Chapter 1

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             Leiam as notas finais por favor!                            


                             N A T H Á L I A

Meus olhos estavam apenas pesados demais, é como se eu estivesse descansada de todas as coisas da vida.
Conseguia ouvir muito pouco, mas as vozes ao meu redor iam de ajustando lentamente, uma delas era a Paolla escandalosa como sempre, e a outra era Thayana, e a outra coisa, era o apitar das máquinas. Estava no hospital. Mas onde está Harry? Deveria estar ouvindo sua voz aqui também.
Apenas sentia como se eu estivesse sem voz, não conseguia abrir a boca, mas fazer uma força não ia matar ninguém.

- Parem de gritar - Falei baixo mas claro o suficiente para as duas ouvirem, não conseguia falar mais alto que isso.

- MEU DEUS, ELA ACORDOU - Paolla grita e minha única vontade era de tacar uma TV na cabeça dela.

Abro os olhos lentamente me acostumando com a claridade e ainda sim vejo Thayana correndo pra fora do quarto, gritando por um médico. Meu Deus, pra que tudo isso? Elas tinham me visto ontem, apesar das circunstâncias.

Olho pra Paolla que chora quieta do outro lado do quarto.

- Meu Deus Paolla? O que foi? - Pergunto me sentando lentamente na cama branca de hospital.

- Você não está morta - Ela diz e põe a mão no rosto.

Mas meu Deus...

- Não estou, graças a Deus - Respondo ainda estranhando mas a mesma limpa o rosto assim que Thayana entra no quarto com um Médico que vem diretamente até mim.

- Abra a boca por favor - Ele pede e eu obedeço.

O mesmo abre mais meus olhos com os dedos e examina com uma lanterna.

- Em que ano estamos? - Ele pergunta e eu rio.

- Puff, só pode ser brincadeira. 2014 - Respondo obviamente e ele para de me examinar.

- Qual seu nome? - Ele pergunta e eu reviro os olhos.

- Isso é algum tipo de piada? Meu nome é Nathália - Respondo cruzando os braços.

- Então Nathália, vejo que melhorou bastante e não tem mais ferimentos. Agora peço para que mantenha a calma - Ele pede e agora sim eu estou assustada, o que está acontecendo?

- Hoje é 13 de Março de 2017, você esteve em coma por 3 anos - Ele explica e pra mim essas palavras foram um baque. Eu não ouvia mais nada do que ele estava falando. Na minha cabeça apenas se repetia "Você esteve em coma por 3 anos", olho pras meninas que me olhavam atentamente esperando minha reação.

- Nathália, já está liberada para ir pra casa - Ele diz e só aí eu voltei a escutar ele.

- Coma? - Sussurro olha do para o cobertor branco que me cobria naquela manhã de frio.

- Eu sei que é difícil mas nós temos grupos de apoios para pessoas que estiveram em coma, se quiser nós arranjamos uma vaga pra você - Ele oferece e eu nego levantando o rosto que agora tinha vestígios de lágrimas.

- Não, obrigada - Sorrio fraco.

- Bom, então deixarei vocês sozinhas para fazerem sua mala e quando estiverem indo embora, me chamem para eu me despedir - Ele sorri e levanta saindo do quarto.

Olho pras meninas que me olhavam atentamente.

- Parem de me olhar assim! Afinal foram 3 anos, o que eu poderia perder em 3 anos - Dou de ombros e elas se entre olham engolindo seco.

- O que? Cadê o Harry? - Olho pra elas e elas caminham até mim.

- Ele... Ele está preso - Paolla fala com receio e eu olho para as duas procurando algum vestígio de piada em suas vozes.

- Preso? - Pergunto sentindo meus olhos ardendo pela vontade de chorar.

- Sim, depois da confusão na casa do Turner e quando você levou o tiro Harry não conseguiu simplesmente ir embora, ele ficou lá com você, na esperança de você acordar, alguns vizinhos ouviram os tiros e chamaram a polícia, eles foram presos - Thayana explica desconfortável, afinal não sou só eu quem está sofrendo.

Respiro fundo e aperto os olhos.

- Me tirem daqui por favor - Peço e elas concordam.

Não perguntei das outras meninas, provavelmente voltaram pro Brasil.

(...)

Me olho no espelho do hospital e nunca desejei tanto uma maquiagem.

Depois de se despedir do médico nós caminhamos pra fora do quarto, algumas enfermeiras sorriam pra mim, provavelmente já me conheciam e estavam acostumadas, mas eu não conhecia elas, mas mesmo assim retribuia os sorrisos com a boa educação que recebi da minha mãe. Mãe!

- Minha mãe? - Pergunto olhando pra elas.

- Nós não contamos achamos melhor assim - Elas explicam e eu concordo andando pelo grande corredor até a saída do hospital.

Vejo Amanda e Mariana caminhando pelo mesmo corredor. As mesmas param no meio do corredor surpresas por me ver ali de pé, viva.
Uma criança saí de trás das pernas da Amanda e olha em minha direção. Aparentava ter uns 2 anos.

- Mommy! Mommy! - O bebê corria em nossa direção.

Penso ter alguém atrás de nós, mas nada. Ninguém.

O bebê se agarra em minha perna e eu olho para o pequeno menininho agarrado em minhas pernas.

- De quem é essa criança? - Pergunto olhando pra elas e vejo Amanda e Mariana se aproximarem mas não muito, pareciam com medo de eu simplesmente desaparecer no ar.

- Mommy, Você acordou - O bebê ainda com falas estranhas pulava e erguia seus bracinhos em minha direção.

Abaixo na frente do menino e o observo enquanto o mesmo mexia em meu cabelo.
O mesmo não era negro, mas também não era branco, era pardo mais puxado pro branco. Tinha algumas sardinhas bem clarinhas em baixo dos olhos. O mesmo continha um grande sorriso no rosto, seus dentinhos de leite eram brancos e em suas bochechas covinhas enormes.
Seus olhos, eram medianos e verdes, mas de um verde tão intenso... Harry.

- Mommy, eu pensei que você não ia acordar nunca assim o - O mesmo esticava os bracinhos pra mostrar a grandeza do que ele pensava.

- Qual seu nome? - Pergunto com a voz embargada.

- Ethan - O mesmo olhava pra Amanda pra ter certeza de que falará seu nome certo.

- Não vai me abraçar Mommy? - Ele sorri e abre os pequenos braços.

Com receio eu acolho o pequeno menino em meus braços e era isso, era tudo. Era o mundo. Eu não precisava de mais nada. Era suposto eu amar a pessoa sem conhecer por 9 meses, mas eu o amo, mais do que posso imaginar, nesses minutos em que acabo de conhecer ele já o amo.

Aperto a criança contra mim sentindo as lágrimas quentes correrem em meu rosto.

- Mommy, não chora você acordou - Ele esfrega sua pequena mãozinha em meu rosto e eu a pego beijando a mesma.

- Isso mesmo, a mamãe acordou. E agora ela nunca mais vai te deixar em paz - Eu vou proteger essa criança, não importa quantos anos eu tenha perdido. Eu vou tirar ele de perto de toda esta merda em que estamos envolvidas.
Nem que pra isso eu tenha que voltar pro Brasil.
Mas eu tenho tudo que eu preciso, tenho meu filho e tenho as meninas, eles são minha família, tudo oque importa pra mim.




Votem e comentem!
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Primeiro capítulo da segunda temporada e nós já temos 3 bombas, 3 fucking bombas.
Desculpa por todos esses tiros que eu estou soltando gente, mas não se preocupem tudo vai ficar bem depois...

Mas me conta gente, o que vocês acharam????

Amo-vos

XxNathy

Opss! Apaixonada por um criminoso! ||H.SWhere stories live. Discover now