Você Acredita em Milagres?

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OI LINDOS E LINDAS DO CORE!! Gente demorei mais chegayyyy. Desculpa a demora é que tive tantas coisas para fazer.
Espero que vocês curtem essa capítulo... Boa leitura amores.  

Silêncio.

O silêncio tão bem acomodado em cada cômodo, traz uma sensação de obscuridade e luto ao recinto, cada ala tão completamente silenciosa demostrando a tristeza que aquele lugar soturno sente em suas paredes. Um pequeno ponto de luz pode ser notado em meio a escuridão melancólica, tão pequena e fraca que mal poderia ser percebida. O brilho da lâmpada bate contra a madeira lustrosa fazendo com que a luz se intensifique minimamente, a garrafa vazia bate forte contra a mesa fazendo com que um som lamentoso ecoe pelas sombras, mãos inquietas levam a garrafa de volta aos lábios secos que resmungam ao não sentir o ardor do uísque. Seu gemido queixoso escapa e logo a garrafa bate raivosamente contra a parede se espatifando em dezenas de pedaços, juntando-se com as outras jogadas antes dela. O homem observa o montante de cacos de vidro com um olhar dolorosamente vazio, como se sua própria esperança estivesse ali estilhaçada em pedaços. Tudo está perdido.

Sam procura de forma quase desesperada por outra garrafa até achar uma quase vazia, sem demora derrama o líquido — que o anestesiou por semanas — em sua garganta, o bebendo em apenas uma golada. Por mais que bebesse quantidades absurdas de álcool, sua boca permanecia seca e o sentimento de fracasso continua preso em seu peito.

Ele fracassou.

Nos primeiros dias, estava tão atordoado que mal se permitiu chorar, seu norte havia partido e ele simplesmente não sabia mais o que fazer. Pela primeira vez em semanas ele sente volumosas lágrimas escorrerem pelo rosto tentando aliviar o luto que seu coração sente, mas ele sabe que isso é apenas uma tentativa inútil de amenizar sua dor.

Seu amigo.

Companheiro.

Irmão.

Dean Winchester.

Morto.

O nó angustiante aperta sua garganta, o sufocando ao nível de quase engasgar, um grito gutural e cruciante jogando mais uma garrafa contra a parede. A dor lateja em seu peito, ele não consegue entender como tudo chegou a esse ponto, passaram por tantas coisas ao longo de suas vidas e agora ele está morto. Simplesmente morto. Quando o escriba de Deus golpeou Dean no peito, o mundo de Sam parou no último suspiro de Dean, e parado em pé no meio da biblioteca, com as mãos sobre a cabeça e o rosto inundado por lágrimas quentes, a única coisa que soava em sua mente era as últimas palavras de Dean.

Eu tenho orgulho de nós Sammy.

Dean morreu em seus braços e ele não pôde fazer nada para impedir.

Sam se arrasta pelos corredores do bunker, passos lentos e respiração pesada, o suor de semanas impregnado em suas roupas, a barba por fazer, mas ele está tão entorpecido que não tinha tempo para se importar com a aparência. Empurrou levemente a porta de madeira e seu coração deu uma leve palpitada ao encarar os objetos do irmão. As armas perfeitamente polidas e alinhadas na parede, à cama feita, Sam anda até a escrivaninha rústica de madeira e passa os dedos sobre os livros, por incrível que parece, riu quando avistou a revista pornô preferida de Dean. Seus dedos pararam em cima da pequena fotografia que, ao invés de diminuir a dor em seu peito, só aumenta de forma dolorosa o sofrimento. O garotinho na foto estava feliz ao lado de Mary, Sam sentia falta de todos, sentia a falta da família.

Sam senta-se sobre a beirada da cama e se lembra de como levou o corpo de Dean de volta ao bunker. Demorou algumas horas para que ele percebesse que não teria mais volta e, deixando o desespero tomar toda sua sanidade, ele simplesmente se ajoelhou e rezou para Deus e o fez como nunca tinha feito antes. Por mais que desse tudo de si, não obteve resposta alguma e a decepção foi a segunda coisa que sentiu naquele dia. Sem escolha, preparou um ritual e invocou Crowley, mas obviamente que o desgraçado não deu as caras, Sam revirou o bunker atrás de qualquer feitiço no acervo dos homens de letras, mas não achou nada que pudesse ajudá-lo e, pela primeira vez em anos, se viu completamente em um beco sem saída. Ele simplesmente não sabia a quem recorrer.

O Rei dos Condenados (Em Revisão)Where stories live. Discover now