Prólogo

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De pé em frente ao grande espelho do seu quarto Draco encarava seu corpo nu e magro, é verdade que estava doente, com dores fortes e febres altas, mas se negava a render a doença.

Sua mãe sempre dizia para ele ficar deitado na cama descansando que os elfos fariam e trariam tudo o que ele precisasse. Agora que seu padrinho estava internado em St. Mungus por causa do ataque brutal que sofreu de Nagini no dia da batalha final em Hogwarts.

Draco odiaria admitir, isso iria ferir seu orgulho, mas tudo o que ele queria era se ajoelhar na frente da Granger e agradecer por ela ter voltado para junto de seu padrinho e ver que o mesmo ainda estava vivo. Por um fio, mas estava e é isso que importa.

Ouviu o som de saltos e vestiu seu robe rapidamente, logo ouviu uma batida na porta e sua mãe entrou.

- Por que não está deitado, meu amor?- Perguntou tocando o rosto do filho e o guiando até a cama, seu Draco estava tão magro e tinha um rostinho tão abatido que a deixava preocupada.

- Eu precisava ver como eu estava,-Suspirou.- estou deplorável.- Se deitou escorado nos travesseiros.

- Eu chamei um medimago de confiança para vir aqui hoje durante a tarde, mesmo que eu já tenha uma suspeita do que você tem...- Disse um tanto quanto misteriosa e com feição preocupada enquanto acariciava os cabelos tão sedosos do seu único filho.

- Não é varíola de dragão, é? Seria tão irônico.- Riu baixinho.

- Não, não é. O que você tem é algo bom, para mim é, mas não sei a sua opinião sobre.- Disse encarando o rosto do filho.

- E o que é? Você não quis me dar uma bola de cristal no natal, não posso adivinhar sozinho.- Encarou a mãe que parou os movimentos que se semelham a uma massagem no couro cabeludo do filho.

- O que acha sobre veelas, especificamente meio-vellas?- Perguntou se sentando na cama.

- Bonitos, sei lá.- Deu de ombros.- É isso que você acha que eu tenho? Ou que eu sou?- Perguntou e Narcissa assentiu.

- Foram os mesmos sintomas que eu tive quando passei pela puberdade veela. E principalmente quando estou sem meu companheiro, as dores que você sente agora nem se comparam a as que eu sinto quando seu pai fica muito longe de mim.- Fechou os olhos vislumbrando a imagem de Lucius, estava com saudades do mesmo.

Draco assentiu, sempre soube que sua mãe era veela. Mas isso sempre foi escondido do Lord, assim como sua mãe, suas duas tias também são veelas. Ou eram, já que Bellatrix foi assassinada por Molly Weasley.

Os dois loiros se deitaram, Draco dormiu e Narcissa ficou zelando o sono do filho enquanto cuidava para ele não passar frio sem os cobertores ou não ficar em uma posição ruim que o faria ter dores nas costas quando acordasse.

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O doutor Montgomery apenas afirmou aquilo que Narcissa já suspeitava, seu pequeno Draco era um meio-veela.

O médico depois de ter receitado algumas poções e feito o loirinho beber na sua frente -fazendo caretas e querendo cuspir o líquido amargo- foi embora pela rede flu.

Já se sentindo um pouco melhor Draco foi se banhar com a ajuda de um elfo. Narcissa esperava o filho sentada na cama do mesmo, tinham tanto para conversar e seu pequeno filhinho deveria estar tão triste e confuso com a recem descoberta. Isso partia seu coração, não queria ver seu Draco passando pelo mesmo que ela passou. As dores só iriam embora quando ele encontrasse seu parceiro, o que poderia nunca acontecer ou pior: O seu parceiro poderia não o aceitar, o que faria a sua parte veela destruir pouco a pouco o seu corpo e seu psicológico. Seu núcleo mágico poderia explodir, ou a parte veela o faria cometer suicídio com a justificativa que não era bom o bastante para o companheiro ou companheira.

Viu o filho sair do banheiro impecável em suas vestes negras com pequenas safiras. Abriu os braços e em segundos os dois corpos se apertavam em um abraço forte, um choro alto e doloroso era o único som da casa que se encontrava tão silenciosa e com aparência triste aos olhos de mãe e filho.

Draco tentava falar mas os soluços o impediam, Narcissa já mais calma tentava parar o choro do filho sussurrando palavras de conforto e carinho.

- Me desculpe por te passar esse sangue podre. - Disse triste para o filho que negou com a cabeça.

- Não! Eu amo você, não é sua culpa. - Beijou os cabelos da mãe. - E daí que eu sou metade veela ou que vou sentir dores, eu sei que vou encontrar meu companheiro ou companheira e vou te dar muitos netinhos. - Sorriu com lágrimas escorrendo pelo rosto vermelho beijando as mãos da mãe.

Voltaram a se abraçar e ficaram assim até Tymon, um elfo, os chamar para o jantar. Quando desceram as escadas viram que Lucius já se encontrava em casa e que estava sentado em sua poltrona lendo um livro. Narcissa comprimentou o marido com um beijo e Draco fez uma careta e fingiu ter ânsia de vômito, fazendo os pais sorrirem para o filho.

O jantar foi silensioso como sempre depois do fim da guerra. Comeram calmamente o jantar preparado pelos elfos e em seguida Draco se levantou e pediu licença, estava cansado e no dia seguinte teria que sair com a sua mãe para comprar seus materiais para o sétimo ano. Antes de dormir ouviu uma batida na porta e deu permissão para a pessoa entrar, sorriu para a sua mãe e deu duas batidinhas na cama.

- Seu pai já foi dormir, então eu aproveitei para vir aqui falar com você e esclarecer as suas dúvidas, que eu sei que são muitas.- Sorriu e se deitou ao lado do filho.

- Eu estou com tanto medo.- Disse escorando o rosto contra o ombro da mãe.

- É uma pena não podermos fazer nada se nossos antepassados tinham um queda por criaturas mágicas. - Disse abraçando o filho e ficando frente a frente com ele.

- Como... Como eu vou saber quem é meu companheiro?

- Você irá sentir, quando seus corpos se tocarem a sua magia irá se manifestar.

- E o que eu faço para que nossas almas se entrelaçam, eu li algo assim naquele livro. - Apontou para um livro grosso sobre a cômoda.

- Bom, você terá que se entregar para ele. - Disse recebendo um olhar confuso do filho. - Vocês terão que transar.- Esclareceu.

- Oh! - Disse apenas e quebrou o abraço com a mãe, se deitando de barriga pra cima. - E-E se ele for um homem, como nós iremos ter filhos? - Perguntou ainda encarando o teto, com as bochechas vermelhas e as mãos um pouco trêmulas.

- Seu corpo irá fazer de tudo para satisfazer o seu companheiro, e isso incluí um útero mágico e muito forte .- Draco assentiu e se cobriu.

Narcissa vendo que seu filho precisava de um tempo sozinho com os seus pensamentos, se levantou e saiu do quarto. Mas não antes de beijar os cabelos loiros, quase brancos, do filho.

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Já que Lucius não podia sair de casa, por ordens do Ministério, apenas mãe e filho foram as compras no Beco Diagonal.

Madame Malkin apertava fortemente os tecidos contra o corpo pequeno e esguio de Draco, de vez em quando fincava algumas algulhas superficialmente no corpo do garoto, porque Draco se mexia ansioso por causa das dores nos ombros e na coluna que haviam voltado mais fortes que o normal, parecia que seu veela estava ansioso por algo, ele mal conseguia se manter em pé.

Quando estavam saindo de lá, já com as vestes novas prontas e nas sacolas viram os Weasley acompanhados de Granger e Potter em frente a Floreios & Borrões. Mãe e filho franziram o rosto em uma careta de desgosto.

Draco viu Potter apertar a cintura da Weasel-fêmea e cutucou o braço da mãe, Narcissa o olhou e ele apontou disfarçadamente para a cena.

A veela apenas negou com a cabeça e entrelaçou o braço com o do filho, entraram na livraria com a cabeça erguida e foram logo atrás dos livros que Draco iria precisar durante o ano letivo.

Harry Potter, que estava acompanhado pelos Weasley, sem perceber o que fazia acabou entrando na Floreios & Borrões atrás de Draco, ele via que o loiro estava diferente e ele logo descobriria o por quê.

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