12- Bebê

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- Sabe, todos dizem que eu deveria ser um auror, - Começou Harry. - mas eu não quero isso para mim. Desde os meus quinze anos eu penso que deveria jogar quadribol profissionalmente. - Se virou para encarar Draco, que acariciava seu peito enquanto o ouvia, a chuva torrencial caindo lá fora.

- E por que desde os quinze? - Apertou a pele do abdômen trincado.

- Porque quando eu vi Viktor Krum jogando pela Bulgária, a torcida indo a loucura, eu soube que era aquilo que eu queria para mim. Eu queria estar no lugar do Krum, eu queria que me aplaudissem enquanto eu pegava o pomo. Porque eu sábia que tinha a capacidade de ser tão ou mais melhor do que ele.

- Mais melhor não existe. - Riu, fazendo seu peito vibrar.

Estavam em mais um de seus encontros às escondidas, dessa vez na sala precisa em um quarto amplo e escuro, iluminado por dois objetos trouxas, um em cada lado da cama, em cima de criados mudos, Harry havia lhe dito que eram abajures.

- Eu sei, me deixe. - Apertou-o mais forte em seu abraço, desde a primeira vez que transaram ele havia se tornado quase como dependente de Draco. Não estava brincando, às vezes quando ficavam afastados por quase vinte e quatro horas parecia que iriam morrer, seu corpo inteiro doía e a falta de ar era apavorante.

Já cogitou várias vezes a idéia de pedir um quarto único para eles, mas provavelmente McGonagall iria achar a idéia absurda e sem sentido. Não iria se aproveitar do fato de ser Harry Potter para conseguir isso, mas se tivesse que o fazer com certeza faria.

- Eu quero ser escritor. - Contou. - Eu até tenho alguns livros escritos, mas estão escondidos dentro de baús no meu quarto da mansão. Durante a guerra eu ficava com medo que alguns dos comensais que revistavam os quartos achassem minhas histórias, então eu as tranquei em um baú e o diminui até ele ficar do tamanho de um besouro, parece apenas um enfeite.

- Eles moravam lá? - Deitou-se de frente para o outro.

- Não, apenas tia Bella e tio Rodolphus, já que suas casas haviam sido confiscadas pelo Ministério da Magia. - Tocou a bochecha ainda avermelhada pelo esforço e muito sardenta do moreno. - Mas as reuniões aconteciam lá, eu ouvia os gritos de dor das pessoas enquanto minha mãe tentava me distrair contando histórias sobre bruxos famosos, isso acontecia todos os dias, pode me perguntar qualquer nome porque eu vou saber a história dessa pessoa. - Riu baixinho, mas seus olhos desfocados demonstravam que não estava achando graça de nada.

- Não precisa fingir sentimentos comigo, se não quiser rir, não ria. Se quiser chorar, chore. Se quiser gritar, grite, mas não nos meus ouvidos, por favor. - Brincou na última parte, arrancando um sorriso largo de Draco.

- Você é maravilhoso. - Deixou um selinho nos lábios carnudos e machucados pelas mordidas que o próprio moreno deixava neles.

- Obrigado? - Apertou os olhos. - Eu não tenho uma autoestima alta, não sei como reagir a elogios, sempre quando me fazem um eu acho que estão mentindo para mim ou rindo de mim. - Draco mordeu os lábios, contendo as lágrimas, estava se tornando tão sentimental ultimamente. Chorava por coisas tão bobas, duas semanas atrás havia chorado por não achar um par de meias.

- Por que você acha que se sente assim? É tão bonito, talentoso, fofo, seu corpo é maravilhoso, você é tão amado, Harry. - Trouxe o rosto dele para si, que o afundou em seu pescoço, respirando fundo ali. O cheiro delicioso de Draco o trazia paz.

Silly lovelyWhere stories live. Discover now