Sweet Cure

4 | resurrected

Tentei abrir meus olhos e uma dor forte tomou conta do meu corpo, minha cabeça latejava e doía demais, tentei me mover, mas fui interrompido por alguma coisa que prendia as minhas pernas e mãos. Quando finalmente abri os olhos vi que estava deitado em um chão sujo e tudo o que via era só uma grande porta enferrujada um pouco distante de mim. Minha boca estava seca e minha costela parecia estar quebrada, eu tinha levado uma bela surra, mas não conseguia me lembrar de quase nada e muito menos de como vim parar neste buraco de lugar.

— Tenho de confessar—Não consegui reconhecer de quem pertence a voz- passei por algumas muitas dificuldades até chegar aqui, não foi fácil achar você Zach White.

— Que merda é você? — Consigo perguntar depois de juntar muita força como se tivesse fazendo algo difícil demais, tento olhar nos olhos do cara, mas a sala é escura e a tentativa é falha.

—Deixa eu pensar numa forma legal de me apresentar — Ele faz uma pausa curta e dramática como se tivesse realmente pensando, estala os dentes em forma debochada, mas na verdade já sabe o que dizer, tento rolar os olhos sem paciência, mas nem isso consigo — Sou o homem que vai achar a sua garota e usa-la até a morte e depois pegar toda aquela grana do cassino... eu até mataria você agora, mas quero que veja tudo isso acontecendo, quero que veja que perdeu—Ele diz e eu solto uma risada irônica apesar do ódio que sinto por dentro só de se referir a minha garota, não é uma boa demonstrar isso agora.

— Boa sorte então— Falo o mais alto e claro que consigo, o que não é muito.

Eu realmente devo ter levado uma grande surra pra chegar nesse estado.

—Acha que é assim?—Ele se agacha a minha frente e finalmente consigo ver seu rosto, tento recordar, me esforço o máximo, mas não o reconheço de lugar algum—Diga-me onde ela está—Sua voz grossa tenta me passar medo ou intimidação, mas não aceito isso de alguém que eu nem sequer conheço, independente de quem seja, vou conseguir sair daqui e ele nunca tocaria nela.

—Adivinha...não —Falo e ele me da um sorriso segundos antes de enfiar uma faca em minha perna. A dor cresce e aperto a boca sentindo mais uma vontade de partir pra cima do desgraçado do que a dor da facada. A adrenalina acaba me despertando um pouco mais e consigo dizer—Filho da..

—Sou dono delas e não filho delas—Ele me interrompe enquanto tento me soltar das algemas que me prendem — mas isso não vem ao caso não é? Tudo o que quero e preciso saber é onde a virgem está e então se livrará de tudo isso. Vai, seja gentil pelo menos uma vez na sua vida, você já teve tantas, ela não vale o esforço, então é só me dizer e você arranja outra quando sair daqui.

Tento ignorar a dor que agora esta aguda na perna e o respondo.

—Continue tentando, não conseguirá nada de mim - O homem se levanta e da um suspiro profundo, mas curto, sei o que me aguarda.

—Como quiser—Ele diz e me dá um chute forte na costela já dolorida me fazendo cuspir sangue, se não estava quebrada antes agora esta. Me seguro para não soltar nenhum grunhido de dor e quando abro os olhos o vejo dar meia volta sem dizer uma única palavra.

É isso?

A porta se abre e se fecha rapidamente, então o silêncio domina o quarto. Milhões de pensamentos e ideias surgem, mas a primeira coisa que vem na minha cabeça é, seja lá para onde Ethan a levou, quero muito que seja um lugar seguro e que ela não saia de lá nunca.

Depois que ela foi pega na floresta quando fugiu, avisei aos caras que teriam de protege-la caso algo como isso acontecesse. Vivo nesse mundo com todo esse inferno a um tempo, sempre estive preparado para caso coisas como essa acontecessem, então acredito que não tenho muito com o que me preocupar. Única coisa que me irrita e me deixa com um pé um pouco atrás é não conhecer esse cara, não sei a que clã ele pertence, muito menos se são bons, lutar sem saber com quem luta e ainda por cima em campo desconhecido não parece algo muito bom. Apesar de ter quase certeza de que seja algum parceiro de Daniel ou de Victor, ambos mortos, com certeza eles tinham alianças e um plano B se alguma coisa desse errado, não conseguiram a mercadoria, muito menos a minha garota, agora viriam um a um atrás de mim pra tentar. Ele deve ser um desses que não desistem e amam vingar a morte dos parceiros.