13- Somos adultos agora

12.9K 1.3K 1.4K
                                    

Sentado em uma poltrona negra no centro de sua sala, Lucius bebia calmamente seu firewhisky russo enquanto se lembrava melancolicamente do passado.

Draco iria chegar em algumas poucas horas e Narcissa estava fazendo compras na Paris bruxa, era natal, a época favorita do ano para a mulher, onde ela se esbaldava entre lojas e lojas de sapatos, roupas, e assim por diante.

Para si era apenas mais uma data idiota, mas infelizmente ou felizmente, era o único que pensava assim na casa. Draco, assim como a mãe, amava o natal.

Se lembrou de Sirius e de quando juntos, marcavam de se encontrarem no início da floresta proibida, próximo ao lago, onde passavam juntos todas as datas festivas.

Como era cinco anos mais velho, aparatava na floresta e ia caminhando até chegar ao ponto de encontro, nenhum ser humano lógico faria o que ele já vez por Sirius milhares de vezes, mas no momento ele não era uma pessoa lógica. Era um apaixonado sem limites. E assim como amava Sirius, acreditava que ele o amava também.

Ledo engano.

Lembrava-se como se fosse ontem quando chegara na Floresta Proibida, a caixinha onde jazia o anel de casamento no bolso, fazendo um relevo que era coberto pela capa negra. Encontrou Sirius sentado em uma pedra, ainda com o uniforme da grifinória e com os cabelos presos em um coque, que o deixavam ainda mais bonito.

Seu primeiro impulso foi se abaixar para beijá-lo, mas quando seu beijo foi negado e seu rosto empurrado notou que algo estava errado ali.

"- Eu não posso mais continuar com você quando amo outro, me sinto mal, Lucius. Não te amo do jeito que deseja, mas sim, eu te amo, você é meu amigo. - Isso doeu, doeu demais, mas o pior foi o que veio a seguir: - Não posso ficar com você enquanto continuo amando Remus Lupin."

Ele entenderia se fosse James Potter no Lugar, mas não, estava sendo trocado pelo lobisomem mestiço e pobre, cheio de cicatrizes e arranhões.

Ele era um Malfoy, seu sobrenome era sagrado, era bonito, alto e forte. Tudo o que qualquer um desejaria, mas Sirius estava ali, sentado sobre uma pedra o dizendo que preferia um pobretão à ele.

Estava trocando um homem que faria tudo por ele para ficar com um menino.

A dor de jogar a caixinha dentro do lago foi imensa, mas não se comparou à dor de ver Sirius, anos depois, grávido de um bebê que não era seu.

Sim, havia seguido em frente e ficado com Narcissa, Draco nasceu e era a criança mais amada e bonita do mundo mágico, mas em todos esses anos em nenhum segundo parou de pensar ou imaginar como seria se fosse Sirius ali no lugar de Narcissa.

[x]

Harry já havia chegado em casa e agora estava se arrumando para ir acompanhado de Sirius buscar Teddy na casa de Andrômeda.

- Andy e Dora irão passar o natal com a gente. - Avisou Sirius, vestindo o casaco longo e se olhando no espelho.

Dora ou Ninfadora era a única filha de Andrômeda, era uma auror e era a menina mais engraçada que Harry já havia visto. Não convivia muito com a menina, já que a mesma vivia e trabalhava na Romênia. Ela era membro da Ordem da Fênix e já haviam lutado juntos muitas vezes, em que ela havia se mostrado uma ótima lutadora.

- Tudo bem. - Deu e ombros.

- Teddy irá vir morar aqui. - Contou enquanto prendia os cabelos em um rabo de cavalo rente a nuca. - Nos últimos meses eu, com a ajuda de Andrômeda, aprendi a cuidar de um neném e acho que está mais do que na hora de Edward vir morar aqui.

- Sério? Que foda! - Riu empolgado.

- Pois é, mas, para isso acontecer logo você precisa levantar do sofá. - Marchou para a lareira, pegando um punhado de pó de flú em um potinho sobre ela.

[x]

Narcissa soltou um gritinho animado quando viu Andrômeda, as irmãs abraçadas andaram até um pequeno café, conversando baixo.

-

Sabe, Cissa, somos pessoas adultas agora. Você e Sirius eram muito amigos na infância, acho que já está na hora de se acertarem. - Andrômeda bebericou seu chá de frutas vermelhas.

- Talvez você esteja certa, sobrevivemos a uma guerra, isso é algo tão... Forte, sabe? É uma segunda chance.

- Estamos parecendo grifinórios. - Fingiu ânsia.

- Credo. - Franziu ligeiramente o nariz.

- Já que decidimos nos resolver, hoje às 20:00 no Largo Grimmauld. - Se levantou, sendo acompanhada por Narcissa. - É natal, uma ótima data, não? - Piscou.

- Até. - Acenou.

- Não se esqueça de comprar presente á todos! - Gritou da porta do estabelecimento, Narcissa bufou, sua irmã estava sendo afetada pela convivência com os grifinórios.

Suas compras já estavam encerradas e nem estavam no horário de almoço, por isso voltou para o centro, onde lojas bruxas de todos os tipos se encontravam.

Para Harry comprou uma camiseta nova, ele precisava. Para Sirius comprou uma túnica. Para o pequeno Teddy um chocalho que soltava pequenas estrelinhas e para Ninfadora comprou uma jaqueta de couro de hipopótamo.

Cansada demais para aparatar usou a lareira da própria loja. Sua cabeça estava latejando quando entrou na sala de estar, Lucius olhava deprimido para um copo e Draco estava deitado no sofá.

- Olá, queridos. - Beijou os cabelos um pouco mais compridos do filho, da última vez que o vira eles ainda eram curtos.

- Por que comprou tantas coisas? Somos apenas nós. - Perguntou Lucius, as mãos esticadas em direção as sacolas.

- Na verdade não, iremos passar o natal no Largo Grimmauld junto com o resto da minha família. - Disse decidida.

- E você apenas diz assim? Sem me avisar antes? - Se levantou bravo, Draco ainda estava deitado no sofá.

- Eu decidi hoje de manhã, e por que está dando chilique? É por que irá ver Sirius? Eu sugiro que lave bem seus cabelos, estão um pouco oleosos. - Subiu as escadas.

Lucius a seguiu, Draco continuava deitado, estava com dor, mas não era uma dor normal, era muito forte.

Minutos depois Narcissa desceu as escadas, sendo seguida por um silencioso Lucius, que tinha um bico enorme enfeitando seu rosto aristocrático.

- Querido, você está bem? - A mulher correu para o lado do filho quando notou a palidez doentia que o mesmo se encontrava.

- N-não... - Choramingou manhoso, os olhos azuis se enchendo de lágrimas.

- Eu vou subir com ele, chame um médico. - Disse Lucius pegando o filho no colo, que choramingou de dor.

Horas depois três loiros encaravam um pergaminho, Lucius estava confuso, Draco chorava copiosamente e Narcissa estava séria.

- V-você... Bebê? - Balbuciou Lucius, confuso demais para conseguir raciocinar o que estava acontecendo.

- Eu vou ter um bebê! - Berrou, voltando a chorar com o rosto enterrado nos travesseiros.

- É de Harry Potter? - Perguntou uma ansiosa Narcissa.

- S-sim, de quem mais seria? - Falou óbvio.

- Isso é ótimo! Por que está tão triste?

- E se ele me abandonar? Se achar que é um golpe da barriga? E-eu acho que o amo! - Confessou, soluçando.

- Ele deve te amar também, meu amor. E por que acharia que é um golpe? Somos mais ricos do que ele. - Lucius acalmou o filho.

- E-eu sei lá, estou com medo. - Limpou o rosto.

- Uma pena, porque terá que superar seu medo em algumas horas, iremos passar o natal no Largo Grimmauld.

(x)
O que acharam?

Silly lovelyWhere stories live. Discover now