Capitulo V- Olá, irmãozinho

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Durante a minha breve, porém majestosa vida, os meus amigos sempre possuíram a incansável mania de me perguntar como eu conseguia pregar os olhos e colocar a cabeça no travesseiro à noite considerando todas as terríveis coisas que eu já havia feito. A resposta era consideravelmente simples: use uma boa máscara de veludo contra incidência de luz e tenha por perto um macio travesseiro de plumas de ganso.

Não se engane com o tamanho dos seus erros. Eles só podem te afetar se você passar cada momento da sua vida (ou da sua morte) pensando neles.

Sempre foi evidente que garotas possuem uma capacidade maior para mentiras do que os garotos. Acho que isso tem alguma coisa a ver com toda a testosterona que eles carregam em seu organismo.

Eles podem até bancar os dominadores e machos alfas, mas ficam completamente perdidos quando a linha tênue dos seus segredos é balançada.

O fato é que quando os nossos pensamentos ficam totalmente atribulados, é difícil discernir o que é realidade e o que apenas está sendo produzido pelos hormônios do sono. E Ross estava prestes a descobrir que quando você fica por tanto tempo preso em uma mentira nem no mundo dos sonhos pode se considerar em segurança.

Los Angeles,

Três anos antes.

A noite estava particularmente escura, mas era possível enxergar ainda de longe a placa de Hollywood sobre o monte Lee. O terraço do prédio onde nos encontrávamos, apenas há algumas quadras da Rodeo Drive, cheirava horrivelmente a fumaça de cigarro, perfume barato e sangue fresco.

Eu estava paralisada pelo medo, já Ross permanecia caído de joelhos sobre o chão manchado olhando fixamente lá para baixo. Uma parte lateral da sua camisa estava completamente rasgada enquanto um ferimento aberto em seu abdômen pulsava.

Quando eu finalmente me dei conta do que estava acontecendo corri até ele para ajuda-lo. O pobrezinho estava quase convalescendo sobre os meus braços enquanto perdia uma quantidade considerável de sangue.

Eu o deitei sobre o meu colo e terminei de rasgar a sua blusa para improvisar um torniquete. Peguei o pedaço de pano azul e amarrei o mais forte que eu consegui na esperança de estancar o sangramento e evitar uma hemorragia.

— Ross, precisamos sair daqui imediatamente — disse, ajudando-o se levantar. Ele fez força para ficar de pé e em seguida se apoiou sobre mim. — O torniquete vai impedir o fluxo sanguíneo, mas eu preciso te levar a um hospital.

— Mas e o corpo? — Ross começou a passar a mão sobre os seus cabelos e a puxa-lo em estado preocupante. — Porra, a gente tá muito ferrado.

Ele era o único que havia presenciado a cena já que eu estava mais atrás e assustada demais para me aproximar. Por fim eu finalmente olhei lá para baixo. O garoto estava jogado sobre a lataria de uma McLaren prateada enquanto os fragmentos do vidro do para-brisa permeavam toda a sua pele anteriormente clara.

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