VII-Acorrentados pelo destino

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*Marie*

-Onde está a Alba? -perguntei me aproximando.

-Ela não voltará mais -ele respondeu friamente.

-Por qual motivo? -perguntou Nicole se aproximando também.

-Ela disse que não se envolveria mais com a garota -disse ele sem alterar o tom.

-Por que? - perguntei tão fria quanto ele.

-Eu não permitirei que ela continue a vê-las.

*Jeff*

Estava afiando algumas lâminas, quando me recordei de algo interessante sobre a garota irritante. Será que consigo achar algumas aranhas nesta região?

Saí do quarto e fui atrás de algum recipiente de vidro para capturar algumas amiguinhas que a Nicole tanto ama, tortura-la antes de sua morte é algo excelente.

Fui caminhando e pegando o que dava no meio da floresta. Tudo ocorria bem, quando ao me aproximar do lago, notei alguém sentada ao píer e ao me aproximar logo a reconheci: a ruiva.

-Ora, parece que mesmo não tendo saído para caçar, encontrei uma presa maravilhosa a minha frente -disse e ela me olhou por cima do ombro.

-Ora, parece que o reles humano pensa que conseguiria me matar -disse a vadia ruiva se levantando.

-Veremos -fui correndo em sua direção para atingi-la, mas ela segurou meu pulso e me tomou a faca -Opa.

-Eu não tenho mais a intenção de lutar contra você ou coisa parecida Jeff -disse ela.

-Não é luta. Será uma carnificina -respondi sacando outra faca e acertando sua barriga.

-Você nunca aprende -ela riu, removeu a faca e me jogou para outro lado do píer -Jeff, não confie em ingenuidade.

-Querendo me dar conselhos? -ri-
Que ironia.

-Trate como quiser, não irei mais interferir em nada -ao terminar de falar, sumiu completamente.

-O que tudo isso significa? -perguntei para mim mesmo, perdido em pensamentos confusos.

*Narrador*

O destino...o destino é um grande fardo, um grande peso. Seria ele que mais uma vez brincaria com a bruxa e o infame serial killer?

Seria ele quem começou está guerra, e seria ele mesmo quem acabaria com ela?

O cruel destino que tirou o pai de uma criança que nem nascido havia e lhe tirou dos braços de sua mãe, entregando-a para o pior predador que cruzou o fluxo de suas vidas.

Ah.. a criança. Acorrentada a um terrível destino. Acorrentada a um fardo irreversível, o pai morto a mãe igualmente morta, que se move apenas pelo desejo de proteger sua criança, se move apenas pelos sentimentos egoístas de sua familiar que prendeu sua alma a terra, que se move pelo simples desejo de manchar o solo com o sangue de seu assassino, que se move apenas pelas pesadas correntes que a ligam aos seus desejos. A criança esta corrompida, manchada pelo sangue de várias pessoas ao seu arredor. De pessoas vivas e pessoas mortas, seria ela a pior de todas ou a mais inocente no meio?

***

Marie foi deixada. Alba não poderia mais ajuda-la. Por que razão? Por qual motivo a mulher que a fez voltar a vida, a abandonaria assim? Logo Alba, que um dia visitou o lago onde teria ocorrido o fim de sua prima e lá jogou um artefato canalizador de almas prendendo assim a sua familiar naquele local. A ruiva não havia revelado a ninguém este segredo, a não ser ao seu companheiro que tentara  impedi-la de inicio, mas percebendo que a mulher não voltaria atrás, mesmo quebrando uma das maiores leis naturais o que a levaria a uma terrível punição, deixou-a fazer o que bem entendesse.

A melodia do violino tocado pela ruiva se espalhou pela densa floresta anunciando o clímax da guerra entre dois mortais, anunciando por meio de suas notas o respectivo ganhador e anunciando por fim o último suspiro de alguém. A jovem mensageira da morte estava ali para levar o perdedor, o humano que irá cair primeiro. Sua melodia era tocada em perfeita harmonia com as gotas de chuva que caia sobre a terra escura sujando o longo vestido branco que já estara encharcado pelas grossas gotas. Seu semblante era triste, sua respiração estava acelerada e o céu estava completamente tempestuoso.

O caçador continuaria a ser um predador ou esta noite ele se tornaria presa?

***

Riin olhava fixamente para as mulheres ali. Ele não queria que Alba se envolvesse mais, pois ele sabe que para ela tudo ficaria mais difícil. A punição por ressuscitar alguém era alta, isso era proibido e um grande tabu, ele sabe bem que sua companheira era destemida e que nada poderia para-la quando decidia alguma coisa, e isso o deixava preocupado ao extremo.

Ele precisava que ela se afastasse, nem que para isso tivesse que ele mesmo interferir neste drama entre humanos.

-A guerra está a pouco passos daqui. Ela não pode interferir, então não à porque ela se manter com vocês -disse o homem que mesmo a idade em numeros fosse a mais alta no local, sua aparência dizia ser um dos mais jovens.

-Esta me dizendo que este inferno está para acabar? -perguntou a jovem Nicole, a principal fonte das preocupações de Riin no momento.

-Sim -respondeu ele desaparecendo diante da vista de todos ali, os fazendo recuar.

-A Bruxa está viva! Provavelmente foi coisa dela! -disse uma senhora que passará no local e notou a presença de Marie que por sua vez não entendeu o motivo de tanto transtorno da velha mulher.

-O que esta falando senhora Joana? -perguntou a enfermeira se aproximando da idosa.

-Isso tudo é coisa dessa bruxa! Aquilo na praça foi algum ritual desse ser! -disse a senhora quase gritando e apontando o dedo indicador na direção da bruxa.

-Vejo que não sou mais tão bem vista nesta cidade -disse Marie segurando a mão da filha -Vamos voltar para casa. Até mais Jully.

-SUMA DAQUI! SUMA DESSA CIDADE BRUXA! -gritou a senhora e Marie apenas continuou a andar levando Nicole pelo pulso sem olhar para trás.

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♡A música que Alba toca está na mídia galera♡

*Hey pessoal! Estamos chegando ao fim deste livro*

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O peso do destino - [Jeff The Killer] (Concluído/Revisão)Kde žijí příběhy. Začni objevovat