Apaixonada pelo Sr. Donovan?

19. O pedido (Bônus: Noah Donovan)

   Pouco mais de uma hora, Rachel aparece andando quase como um zumbi, saindo pela porta. Algumas pessoas passam por ela, se despedindo. Ela finalmente me vê e sorri pra mim, andando um pouco mais rápido. Também sorrindo, eu me desencosto do carro, pondo as mãos no bolso.

   Mas logo a minha alegria vai pro brejo.

   Ouço aquele bastardo chamá-la, e correndo até ela, como da outra vez. Será que vai ser assim todo dia?

   Eu começo a andar pisando forte em sua direção. Esse cara não entende mesmo.

   — ... um chá ou sei lá? — ele diz se aproximando dela.

   — Eu já disse algumas vezes antes, e vou repetir, eu sou comprometida, senhor Hann.

   — Ora, Noah Donovan? Estão realmente juntos?

   — Sim, estamos. Então, se não quer ser processado por assédio sexual, recomendo não se aproximar de Rachel. — digo me colocando na frente dela.

   — Seria assédio se eu ameaçasse despedí-la ou se eu fizesse algo mais sério, Donovan. — diz me encarando risonho. — Eu nunca faria mal à Rachel, já que realmente gosto dela.

   Meu sangue fervia, e Rach pareceu sentir minha raiva, já que tocou meu braço pedindo pra ir embora. 

   — Essa sua insistência não faz bem à ela. — sorrio.

   — Noah... — sussurra ela ao meu lado.

   — Rachel sabe que nunca a desrespeitei, apenas estou sendo honesto com meus sentimentos. — ele põe as mãos nos bolsos, agora olhando pra ela, que o encara timidamente.

   — Mesmo ela namorando? — me aproximo dele.

   — Noah... É melhor...

   — Mesmo ela namorando você. — ele se aproxima de mim com um sorriso provocativo. — Se fosse outra pessoa, eu já teria desistido.

   — Senhor Hann...

   — Então seu problema é comigo, certo?

   — Interprete como bem quiser.

   — Chega, vocês dois!

   Rachel grita entrando no meio. Revezava entre olhar pra mim e para aquele babaca, deixando visíveis suas bochechas vermelhas e inchadas de quando fica zangada.

   — Parecem duas crianças brigando por um brinquedo. Eu não sou algo pra se disputar! — ela olha pra seu chefe. — Senhor Hann, não me convide mais para sair, por favor. Eu tenho um namorado. — ele parece surpreso, já que normalmente ela não age assim. Não com ele. — E você, Donovan, — ela puxa minha gravata me fazendo curvar um pouco o corpo. — vai me pagar.

   Ela me solta com um pequeno empurrão, me desequilibrando um pouco, e sai pisando forte à caminho do carro. Eu ainda estou parado, surpreso por aqueles bracinhos magros terem alguma força, vendo-a cada vez mais perto do automóvel.

   — O que aconteceu com ela? — o cara ao meu lado pergunta mais pra ele do que pra mim.

   — TPM?

   — Mulheres...

   — É... — voltando ao presente, percebo que ela desvia o caminho. Eu deveria saber que ela iria fazer carranca pra ir sozinha pra casa. — E fique longe dela. — encaro o bastardo.

   — Você sabe que não ficarei.

   — Olha aqui, seu...

   — Se eu fosse você, iria logo. Ou prefere que eu a deixe em casa?