N I N E

226 31 10
                                    

Nighmare from a distant memory

"Era uma sexta-feira.

Seokjin voltava para casa depois de ter as últimas aulas do ano, estava animado para passar as férias todas brincando com seu melhor amigo, Joonie.

Chegando em casa ouviu gritos, não eram de desespero, ou de choro. Eram do seu pai, este gritava a todos os pulmões embolando as palavras, era quase impossível entender o que o mais velho falava.
O pequeno menino de sete anos, assustado, abriu somente uma fresta da porta de entrada com cuidado. Viu a madrasta – que considerava sua mãe legítima – encolhida, com as mãos cobrindo os lados de sua cabeça, como se quisesse se proteger. Seu pai, estava com uma garrafa de soju* em uma mão e na outra se encontrava um buquê de flores lindas e brancas, Seokjin não conseguia vê-las direito não podendo reconhecê-las.

Os gritos ficavam a cada minuto mais altos e intensos, seu pai estava irado. A bebida contribuía em sua raiva, aumentando as proporções da mesma.

— ALÉM DE FICAR SAINDO COM OS COLEGUINHAS DE TRABALHO E VOLTAR A ESSA HORA, AGORA ELES TAMBÉM TE DÃO FLORES? E QUEM ERA AQUELE CARA QUE TE TROUXE ATÉ A PORTA, HEIN?— Não recebendo resposta da mulher à sua frente, ele se aproximou mais um passo. — FALA SUA VAGABUNDA.

— Não era ninguém... Ele só me acompanhou porque está tarde. — A mulher disse baixo, não queria causar mais alarde entre a vizinhança gritando de volta para com o marido.

— FALA ALTO PRA EU TE OUVIR SUA PUTINHA, EU SEI QUE VOCÊ TEM VOZ PRA GRITAR QUANDO ALGUÉM TE FODE.

— Por favor, Sungcheol, pare de gritar, vamos conversar, mas com calma.— A mulher se afastou um passo do homem alto, e muito maior que si. — Por favor.

— Você... Falar mais baixo...?— Fingiu a obedecer, antes de gritar ainda mais alto do que antes.— PRA QUÊ? PROS VIZINHOS NÃO FICAREM SABENDO QUE VOCÊ É UMA PUTA, LEE SUNHEE?

Seokjin não queria mais ouvir, poderia não entender muitas das palavras que o pai proferia, mas sabia que eram más, e não aguentava mais ver sua mãe de consideração sendo maltratada desse jeito. Entraria dentro da casa e tentaria parar seu pai, se não fosse pela vizinha uma senhora de bom coração, lhe chamando da casa ao lado.

— Seokjinie, não entre aí!— A senhora avisou, o chamando com o braço para sua casa.— Venha passar a noite com a ahjumma, sim? É perigoso, você sabe como o papai fica quando está desse jeito, certo?

A vizinha que nutria grande carinho pelo pequeno garoto pelo qual ela viu nascer e crescer, não queria que nada de mal acontecesse com ele. Sabia dos problemas com bebida do pai do menor, e foi por causa destes, que sua ex-mulher – mãe biológica Seokjin – havia o deixado.

A senhora já tinha ligado para a polícia, mesmo com eles não parecendo se preocupar tanto com o caso de um bêbado brigando com uma mulher, "tinham mais com o que se preocupar".

O menino correu para os braços de sua vizinha, Song Hye Kyo, que lhe abrigou em sua casa pelo resto da noite.

Até que os policiais chegaram.

Floriculture 『Ksj+Knj』Onde histórias criam vida. Descubra agora