18- Eu tentei

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Como o tempo podia estar passando tão rápido? Harry se perguntou encarando a enorme barriga de Draco.

Seis meses, o bebê dentro do meio-vella estava completando seis meses, mas parecia estar quase completando nove. Aquilo não era normal, possuía certeza absoluta que não.

Talvez fossem gêmeos, era uma possibilidade, mas isso eles não descobriram até a hora do parto, já que o herdeiro dos Malfoy se recusava a sair de casa há dois meses, quando seu abdômen se mostrou incapaz de ser escondido debaixo dos suéters largos, que na verdade possuíam a Harry.

O clima dentro da casa era infernal, não se falavam, não se tocavam, mal se viam para falar a verdade. Harry trabalhava o dia inteiro e Draco ficava em casa com o elfo, Mink, a nova aquisição da família.

Harry estava chateado, não conseguia entender o que havia acontecido com o seu relacionamento.

Era sua culpa, claro que era. Ele foi um babaca, rude e abusivo, se arrependia tanto de ter acusado Draco, de gritar com ele e principalmente o esbofetear. Mas ações geram reações e agora tudo o que causou de ruim estava se voltando mal contra si.

Aos seus olhos Draco parecia brilhar, como se uma redoma de luz o cobrisse, mas deveriam ser seus olhos de bobo apaixonado, já que qualquer pessoa em sã consciência veria que o menino loiro estava destruído. Seu rosto, antes impecável e bonito, agora era marcado por olheiras profundas, bochechas magras e sem cor, com ossos saltados as definindo. Seu corpo estava mais magro, evidenciando a barriga grande. Seu cabelo estava alcançando os ombros, mas estavam secos e sem brilho. Seus olhos não eram mais atrevidos ou indiferentes, agora se mostravam cansados, desfocados. Ele estava irreconhecível e Harry se culpava demais, ele havia feito Draco perder seu brilho.

Decidindo tomar uma atitude, pelo seu bem estar e pelo bem estar de Draco, enviou uma carta para o presidente do time onde jogava, pedindo por uma semana de recesso, alegando ter problemas pessoais para resolver. O senhor de idade não negou, quem atualmente negaria algo a Harry Potter? O menino era um herói!

Acariciou as penas da coruja castanha, sorriu quando ouviu o pio alto dela e abriu a janela para que voltasse para seu dono. Guardou o pedaço de pergaminho que o autorizava a tirar um recesso de sete dias e subiu as escadas para o quarto que dividia com Draco, a primeira porta do pequeno corredor do segundo andar da casa onde moravam atualmente, um sobrado nem tão grande e nem tão pequeno no vilarejo de Hogsmeade.

Aos seus olhos Draco parecia uma pequena e fofa bolinha dorminhoca e indefesa, mas quem o conhecesse sábia que não havia nada de indefeso no garoto que dormia sobre a cama grande, com um colchão fofo e confortável e uma estrutura de madeira.

- Draco, acorde! - Chamou, sentando-se na ponta da cama, como resposta recebeu apenas um bufo.

- Saía logo e me deixe dormir. - Abanou a mão em direção a porta.

- Você anda dormindo demais, que tal ir comigo dar uma volta? Não precisamos ir longe, apenas caminhar pelo vilarejo. - Puxou o cobertor que estava sobre Draco e o jogou para o lado. - Hein? O que acha?

- Acho que você deveria parar de me incomodar e ir trabalhar. - Virou-se de barriga para cima e encarou Harry.

- Eu estou de "férias" - Fez aspas com as mãos. - por uma semana, legal, certo? Vou poder passar mais tempo com você.

- Acho que você deveria voltar para o trabalho. - A expressão de Harry murchou um pouco, Draco estava querendo dizer que não queria passar esse tempo consigo?

- Eu prometo que deixo você dormir a tarde inteira se sair comigo agora, vamos caminhar, apenas cinco minutinhos. - Harry falou. Draco o olhou desconfiado, mas levantou.

Silly lovelyWhere stories live. Discover now