03 | demasiado surreal

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"Sim, ele pode subir." Confirmo com o senhor da recepção e depois coloco o telefone de quarto de volta no suporte, desligando assim a chamada. Olho-me ao espelho mais uma vez, certificando-me de que estou bem e só então noto que ainda não estou calçada.

Antes ainda de poder alcançar os sapatos, ouço alguém bater à porta e sou obrigada a correr até à entrada para abrir a mesma.

** ** **

Ao abrir a porta, deparo-me com André. Inicialmente, ele está de cabeça baixa mas depois ergue-a para me olhar. O seu cabelo está perfeitamente penteado e a sua barba bem aparada.

Ele está a usar uma camisa azul, skinny jeans e sapatos pretos. As mangas da camisa estão arregaçadas até aos seus cotovelos e a camisa desabotoada no cimo, revelando um pouco do seu peito.

Por muito que me esforce para o convidar a entrar, não consigo concentrar-me o suficiente. Ele está demasiado surreal, demasiado perfeito.

ANDRÉ

Assim que Valerie abre a porta, deparo-me com os seus pés descalços. Ela tem os pés pequeninos e a as unhas pintadas com um verniz transparente que as deixa brilhantes e com aspecto saudável. À medida que ergo a cabeça, noto como tem joelhos bonitos e como os calções curtos lhe ficam tão bem. Reparo no top vermelho, simples mas vistoso, e no colar que lhe cai sobre o peito.
Ela tem os lábios carnudos pintados de vermelho e um pouco de rímel nas suas pestanas compridas.

Por mais que tente dizer algo, encontro-me demasiado distraído para poder sequer formar uma frase.
Ela está demasiado surreal, demasiado perfeita.

** ** **

"Eu sei que disse que íamos tomar café, mas achei melhor levar-te a jantar. Eu já reservei a mesa e tudo mas se tu não qui-" Explico enquanto seguro a porta do carro do lado do passageiro para que Valeria saia.

"Espontaneidade. Gosto." Ela interrompe-me. "Jantar parece-me bem."

Sorrio para mim mesmo. Lá se vai a teoria do Afonso... ou então ela não é como as outras raparigas.

** ** **

Fecho a porta do carro e tranco o mesmo, enquanto guio Val para dentro do restaurante. Tenho a mão no fundo das suas costas, mas não estou realmente a tocar-lhe porque não quero de maneira nenhuma que ela se sinta desconfortável.

"Boa tarde, senhor André. A sua mesa está pronta." A empregada informa-nos à entrada e pede que a sigamos até à mesa na varanda que eu tinha reservado para a ocasião. Por alguma razão, dava por mim a querer impressionar Valerie. O facto de o sorriso dela ainda não ter desvanecido desde que saímos do carro, deixa-me contente. "Ora cá estamos, fiquem à vontade. Eu volto já com a ementa."

"Obrigado." Agradeço e depois seguro a cadeira para Val. "Então, o que achas? Superei as expectativas?"

"Eu não tinha expectativas André, para mim qualquer coisa servia..." Ela diz honestamente. "Mas está tudo fantástico, a vista então... é magnífica." Ela olha para o horizonte e os seus olhos brilham.

Sento-me à sua frente e antes de dizer mais alguma coisa, dou-me tempo para apreciar a sua beleza.
A noite está a começar a ficar escura mas ela tem luz própria, uma verdadeira estrela.

"Estás fantástica." Comento, surpreendendo-me a mim mesmo por o ter feito e baixo o olhar.

"Obrigada, André. Tu também não estás nada mal." Ela diz, sorrindo.

A empregada volta com a ementa, quebrando o silêncio constrangedor que se instalara. Ela entrega a cada um de nós um cardápio e depois observa-me atentamente.

"Senhor André, eu espero que não seja pedir muito mas está ali um menino dentro que quer um autógrafo seu e eu pergunto-me se você o podia assinar." Ela pede, esticando-me um pedaço de papel e uma caneta que eu aceito de boa vontade. Pelo canto do olho, noto Val a olhar-me com um sorriso.

"André, o menino não pára de olhar para ti, é melhor ires até lá dentro e tirares uma fotografia com ele." Ela diz, calmamente.

"Estou aqui contigo, não tenciono deixar-te sozinha." Falo, enquanto assino o pedaço de papel.

"São dois segundos, vai. O sorriso do menino vai valer mais do que qualquer outra coisa no mundo." Ela argumenta e eu considero as suas palavras e levanto-me.

"Eu volto já."

VALERIE

Quando André regressa de tirar uma foto com o rapazinho que lhe tinha pedido um autógrafo, ele vem com o maior sorriso nos lábios. Entretanto, eu já tinha escolhido o que queria jantar e a empregada estava só à espera que André escolhesse também. Ele escolhe assim que se senta e a empregada promete voltar o mais rápido possível com os nossos pratos.

"Pedimos os mesmo." Observo e a surpresa é evidente na cara dele. "O menino ficou contente?"

"Bastante. E antes de me vir embora, ele disse-me que eras muito gira e que estava com ciúmes de mim." Ele ri-se e depois retira o telemóvel do bolso. A noite estava agora escura e os candeeiros acesos.
Um outro empregado vem e enche os nossos copos com vinho, deixando-nos de seguida.

Assim que pouso o copo após provar o vinho, noto que André aponta o telemóvel na minha direcção, o que me deixa um pouco envergonhada.

"Por favor, diz-me que não estás a tirar-me uma foto." Peço.

"Claro que estou, eu quero que o mundo saiba que estou a jantar com uma rapariga lindíssima." Ele diz e eu sorrio.

andresilva9
1 minuto atrás
📍Porto, Portugal

❤️ fasdoandre_, cristiano e 4,457 outrosandresilva9 jantar com a belíssima @_valerie

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❤️ fasdoandre_, cristiano e 4,457 outros
andresilva9 jantar com a belíssima @_valerie.garcia_

EU QUERO-TE A TI [andré silva]Where stories live. Discover now