Capítulo 20

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9 Meses Depois

Chloe

Vem Hanna!
É o que peço desde que completei nove meses de gestação. Estou parecendo uma baleia de tão gordinha, mas quer saber, estou adorando isso.
Ben mima minha barriga todos os dias, conversando com nosso pinguinho cujo o nome é Hanna. Só Deus sabe o tamanho da felicidade que estamos sentindo com a vinda da nossa filha.
Mel comprou tantas coisas pra Hanna que meu quarto está uma verdadeira bagunça. Ben, mamãe e Lauren me ajudam a arrumar aos poucos.
Senhor Hugo comprou um moisés para Hanna, coloquei ao lado da minha cama e arrumei com uma cor rosa claro e escura. Comprei uma cômoda branca de 7 gavetas e arrumei as roupinhas do meu pinguinho cada uma em cada gaveta.

Terminei de amarrar meu cabelo em um rabo de cavalo, peguei minha bolsa e sai do quarto acariciando minha barriga, enorme, de nove meses.
Quando cheguei de sala, minha mãe estava terminando de arrumar o cabelo de Lauren.

- Já está indo, filha?

- Sim! Minha consulta está marcada para as nove. Já estou atrasada...

Mamãe sorri.

- Ben não vai?

- Não. Ele tem ronda hoje...

- Se eu não tivesse que levar a Lalá e depois fazer algumas entregas. Eu ia com você, Chloe!

Sorrio e pego minha chave em cima da mesinha de centro.

- Quando eu estive vindo embora te ligo!

- Okay! Vai com Deus!

Mando beijo para minha irmã e para minha mãe e saio de casa. Assim que chego na portaria, cumprimento o síndico e o porteiro e caminho na direção do ponto de táxi.
Ainda está cedo, não tem quase ninguém na rua. Prefiro sair cedo de casa, o hospital onde faço pré-natal é longe, é o hospital obstétrico que Ben insiste em pagar até o nascimento da Hanna.
Sento no banco de táxi e acaricio minha barriga, Hanna deu uma chutada quando me sentei e agora que toquei minha barriga ela se acalmou.

- Deixa de ser nervosinha, pinguinho! Mamãe só sentou, quero só ver quando a doutora começar a mexer em você!

Sorrio.
Um carro passa em alta velocidade fazendo eu me assustar. Respiro fundo e sinto que tem alguém atrás de mim, me viro devagar e meu coração acelera quando fito aquela maldita máscara, a máscara do assassino da Maria!

- Oi, vadia!

Ele diz tirando um pano do bolso, quando faço menção de sair correndo ele puxa meu braço e acabo caindo no banco e minha barriga bate com força. Ele coloca o pano em minha boca e deita minha cabeça em seu peito, tento não me debater, mas o medo que percorre meu ser nesse instante é incontrolável.

- Shiii, vadia...

Minhas forças vão diminuindo a cada segundo que aquele cheiro estranho entra por minhas narinas. Até que não consigo mais controlar e tudo se escurece...

💔

Minhas pálpebras estão pesadas e por isso espero elas ficarem leves para abrir meus olhos. Quando finalmente consigo abri-los, me dou conta de que estou jogada no chão. Imediatamente coloco a mão em minha barriga e sinto uma fisgada seguida de uma dor insuportável que vai das minhas costas até a ponta da minha barriga.

- Hanna... Hanna...

Minha respiração ofega e com uma maldita dificuldade sento e encosto na parede gelada que está atrás de mim. A dor que parecia estar diminuindo, aumenta e não consigo conter o meu grito.

- Ahhhhhh... - respiro fundo, tentando amenizar o desespero que acabo de entrar. - Meu Deus, meu Deus! Por favor...

Olho para todos os lados e me dou conta de que estou enfiada em uma espécie de caverna.
Onde estou?
Meu Deus, eu fui sequestrada!
Fui sequestrada pelo assassino da Maria!

- Filha... Eu sei, - não consigo conter as lágrimas que caem desenfreadas assim que me dou conta de que fui sim sequestrada e que acabo de entrar em trabalho de parto. - a mamãe sabe que pediu para você vir logo. Mas, filha... Agora, agora não é a hora!

E mais uma vez a dor atravessa minha espinha e meu grito ecoa por todo aquele lugar fazendo um eco ensurdecedor.
Sinto uma água escorrer por minhas pernas, e só então percebo que minha bolsa acaba de estourar...
Hanna vai nascer...

- Oh meu Deus... Meu Deus... Filha, filha... A mamãe está sozinha... - choro e penso no meu namorado, Ben queria tanto ver o nascimento dela, e olha onde estou. - Ben...

A dor mais uma vez vem, com mais intensidade, me fazendo gritar, dessa vez mais alto. Parece que meu corpo inteiro vai desabar aqui nesse chão frio, puxo meu vestido e o coloco acima de minha barriga. A dor que pensei que estava dando uma trégua, volta com um a força incalculável.

- Ahhhhhhh!!! - Grito colocando minha mão para cima e segurando a parede. Meu Deus, que dor é essa... Eu preciso do Ben!

 Eu preciso do Ben!

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- Hanna... Somos só nós duas, meu amor... Somos só nós duas pinguinho... - respiro. - Então me ajuda, eu sei que quer conhecer nossa família... Mas me ajuda.

Estou completa mente suada, meu cabelo está todo molhado pelo meu suor.
Lembro do filme que estava assistindo com Lauren e mamãe, tinha uma moça dando a luz e ela estava fazendo força e empurrando para baixo.
Devo empurrar...
Com uma maldita dificuldade, puxo minha calcinha e quando ela está no meu tornozelo a pego e jogo para o lado.
Preciso empurrar...

- Vamos lá...

Com toda a força que posso, começo a empurrar, empurrar e empurrar apertando meu vestido.
Então solto, encostando minha cabeça na parede gelada e sentindo minhas forças indo embora.
Quando estou prestes a fazer força e empurrar, escuto um barulho de passos vindo.
Engulo meu choro.

- Quem está aí?!

Pergunto com a voz embargada. Está escuro, mas consigo ver uma pessoa se aproximando. Ela para ainda no escuro e me encara, meu coração acelera.
É o assassino da Maria...

- Por favor... Eu, eu estou em trabalho de parto!

Assim que termino de falar, a pessoa parada anda mais um pouco na minha direção. É sim o assassino da Maria, está com a roupa preta, mas no lugar da máscara, está uma touca preta.
Ele tira a touca da blusa preta que estava usando se revelando para mim.
Meu Deus... Não pode ser...

- Isso...

- Oi, Chloe!

- Maria?!

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Até sexta!
💕💕

Segredos Perigosos - Completo - Em RevisãoWhere stories live. Discover now