20/Temp.2

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Lauren

Eu andava de um lado para o outro naquela sala de espera, e eu realmente estava à espera de uma resposta boa sobre Camila.

Lucy e Vero haviam ido embora para tomarem banho e descansar. Quer dizer, todos haviam ido embora, sobrando apenas Kylie, Harry, Dinah e por incrível que pareça, Olivia.

-Para com isso, estou ficando tonta. -Kylie reclamou.

-Eu não consigo me acalmar. -Sentei no meio deles. -Por que deu complicações no parto? Droga, estava indo tudo bem. -Coloquei o rosto entre minhas mãos.

-Lauren essas coisas infelizmente acontecem, você tem que ser forte além de tudo. -Harry dizia.

-Eu não consigo, droga eu não consigo, eu preciso que Camila esteja ao meu lado, eu preciso vê-la sorrindo. -Voltei a chorar e senti os braços fortes de Harry me abraçar.

-Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. -Ele repetia enquanto apertava sua mão na minha nuca, numa tentativa de me tranquilizar.

...

Minutos haviam se passado, ou talvez horas, eu ainda chorava baixinho enquanto meus amigos e os de Camila estavam ali, nos encorajando, sim, nos encorajando, porque eu sabia que ela também precisava de forças.

Eu ouvia Kylie orando ao meu lado baixinho, e sempre eu ouvia um "por favor Deus", nos finais das suas frases. Eu sabia que Kylie era firme em sua fé, e eu acreditava que sua oração podia ajudar.

Então foi quando Deus finalmente, resolveu atender o seu pedido, o nosso pedido. E um médico veio em nossa direção.

Eu fui a primeira a levantar, depois Harry e Kylie.

-Boa noite senhores. -Ele disse com uma voz grossa. -Sou o Dr. Aaron, e eu adoraria saber quem é Lauren. -Ele disse olhando para nós.

-Eu sou a Lauren. -Falei baixinho.

-Oh, claro, você. -Disse olhando a ficha. -Consegue me seguir? -Assenti perdida e ele deu as costas indo em direção ao corredor.

Sem falar nada, o segui sem ao menos olhar para meus amigos.

Uma porta dupla foi aberta e eu passei correndo por ela e logo eu estava em um consultório chique e de cores marfim.

-Sente-se por favor Lauren. -Ele pediu e imediatamente eu fiz, eu sabia que iria cair a qualquer momento.

Encarei-o enquanto ele organizava alguns papéis em cima da mesa e não me olhava. Quando ele terminou, soltou um suspiro longo e cruzou as mãos em cima da mesa, finalmente me encarando.

-Preciso que seja forte. -Disse e eu senti meu coração novamente se apertar, e meus olhos já encheram de lágrimas. -Lauren, eu não posso te contar isso, com a fragilidade em que você se encontra. -Passei as mãos no rosto.

-Ela é minha noiva Aaron, como quer que eu seja forte, sabendo que ela pode estar morta agora? Ou o nosso bebê?! -Perguntei um pouco alterada e ele suspirou.

-Se isso te faz sentir-se melhor, Camila não está morta. -Meu coração por um momento se confortou, e eu suspirei, alto e aliviada. -Mas ela está doente. -Olhei para ele.

-Como? -Perguntei tentando mesmo ouvir aquilo.

-Olha Lauren, eu deveria saber como te contar isso, eu tenho anos de experiência, mas eu simplesmente não consigo, vocês são jovens, tem tanto o que viver e...

-Seja direto. -Falei entre dentes e ele suspirou fechando os olhos.

-Ok. -Ele sussurrou olhando para as mãos como se tentasse se convencer de desistir. -Camila está com câncer.

Encarei seu rosto, procurando um resquício de mentira ali, mas o que doeu, foi não encontrar.

Fechei os olhos e senti as lágrimas caírem na minha calça.

Câncer, Camila estava com câncer, e o que eu poderia fazer agora céus?

-Por favor diga alguma coisa. -Ele disse e eu o olhei.

-Quanto tempo? -Ele suspirou.

-Dois meses. -Levantei instantaneamente e o olhei incrédulo.

-Dois meses?! Viemos mês passado saber sobre o bebê, e vocês não nos avisaram, dois meses? Isso é um pouco tarde para um tratamento. -Ele olhou para a cadeira e eu entendi que eu precisava sentar.

-Ela veio saber do bebê, não uma consulta semanal, eu sinto muito Lauren, mas tarde tarde, não é. -O olhei. -A doença ainda está se formando aqui. -Ergueu um raio-x craniano e apontou com a caneta no lado esquerdo. -Podemos reverter essa situação e eu estou disposto, a ajudar. -Senti meu coração pular da caixa torácica.

-O que eu posso fazer? -Perguntei ainda perdida.

-Primeiro, você irá para casa, tomar um bom banho, comer claro, separar algumas peças de roupas suas, dela e do bebê. -Assenti. -E você irá ficar ao lado dela.

-Uma pergunta. -Ele assentiu. -Quais são as chances dela não sobreviver? Dessa doença tomar conta do seu cérebro o mais rápido que não possamos ver? -Ele suspirou.

-É matemática, tudo é matemática Lauren, só que essa matemática é um tanto delicada, veja aqui. -Apontou para uma bola. -Você sabe qual a massa e a densidade que essa bola tem ao cair no chão? -Revirei os olhos.

-Eu sou fissurada em ciência sim Aaron, mas eu não quero tratar do assunto usando ela. -Ele ergueu a mão para que eu esperasse.

-Precisamos de exames, os exames são como cálculos, Camila é como a fórmula para a formação dos cálculos, e os resultados dos exames, serão o começo para o tratamento, e aí sim, eu poderei te responder as duas perguntas. -Passei as mãos no cabelo.

-O cabelo dela? -Ele deu de ombros.

-A quimioterapia e a radiação dos exames à laser são fortes, mas, ela raspará o cabelo se quiser, a opção é dela. -Assenti devagar. -Enquanto à sua filha, creio que já sabe sobre sua condição e...

-Sim eu sei, ela puxou à mim, literalmente, e eu achando que era um garoto. -Ele sorriu.

-Meus parabéns, sua filha é linda. -Assenti. -Agora faça o que eu disse, vá para casa Lauren. -Assenti e me levantei saindo da sua sala um tanto desnorteada.

Quando cheguei na sala de espera, todos se levantaram para falar comigo, o desespero, preocupação e tristeza em seus rostos.

-O que aconteceu lá dentro? O que ele disse Laur? -Harry perguntou.

-Está tudo bem. -Disse tentando convencer à mim mesma e passei por eles indo para fora do hospital.

Show You - CamrenTempat di mana cerita hidup. Terokai sekarang