*Alice
Não sei ao certo quando tudo desmoronou a minha volta. Só sei que me perdi no meio dos meus próprios cacos.
Encaro a lua pela janela e me permito chorar mais uma vez. Pois será a última.
Não derramarei nem mais uma lágrima por ele depois.-Entre -Digo ao baterem na porta. Vovó entra sorridente, seus olhos azuis me fitam com doçura destancando algumas rugas.
-Como está se sentido meu bem? Quer conversar?
Quando cheguei aqui em sua casa ela me olhou com espanto. Minha mãe nunca permitiu que eu e meus irmãos fôssemos próximos dela. Era muito difícil encontrarmos a vovó. Meus pais nunca nos disseram o porquê disso.
Só me lembro de passar um verão com ela e o vovô que faleceu a alguns anos.-Não, mas vou ficar -Aceno e limpo as lágrimas das minhas bochechas.
-O que aconteceu minha filha? Seus pais sabem que está aqui? -Seus olhos ficam marejados e posso notar sua tristeza em falar deles.
-A verdade é que eu me casei com um
maldito mentiroso, ele me enganou o tempo todo. Me sinto perdida e machucada. E não, eles não sabem que estou aqui -Dona Amélia sorri. Ela se senta na beira da cama de casal e acena para me junta a ela. Vou de bom grado.-Sei que não fui muito presente na sua vida, nem na vida nos seus irmãos. Mas estarei a partir de hoje ao seu lado para o que precisar. Agora me conte desde o começo -Aceno triste e lhe conto tudo.
Nossa conversa é longa.
-Tem certeza que quer arranca-ló da sua vida? Você o ama, porque não luta por ele? A males em nossa vida que vem para o bem.
Mordo minha bochecha.
-Não vou lutar por uma causa perdida vó. Acho que já o perdoei por me enganar, mas não quero ele em minha vida. Eu o amo mais do que um dia poderei amar outra pessoa, e isso é uma bosta -Puxo o ar lentamente.
-Não vou me meter mais que o necessário. Fique o quanto precisar querida, vou preparar um lanche para você, meus bisnetinhos devem estar famintos -Ela sorri e beija minha testa. Quando está quase saindo do quarto a chamo.
-Sim meu bem?
-Porque mamãe não deixou a senhora estar presente em nossa vidas? -Enrrugo as sobrancelhas encarando sua face.
-Está é uma conversa para outro momento, logo conversaremos sobre isso, tudo bem? -Aceno. Dona Amélia se vira me deixando sozinha.
Encaro minha barriga enorme e passo minha mão por ela, logo recebo movimentos agitados. O cheiro da maresia invade minhas narinas, sorrio.
A casa da minha vó é de frente para o mar o que é maravilhoso.Pela manhã me levanto e tomo banho. Coloco um vestido branco e saio do quarto encontrando vovó na cozinha. O cheiro fresco de café chega até mim fazendo minha boca salivar.
-Dormiu bem querida?
-Passei a maior parte da noite acordada, eles gostam mais da madrugada do que do dia -Acaricio minha barriga saltada e sorrio.
Meus filhos são o escape da minha tristeza.-Ansiosa para chegada deles? -Ela termina de colocar a mesa do café.
-Muito -Sorrio e suspiro.
Comemos tranquilamente. A comida de vó é tudo de bom, não é atoa que detono quase tudo na mesa.
Ajudo tirar a mesa e lavar as louças. Minha língua coça para perguntar sobre sua desavença com minha mãe, mas a seguro dentro da boca. Quando for o momento certo ela me contará.
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Nada é por acaso(Concluído)
RomanceUm homem com cicatrizes profundas e fechado para o amor... Um erro médico que muda tudo, seria acaso ou destino?! Alice acabou de sair de um casamento infeliz e conturbado. Seu ex a deixou porque pensava que ela não podia dar-lhe filhos. Em uma...