Segundo fragmento do passado

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*Marie*

Acordei no quarto do meu apartamento e olhei para os lados. Minha mente estava embaralhada e turva, não consigo lembrar de nada claramente.

Olhei ao arredor e em cima da minha mesa ao lado da cama vi uma carta. Tentei ao máximo e lembrei de onde era : Nicolas. A peguei rapidamente e comecei a ler.

"06 de  julho

Marie você deve estar achando estranho a data, mas sim, comprei seu presente de aniversário agora em julho mesmo. Razões? Nenhuma. Apenas gostei do colar e parecia que entregar no seu aniversário seria uma boa idéia  e como você adora cartas, resolvi escrever uma.

Primeiramente saiba que estou realmente feliz por estar sendo pai e quem diria que a mãe do filho que sempre quis seria você.

Nós sempre fomos bons e grandes amigos, sempre nos vimos como irmãos daqueles bem grudados. Eu lembro como se fosse ontem quando éramos pequenos e corríamos feitos retardados no meio da rua irritando dona Melissa e minha mãe, como se fosse ontem você me mostrando o que era magia, como se fosse ontem a nossa idéia absurda de que como não sabíamos beijar testamos um no outro e eu me envergonho até hoje. Ainda me lembro do Bullying que você sofria pelas garotas invejosas da escola e do jeito fofo que você rebatia: "eu não ligo" ... Nossa até ri aqui ao lembrar. Você Marie foi feita para brilhar e ser o ponto de luz mais alto na terra, quero que saiba uma coisa também.... mas isso é para depois.

Sabe, no dia que acordamos um ao lado do outro eu não me lembrava de nada eu me senti realmente frustrado com isso. Senti que tinha lhe feito algo terrível, mas também estava realmente feliz. Uma felicidade que não tinha tamanho, por que? Porque você estava ali, comigo, não com um qualquer que você usou para afogar suas mágoas, não com babaca do Henry e sim comigo e também me senti feliz por mim. Por não estar com qualquer uma como já estava acostumado e sim por estar com você, a mulher mais importante para mim.

Retomando ao o que queria lhe falar, Marie, desculpe por estar falando isso para você agora, mas nunca tive coragem antes... Marie, saiba principalmente que à vinte anos eu sou completamente apaixonado por você. Nossa falei. Marie eu à amo desde que lhe conheci , mas você sempre me olhou como um bom amigo então resolvi me afastar de você com essa intenção, porém meu amor só cresceu cada vez mais por isso comecei a sair com várias mulheres para lhe esquecer para suprimir meu desejo, meu amor por você. Pode parecer estranho estar me declarando agora é ainda mais por uma carta só que não posso manter isso dentro de mim para sempre e muito menos casar sem que você saiba dos meus sentimentos, desculpe por isso tudo e por favor não me odeie.
Feliz Aniversário Marie!  "

-Eu nunca irei te odiar Nicolas -falei segurando às lágrimas que caiam em cima da carta... ele não poderia ter morrido, eu queria escutar isso da boca dele, queria pode-lo abraçar queria.... De repente uma dor tomou minha cabeça e ao olhar para frente vi a mim mesma e o Nicolas, minha respiração fracou e comecei a assistir o que se passava: foi o dia em que descobri estar grávida.

-Isso é sério? -ele perguntou incrédulo a minha frente - Marie não pode ser...

-Mas é a verdade, eu não brincaria com isso Nicolas! - disse.

-Eu sei! Mas -ele deu uma pausa e levou a mão ao rosto -Não há nada que possamos fazer não é mesmo? - ele sorriu e eu fiz uma cara surpresa que vendo deste ângulo é bem engraçada.

- Eu achei que...

-Não me diga que pensou que eu não acreditaria em  você? Marie. Você é a pessoa que eu mais confio no mundo, e também você não fez sozinha então vamos criar esta criança ok? - ele disse me abraçando com aquele lindo sorriso.

-Nicolas! -o correspondi.

Minha visão ficou turva e tudo começou a passar rapidamente até parar em um ponto: Nicolas tinha acabado de sair da minha casa, ele andava a caminho da sua casa quando foi abordado por um homem, com certeza era o Jeff. Minha visão foi os acompanhando, acho que o Jeff fingiu pedir alguma informação e quando o Nicolas foi o ajudar ele o drogou e arrastou para aquele maldito galpão e lá vi algo que realmente não gostaria: A tortura e morte de Nicolas.

O desgraçado o amarrou em uma cadeira assim como a Alice, mas com arame farpado, a dor que Nicolas sentia se reproduzia em minha pele e em minha mente. Eu não queria ver. Eu não queria me ver perdendo o Nicolas eu não queria o ver sofrer, mas essa maldição que chamamos de "dom" estar me obrigando. Depois de corta-lo diversas vezes  uma faca praticamente cega jogava sal ou álcool em cima dos cortes. Agulhas... Agulhas foram colocadas entre suas unhas e quando ele gritava, Jeff as empurrava e faziam com que as unhas caíssem.  Pancadas, socos, cortes, correntes... Tudo... eu não aguentava mais, eu não queria mais... eu queria ajuda-lo , ir lá e jogar o maldito do Jeff no inferno e salvar o Nicolas... e... mas... por favor... PARE! - gritei e voltei ao meu quarto vendo minha mãe a minha frente.

-Marie?  Esta tudo bem? -ela me perguntou sentando ao meu lado.

-Eu vi mãe... eu vi o Nicolas... morrendo -disse entre uma chuva de lágrimas, a abraçando e tremendo muito.

-Marie...-ela ficou em silêncio um tempo apenas afagando meu cabelo - Vamos sair daqui, vamos para Nova Orleans, lá você estará segura comigo.

-Eu não posso deixar minha vida aqui mãe -disse a olhando.

-Marie se você ficar aqui será morta e você sabe disso -disse ela.

-Eu sei...me deixe pensar mãe -disse.

***

Três dias se passaram e nem sinal do Jeff, mas finalmente tomei minha decisão: Irei para Nova Orleans por enquanto e quando tudo se acertar voltarei e matarei o desgraçado da mesma forma que ele fez com o Nicolas.

Fui até o cemitério e fiquei em frente a sua lápide. Lembranças e momentos tomavam minha mente e lágrimas vinha a minha face.

-Nicolas, eu estarei indo para Nova Orleans, vou viver um pouco e depois voltarei. Vou dar a vida a nossa filha e tirar a de um desgraçado -me virei e entrei na floresta pelo acesso que tem no cemitério, fui caminhando calmamente pela trilha até chegar ao pequeno lago que aqui havia.

Olhei para os lados e não vi nada de anormal. Modifiquei voluntariamente os meus olhos e dispensei vários corvos para que fiquem de vigilância.

-Alice, venha até a mim -olhei para o lago e à vi emergir. Quer dizer, vi sua alma emergir.

-SUMA! -ela gritou.

-Eu libertarei você e todos que estão presos ao Jeff... me aguarde -disse e sua expressão se suavizou, sua aparência estava natural e um sorriso saiu em seu pálido rosto.

-Por favor ...Marie -ela disse e desapareceu.

-Pois bem, o que me resta agora é Nova Orleans.

***

Desde a noite de halloween minha mente anda bastante confusa, mas mesmo assim tenho noção e algumas lembranças do que ocorreu. Por enquanto resolvi ignorar isto e ir me despedir das pessoas da cidade, fui em todos mais próximos a mim e quando estava saindo do bar vi do outro lado da rua o homem que costuma o frequentar olhei alguns segundos e do nada ele sumiu, porém algo em minha cabeça me incomoda...

O peso do destino - [Jeff The Killer] (Concluído/Revisão)Where stories live. Discover now