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A noite terminou muitas músicas depois, muitos drinques depois e muitas risadas depois. A turma foi – como sempre – a última a sair do bar, e James Olsen foi o último a ser visto inteiro - e acompanhado - saindo o bar.

O casal Wayhaught foi obrigado a enxotar todos para fora do bar mesmo que não quisessem fazer isso e sentissem que aquela era melhor noite que aquele bar já havia vivido.

Lena e Kara simplesmente aceitaram, afinal, ainda tinham uma garrafa de whisky que haviam comprado juntas e corpo uma da outra que prometia lhe manter vivas no caminho de volta no incrível frio que estava fazendo naquela noite.

O clima e a paisagem pareciam dizer que aquela era a noite. Tudo parecia dizer que aquela era noite. E para Lena, tudo parecia dizer que aquela era a garota, mas ela não tinha o direito de pensar nisso.

-Eu vou te levar no hotel, ou você vai me levar pra casa?

-Eu não sei onde o hotel fica, então, eu te levo pra casa, eu acho. – Lena admitiu sorrindo.

-Me parece justo.

Lena riu e estendeu a mão para Kara, Kara segurou sua mão e as duas seguiram por algumas quadras dali, tomando whisky, fazendo piadas ruins sobre coisas que aconteceram na noite e também cantando músicas de inverno ou que assim elas julgavam.

Com o caminho, com o álcool e com a hora, elas se tornaram mais silenciosas e deixaram de parecer um one night stand muito bêbado, para um casal real na rua. Elas não enxergavam isso obviamente, mas ali estava se mantendo quentes e protegidas em uma noite extremamente lida no que poderia ter sido a comemoração de um bom tempo juntas.

Isso com certeza seria a fantasia perfeita.

Elas se aproximaram do prédio de Kara e Lena lembrou com pesar de que não estava em sua cidade, de que não estava fora de uma rota de shows e de que aquela não poderia ser completamente a sua noite perfeita.

-Você não quer subir? – Kara perguntou deixando as chaves na porta e se virando para Lena.

O os olhos da morena brilharam enquanto ela tentava se convencer de que não queria. A verdade era que especialmente naquela noite, ela não deveria. Elas iriam embora pela manhã e Lena deveria voltar para o hotel. Por todos os lugares que ela havia passado e todas as moças que a colocaram naquela situação antes, ela era a que Lena mais queria ficar e justo com ela não podia.

-Eu não posso, Kara.

Kara comprimiu os lábios e baixou a cabeça, a expressão mais fofa e convincente de sofrimento que Lena já havia presenciado. Mas mesmo assim, elas ainda precisavam se despedir. Lena deu um passo á frente para lhe dar um beijo de despedida e Kara calculou com muita rapidez seus movimentos. Para Kara, a boca de Lena dizia uma coisa, mas aqueles olhos castanhos diziam outra, e os olhos não mentem.

-Kara...

Kara á interrompeu. Antes que ela terminasse a frase, o maior poder de Kara já estava em ação. Ela se surpreendeu de início, mas dois segundos depois, as mãos de Lena já estavam na sua cintura. A curiosidade que movia Lena para descobrir o que havia de tão diferente naquela garota não a deixariam ir embora com um beijo e "foi bom te conhecer", ela tinha que no mínimo ter certeza de que elas nunca iriam se esquecer.

Kara invadiu a boca de Lena com uma ferocidade inesperada, mudando completamente o tom do momento e ascendo mais do que a luz da porta. Lena lhe deu o espaço e direito de lhe possuir.

Havia um gosto de uma noite inteira nos lábios uma da outra, um coquetel de prazer e diversão que era difícil recusar. Elas só queriam se jogar uma no braço da outra, elas poderiam se seguissem o desejo fazer aquilo até mesmo ali, mas não deveria, não poderiam por motivos óbvios.

Galway Girl | SUPERCORPDonde viven las historias. Descúbrelo ahora