_valerie.garcia_ há 1 minuto atrás 📍Porto, Portugal
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❤️ andresilva9, afonsovsilva e 178 outros _valerie.garcia_ à luz de um luar fantástico na companhia de alguém mais fantástico ainda
"Do que é que sentes mais saudades?" André pergunta, olhando-me com atenção.
"De ouvir a bela língua portuguesa todos os dias da minha vida." Admito, pensativa. "Em casa, continuamos a falar português, mas não é a mesma coisa..."
"Imagino. Mas preferes viver cá ou lá?"
"Penso que lá... a qualidade de vida não se compara." Explico. "Mas já chega de falar sobre mim."
"Eu gosto de falar sobre ti." O André diz, e eu consigo ver, pelos seus olhos, que já bebeu um pouco de vinho a mais, pelo que peço a conta ao empregado. "Quando é que vais voltar?"
"Daqui a cinco dias." Respondo enquanto o observo dar mais um golo no copo. Entretanto, o empregado veio com a conta e eu pago imediatamente, convidando de seguida o André a irmos.
Ele levanta-se mas quase perde o equilíbrio pelo que sou obrigada a ampará-lo.
"Acho que é melhor eu levar o carro." Murmuro enquanto ando lado a lado com ele em direcção à saída. Ao chegarmos ao carro, retiro as chaves do bolso dele e destranco a porta do lado do passageiro, onde ajudo André a sentar-se. Antes de fechar a porta, ele prende uma madeixa do meu cabelo atrás da minha orelha e sorri. "Tenta não adormecer, senão não te consigo carregar." Digo-lhe e depois fecho a porta e dirijo-me até ao lugar do condutor.
Pelo canto do olho, consigo ver André a observar cada movimento meu. Ligo as luzes e ponho o motor a trabalhar e conduzo para fora do estacionamento, rumo ao hotel onde ele iria ter que passar a noite.
"Gosto da maneira como conduzes o meu carro."
** ** **
"Se precisar de mais alguma coisa, basta ligar para a recepção, menina Garcia." Ouço o porteiro dizer antes de fechar a porta do quarto e agradeço brevemente.
André está agora a dormir e não tem ar de quem irá acordar entretanto, portanto decido ir vestir o pijama à casa de banho e preparar-me para ir dormir também. Quando regresso ao quarto, reparo que o telemóvel de André está a vibrar e então decido tirar-lho do bolso para que ele não acordasse. É Afonso quem lhe está a ligar e, se bem me lembro, o rapaz é irmão de André. É provável que esteja preocupado, pelo que atendo a chamada.
"Então puto, onde andas? Estava a ficar preocupado, já te mandei algumas dez mensagens!" Afonso, diz, do outro lado.
"Olá, Afonso. O meu nome é Valerie e eu estive a jantar com o teu irmão... ele bebeu um pouco de vinho a mais e como eu não sabia o que fazer, trouxe o carro até ao iStay e ele agora está a dormir." Explico.
"Mas ele está bem? É preciso ir buscá-lo?" Ele pergunta, preocupado.
"Sim, ele está bem. Não precisas de te preocupar. O melhor agora é deixá-lo dormir."
"Ok, mas se for preciso alguma coisa, liga-me."
"Sem problemas. Com licença." Digo e depois desligo, pousando o telemóvel na mesinha de cabeceira ao lado de André. Decido pôr uma manta por cima dele e depois deito-me na cama, a seu lado, por baixo dos lençóis. Desligo a luz.
** ** **
Acordo com o som dos carros lá fora e com um feixe de sol a bater-me na cara, aquecendo a minha pele e deixando a mesma com um tom dourado quente. Estou sozinha na cama, o que me leva a perguntar se André se terá ido embora durante a noite, mas logo a minha questão é respondida quando ouço o autoclismo da casa de banho ser posto a baixo. Minutos depois, o rapaz de metro e oitenta e cinco sai da casa de banho e encosta-se na ombreira da porta enquanto me observa a endireitar-me na cama.
"Bom dia." Ele diz, com uma voz arranhada e sensual. Ele tem a cara um tanto inchada, por ter acabado de acordar, o que faz os seus lábios carnudos mais apetecíveis ainda.
"Olá." Respondo apenas, com um sorriso.
"Eu tenho que te pedir desculpa... ontem abusei no vinho, e não é algo que aconteça!" Ele começa por dizer. "Eu estava-me a divertir e acabei por me distrair."
"Não tens que pedir desculpa, André. Acontece a todos." Digo. "Deves ter fome agora, portanto vou pedir para trazerem o pequeno almoço."
"Se quiseres eu posso ir andando e tomar o pequeno almoço em qualquer lado... acho que já invadi a tua privacidade o suficiente." Ele diz, sentindo-se culpado pelos acontecimentos da noite passada.
"De maneira nenhuma. Já para não falar de que ainda não estás em condições para conduzir." Comento e depois levanto-me para fazer a cama antes de ligar para a recepção e pedir para trazerem o pequeno almoço.
ANDRÉ
Valerie está a usar uma camisa de dormir vermelha, curta e de seda. É impossível tirar os olhos dela enquanto ela se passeia de um lado para o outro no quarto, mas antes que ela possa notar o meu olhar, sou salvo pelo serviço de quartos que bate à porta e entra com o pequeno almoço.
Depois de pousar a comida numa mesinha que se encontra no canto do quarto, o senhor deseja-nos bom apetite e deixa-nos mais uma vez sozinhos.
Valerie senta-se no parapeito da janela, deixando a única cadeira que havia no quarto para mim. Ela senta-se com uma perna por baixo de si mesma e observa a comida em cima da mesa como se a parte mais difícil ainda estivesse para vir - escolher o que comer. Por fim, ela fica-se pelo croissant de chocolate, mirtilos e café sem açúcar. Por minha vez, eu escolho apenas o croissant de manteiga e café.
Durante o pequeno almoço, quase não dizemos uma palavra. Mas a verdade é que aprecio o silêncio quando estou na presença de Valerie, pois permite-me apreciar cada traço dela, a maneira como faz as coisas do dia-a-dia, a cara que faz quando os mirtilos não são doces o suficiente, ou até mesmo o facto de que, quando satisfeita com a comida ela geme um pouco ao fim de cada trinca.
"O teu irmão ligou ontem e eu atendi para lhe dizer que estavas bem." Ela diz, não tirando os olhos do seu croissant.
"Eu sei." Admito. "Ele mandou mensagem hoje de manhã e disse-me."
"Ele estava preocupado... até perguntou se era preciso vir-te buscar." Ela conta mas entretanto é interrompida pelo seu telemóvel a tocar.
Ela levanta-se e corre para o atender.
"Sim... é a mesma... hm hm... ok, eu vou agora mesmo, devo chegar dentro de meia hora... obrigada, até já." Ouço-a e depois observo-a a desligar a chamada e a vestir um casaco de ganga e a calçar uns chinelos de dedo.
"Está tudo bem?" Pergunto, levantando-me.
"Tudo óptimo. Era do aeroporto, recuperaram a minha mala. Vens comigo?" Ela pede, com um sorriso no rosto e eu abano a cabeça em afirmação. "É melhor ser eu a levar o carro."