dou moral pra isso.

   E nesse exato momento, estou na saída da minha sala às pressas para o senhor Hann não me acompanhar. Me despeço de algumas modelos com que fiz amizade e de outros funcionários no caminho, chegando no hall de entrada rapidamente.

   Ian já está em casa, e Noah fez questão de vir me levar pra casa. Dele.

   Saindo da empresa, vejo o carro, tão comum pra mim agora, de Noah, e o mesmo com a cabeça apoiada na mão, olhando pro celular.

   Sorrio automaticamente ao vê-lo. Estamos tão bem um com o outro, que nada poderia estragar isso. Eu andava lentamente em sua direção, ainda sem ser percebida por ele, parando ao ouvir meu nome.

   — Rachel! — a voz de Peter soa atrás de mim, e eu me viro rapidamente. Ele estava há uns metros de distância, e foi diminuindo a cada passo. — Nem se despediu do seu chefe?

   — Ah... Me desculpe, eu estava apressada para falar com uma das modelos. — minto.

   — Ah, tudo bem. — sorri. — Então, está livre hoje?

   — Bom...

   — É que abriu um novo restaurante, e eu queria saber se você gostaria de ir comigo. E não aceito um não como resposta.

   — Senhor Hann, eu não...

   — Ela já tem um compromisso, amigo. — a voz de Noah provoca arrepios por todo meu corpo, seu braço agarra minha cintura com possessão. Apesar de parecer um poste mijado, tava gostando da sua atitude possessiva.

   — Ah, desculpe, amigo. Mas eu estava falando com ela. — meu chefe sorri irônico, e eu não tava gostando daquilo.

   Noah faz menção de me puxar, mas eu me mantenho ali. Preciso responder o convite.

   — Desculpe, senhor Hann, — começo. — agradeço pelo convite, mas não posso aceitar.

   — Tudo bem. Hoje eu deixo passar. — sorri pra mim, e então olha para Noah. — E fora da empresa, prefiro que me chame de Peter. Não há necessidade de tanta formalidade.

   A mão de Noah aperta minha cintura e ali vejo que é hora de ir.

   Desejo boa noite e puxo meu ex-chefe para o carro. Ele liga e dá a partida em seguida, encarando meu chefe.

   Depois de um tempo, o silêncio estava ficando tenso. Eu sentia a raiva fluir dele, e isso era ruim.

   Já é frustrante dormir com ele sem acontecer nada, imagine dormir depois do que aconteceu.

   — Ei, padre, bota pra fora. — digo me preparando para suas sugestões mandonas de voltar pra Donovan.

   — Desde quando ele dá em cima de você?

   — Faz uns dias.

   — E por que diabos não me contou?

   — Nonô, ele nunca me abordou assim. Nem mesmo foi desrespeitoso. Ele apenas me elogiava demais, insinuava que eu era seu tipo... Nada grave, não vi motivo.

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