17. O bom da discussão, é a reconciliação.

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   Os braços de Noah me envolvem num abraço apertado. Eu fiquei estática. Não esperava isso. Não esperava vê-lo, muito menos tocá-lo. Seu peito se movia freneticamente no meu, numa respiração descompassada.

   — Céus... — diz com voz abafada pelo meu pescoço.

   Ele me solta e me olha. Seus olhos parecem perdidos, havia preocupação ali, e sua barba estava mais comprida que o normal. Como sempre, estava maravilhoso.

  Sem falar nada eu olho para a porta e entro. Jogo meu vestido e sapatos no sofá e sigo para a cozinha. Isso foi uma ilusão, certo? Eu vou me virar e Noah não vai estar aqui.

   Abro a geladeira e pego uma jarra com água e coloco a boca na borda da mesma, bebendo. Coloco-a na pia e fecho os olhos. Ele não pode aparecer e me deixar assim, pra depois ir embora. Ele não pode maltratar assim o meu coração.

   — Ian? — grito, chamando-o. —  IAN!

   — Ele saiu. — disse a o cara que eu ainda prefiro acreditar ser uma ilusão. — Rachel...

   — O que você tá fazendo aqui? — sinto meus olhos arderem ao marejarem.

   — Ian me ligou dizendo que você sumiu na festa. Eu fiquei preocupado, claro.

   Eu ri. Era uma risada triste. Neguei com a cabeça e me virei pra ele. Ele estava do outro lado da mesa.

   — Onde esteve? — pergunta.

   — Ah, eu? Bom, eu estava numa festa, como sabe. Bebi mais do que devia e acabei dormindo com John, sabe, o irmão mais novo da Peyton. — digo e ele me olha surpreso.

   — Você o quê!?

   — Dormi. Com. Um cara. — digo firme, as lágrimas já escorrendo. — Não me arrependo. Ele disse o que sente por mim, Noah. Ele disse que estaria disposto a me ajudar a te esquecer!

   — E por que não aceitou? Já que transaram sem terem uma relação. — sua voz estava alterada, três tons mais alto. — Talvez ele aceitaria que outro cara te cumprimentasse com um beijo na boca. E então, por quê não aceitou?

   — PORQUE EU NÃO QUERO TE ESQUECER!

   Eu já estou soluçando. Meu choro já se descontrolara. Eu passei as mãos nos olhos, limpando o excesso de lágrimas deles, voltando a olha melhor para Noah. Ele estava me olhando de boca aberta.

   O silêncio durou um pouco mais, apenas meu soluço o quebrava. Era tão ruim. Depois de meses, ele vem e traz tudo à tona. Traz toda a dor daquele dia.

   — No dia que esbarrei em você no Central Park, — começa, me fazendo olhá-lo. — eu disse a mim mesmo, que não gostava de mulheres desastradas. — ele andou até mim, ficando a três passos de distância. — Então descobri que minha secretária particular era a desastrada do Central Park. Não achei uma ideia muito boa, trabalhar com alguém assim. Mas você se mostrou competente. Eu comecei a gostar da forma que você ficava quando eu a tratava rudemente. — sorri. — Até que vi você com Ethan, se dando tão bem. Eu não me senti bem. Eu tinha vontade de bater nele. Eu senti ciúmes. E ali descobri que estava apaixonado pela minha secretária.

   Eu não consegui digerir isso rapidamente. Eu estou completamente confusa. O que diabos ele está fazendo?

   — Rachel... eu nunca considerei você um passatempo.

   — Não foi o que me disse.

   — Eu fiquei louco quando vi você beijando aquele cara. — eu abri a boca para rebater, mas ele continuou. — Por mais que fosse surpresa, e você não ter correspondido, naquele momento o que eu vi e interpretei, foi que você estava me traindo. Eu diria qualquer coisa para não ficar por baixo, para não ser o traído, porque não queria demonstrar que aquilo me deixou abalado.

Apaixonada pelo Sr. Donovan?Onde histórias criam vida. Descubra agora