4 - Embarque estranho

16.1K 1.8K 1.2K
                                    

Quando Lucius chegou, de um modo espalhafatoso e com as vestes sujas, Narcissa e Draco se assustaram.

- O que aconteceu, homem? - Perguntou a mulher nervosamente, com os olhos azuis arregalados e as mãos trêmulas.

- O Ministério não gostou da minha pequena saidinha e por isso tive que ficar lá durante algumas muitas horas fazendo a cabeça daqueles velhos babões para não ser preso. - Disse simples e com um aceno de varinha suas vestes estavam limpas, como se fossem novas.

Narcissa ficou com vontade de jogar um feitiço no marido que o estuporasse, mas apenas bufou e cruzou os braços.

- Vamos jantar, depois iremos conversar.  A sós. - Disse severa, dando um olhar significativo ao loiro mais velho.

Draco foi em passos rápidos para a sala de jantar e os elfos, com um estalar de dedos, esquentaram a comida que já estava servida sobre a mesa. Se sentou na primeira cadeira do lado esquerdo da mesa e ajeitou os cabelos para esperar os pais.

Estava achando aquela história muito estranha e sábia que sua mãe também, porque se não estivesse não diria para conversarem depois, e o pior: A sós.

Jantaram juntos, mas pareciam tão distantes, cada um em seu próprio mundo. Draco temeroso que seus pais se separassem decidiu ficar calado para não piorar a situação. Narcissa planejava em sua cabeça o discurso que usaria mais tarde na sua discussão com Lucius e o mais velho pensava carinhosamente em lindos olhos azuis acinzentados, que pertenciam à um Black que, infelizmente, não era sua esposa.

O clima estranho estava o deixando enjoado, Draco então levantou-se pedindo licença para os pais e foi se banhar no andar de cima. No momento em que entrou na banheira se sentiu sendo acariciado pelos sais de banho e pelas bolhas com cheiro característico de margaridas, pensou em Harry e sorriu pequeno quando lembrou que no dia seguinte possivelmente iria encontrá-lo na plataforma 9 3/4.

Dormiu com um sorrisinho nos lábios, com seu pensamento ligado a certo moreno, sem saber que no quarto do fim do corredor seus pais discutiam seriamente.

- Lucius, eu não aguento mais você me amando pela metade! Eu quero que me ame por inteiro e que esqueça Sirius de uma vez por todas, quando você mais precisou quem esteve com você fui eu! Eu te amei, te apoiei e lutei por nossa família! Sirius só fez você sofrer, - Bufou secando as bochechas, que tinham o rímel preto manchando a pele branquinha e bem conservada da mulher. - e mesmo assim você contínua correndo atrás dele. O que lhe deu na cabeça em sair de casa hoje para ir ao Largo Grimmauld? Agora Voldemort está morto e você não é mais tão imune às leis do Ministério, poderia ter sido preso, e eu? E Draco? Você pensou no seu filho em algum momento?

E sem deixar o marido revidar, lhe deu as costas se dirigindo ao banheiro para tomar um longo banho. O loiro saiu do quarto do casal, se dirigindo para o quarto de hóspedes, iria dormir ali hoje.

-x-

Ouviu um barulho alto no andar de baixo, parecido com panelas batendo no chão, e se levantou rápido com a varinha em punho apontada para a frente. Desceu as escadas correndo, seguindo o barulho e viu uma cena um tanto do quanto inusitada: Sirius juntava dezenas de panelas enquanto uma enorme estante de madeira estava jogada no chão partida ao meio.

- O que houve aqui? - Perguntou o moreno de olhos verdes atraindo a atenção do maroto para si.

- Eu estava tentando fazer um café da manhã especial de início do ano letivo, mas quando fui pegar uma frigideira para fritar as panquecas o armário... Caiu. - Disse com o cenho franzido.

- Ah, okay então, eu já... Já volto, vou tomar banho. Tente não quebrar mais nada. - Disse fazendo Sirius revirar os olhos.

- Não demore, já são 9:30 e o café logo, logo vai ficar pronto!

- Tá bom, okay. - Concordou já subindo as escadas em direção ao seu quarto.

No outro lado da cidade, em um bairro bruxo, um menino loiro tomava seu café da manhã sozinho estranhando a ausência dos pais. Esperava que, ao menos, eles acordassem a tempo de se despedirem dele na estação de trem.

Sorriu pequeno imaginando sua volta a Hogwarts, tinha noção que não seria muito bem vindo pelos outros alunos, mas lhe trazia paz pensar em Pansy, Théo ou Blaize, que estavam felizes e a salvo. E é claro, em certo par de olhos verdes, que causava certos tremores em seu baixo ventre.

Sentiu uma mão no seu ombro e se virou rapidamente para trás com a varinha em punhos, mas a colocou novamente no bolso quando viu que era seu pai ali.

- Bom dia. - Arqueou as sobrancelhas e se sentou na ponta da mesa. - Como se sente?

- Bem, e o senhor? - Perguntou bebendo um gole do chá.

- Melhor impossível. - Disse irônico vendo Narcissa entrando na sala de jantar.

O loirinho se calou durante as duas horas que seguiram, só abriu sua boca para falar quando se despediu dos pais na plataforma 9 3/4, ainda não havia avistado nenhum de seus amigos ou Harry, a única pessoa conhecida e de fato importante que ele conseguiu avistar foi Ron Weasley, quando o mesmo já entrava no trem.

As coisas estavam estranhas e isso o fez deixar sua varinha no lugar mais prático e rápido, caso ele precisasse dela. Caminhou pelo extenso corredor apenas com uma mala preta em mãos, onde ele guardava seus itens de higiene e remédios, achou uma cabine vazia perto da cabine do motorista, sem perceber adormeceu, acordou algumas horas depois por causa do incômodo que seu estômago vazio estava causando.

Estava saindo da sua cabine quando sentiu um corpo grande se chocar contra o seu, os fazendo cair dentro da cabine.

-X-

Depois do café da manhã desastroso, com ovos e bacon queimados como prato principal, Harry e Sirius aparataram, já atrasados, para a plataforma 9 3/4. Mal pode se despedir do padrinho antes de embarcar no trem, estranhou o vazio das cabines, a maioria sem passageiros ou com apenas uma dupla ou trio, e resolveu procurar Ron e Hermione.

Quando os achou viu que estavam em um momento íntimo e resolveu deixar o casal a sós. Ficou em uma das cabines vazias lendo um livro sobre quadribol, a única matéria que realmente o interessava, além de defesa contra as artes das trevas.

Quando o pequeno livrinho, que mais parecia uma revistinha, ou um gibi, acabou, decidiu novamente se
juntar a cabine onde seus melhores amigos estavam. No caminho comprimentou alguns poucos conhecidos, poucos mesmo, passou por alguns sonserinos que nem ao menos o dirigiram um olhar, deveriam ser filhos de comensais, pensou.

Chegou em frente a cabine, mas ao olhar para o lado viu uma porta idêntica à outra, o que o deixou confuso, torcendo para a sorte estar ao seu favor abriu a cabine da direita.

Bem, ela não estava ao seu favor. Mas o destino com certeza estava.

Sentiu um corpo bater contra o seu e caíram para frente, com o moreno sobre o corpo menor.

Encarou os belos olhos acinzentados, que no momento o encaravam com um misto de raiva e ira, e sorriu debochado.

-X-

Desculpem pela demora meus amores ❤

OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS E VOTOS SZ

Silly lovelyWhere stories live. Discover now