Show You - Camren

17/Temp.3

Alex

-Eu já liguei para a escola. -Ouvi mamãe falar nervosa. -A culpa é sua, a culpa sempre é sua. -Desci mais as escadas e sentei ali para ouvir.

-Você sempre põe a culpa das coisas em cima de mim, por que? Se ele não voltou para casa ainda significa que ele não saiu da escola, que ele foi direto para o trabalho. -Minha mãe dizia mais nervosa ainda.

-Eu já liguei para a escola Lauren, ele não está lá, eu quero o meu filho em casa! -Gritou.

-Eu não sei onde ela está, não grite comigo como se eu soubesse onde ele está Camila. -Ouvi mamãe soluçar.

-Você é sempre assim, grita comigo e não quer ser gritada de volta. -Ouvi um suspiro alto.

-Você tem que esquecer essa droga de passado e...

-Como? Como esquecer a droga do passado se ele está em todo canto? Eu olho para os nossos filhos e lembro do nosso passado Lauren! -Gritou.

-Eu sabia que você não havia esquecido isso cem por cento. Camila, já passou-se anos, você ainda vai mesmo mastigar isso por quantas vezes? -Gruniu.

-Quantas vezes for possível, até você me perdoar. -Disse soluçando e eu desci mais as escadas tendo a visão da mamãe com as mãos no rosto e seus ombros balançando por conta do choro.

-Amor eu já te perdoei, te perdoei desde o primeiro dia, temos uma família linda, não precisamos lembrar dessa droga de passado. -Minha mãe se aproximou e abraçou seu corpo. -Noah vai chegar, é só ter calma, ele vai aparecer à qualquer momento. -Suspirei e subi as escadas de volta.

Não era a primeira discussão delas que eu presenciava, já perdi a conta de quantas vezes elas brigaram e até mesmo na nossa frente, e sempre o mesmo assunto, passado, meus irmãos, pedir perdão e não ter sido perdoada, sempre esse mistério que eu nunca entendi de fato.

-Elas estão brigando? -Kim perguntou quando entrei no seu quarto, assenti um pouco triste. -Vem aqui, não se preocupe. -Deitei em seu colo e ela suspirou acariciando meus cabelos. -Noah chegou? -Neguei. -Não tem nem uma forma de ligar para ele, mas que droga. -Suspirei.

-Elas estavam falando do passado novamente. -Senti Kim tremer em baixo de mim.

-Esqueça o que ouviu, não é nada importante. -Assenti mas eu sabia que era importante sim.

Os braços de Kim eram sim meu conforto, mas não era os dela que eu queria. Depois de um tempo ali, voltei para o meu quarto e vesti uma roupa mais quente e peguei as chaves do carro.

Desci as escadas e mamae dormia tranquilamente no colo da minha mãe como se nada tivesse acontecido, como se elas não tivessem brigado à alguns minutos.

-Mãe. -Chamei e ela me olhou. -Vou na casa da Eliza, eu volto logo. -Ela assentiu com um ar distante e voltou o olhar para mamãe.

Era incrível como o amor que elas sentiam uma pela outra dava para se ver apenas com o jeito dos olhares.

Saí direto para a garagem e entrei na Ferrari saindo dali com pressa.

...

Escalei a parede da casa de Eliza, em direção à sua janela, quando cheguei no parapeito, à vi dançando sozinha enquanto arrumava a cama.

Subi na sacada e abri a pequena porta fazendo a música alta entrar nos meus ouvidos, Eliza ainda não havia percebido minha presença, isso me fez sorrir. Fechei a porta novamente e caminhei até ela tapando seus olhos.

-Alex? -Perguntou tocando minhas mãos.

-Não vale. -Sussurrei em seu ouvido e ela tirou minhas mãos virando-se.

-Você é louca, o que está fazendo aqui? -Abraçou meu pescoço.

-Eu precisa te ver, preciso dos seus braços. -Disse acariciando seus braços e ela sorriu me abraçando com força.

-Está pronta para o baile? -Suspirei.

-Eu queria falar com você sobre isso. -Ela se afastou. -Eu não sei se vou.

-Alex, você tem que me acompanhar, eu não posso ser uma daquelas garotas que ficam dançando com a vassoura. -Suspirei.

-Certo, que cor vai ser seu vestido? -Ela se afastou indo até seu closet e tirando de lá um pano de cor azul bebê.

-Esse é o pedaço da amostra. -Disse sorrindo com a língua entre os dentes. -Será surpresa o meu vestido mas, você pode escolher a flor de cor azul e a gravata também. -Disse fechando a porta do closet e vindo até mim. -Se não puder ir, eu vou entender. -Neguei.

-Eu farei o possível, não irei prometer, farei o possível para ir e te levar. -Rocei nossos lábios e puxei-à pela cintura, quando nossos lábios estavam perto de se juntar...

-Eliza você... -Colson entrou no quarto com tudo fazendo Eliza se afastar e eu arregalar os olhos. -Alex? Quando você entrou? -Abri a boca várias vezes e nada saiu.

-Ela veio tem pouco tempo papai, estávamos decidindo qual cor de gravata ela iria usar para levar a... Courtney, é, a Courtney no baile. -Disse sorrindo sem graça.

-É, a Courtney. -Deus que me livre.

-Certo, se quiser tenho várias gravatas. Quer ficar para o jantar? -Olhei para Eliza que negou sem que ele percebesse.

-Ah não, minhas mães estão me esperando, é melhor eu ir. -Falei sorrindo e ele continuou olhando de mim para Eliza e vice-versa.

-Certo. Querida não demore, sua mãe está arrancando os cabelos lá embaixo. -Piscou e Eliza sorriu antes dele sair do quarto.

-Merda, ele quase nos pega. -Disse suspirando.

Me aproximei dela puxando sua cintura e selando nossos lábios em um selinho demorado e ela abraçou meu pescoço selando nossos lábios várias e várias vezes.

-Eu te amo. -Sussurrei contra seu lábios.

-Eu, te, amo. -Disse no intervalo de um selinho e outro.

-Eu preciso mesmo ir, você vai para a escola? -Ela assentiu. -Certo, nos vemos lá. -Beijei seus lábios mais algumas vezes e começamos a intensificar o beijo, mas não podíamos ficar ali. -Tchau. -Sussurrei mordendo o lábio e ela sorriu.

-Tchau. -Me afastei e lancei um beijo no ar antes de sair do seu quarto e descer as escadas.

-Tchau Sra. Jenner. -Acenei para Kylie na sala que sorriu terna e acenei para Colson que apenas assentiu.

Entrei no carro e saí dali dirigindo para longe. Quando cheguei em um lugar um pouco deserto, vi um garoto andando na calçada, seus pés descalços, cabelos extremamente bagunçados e sua roupa um pouco suja.

Fui diminuindo a velocidade e o garoto olhou para mim...

-Noah! -Gritei parando o carro e descendo do mesmo, ele me olhou com uma expressão neutra e eu pude ver seu rosto sujo de sangue. -Céus. -Enfiei a mão no bolso para ligar para minha mãe. -Preciso de ajuda. -Falei assim que ela atendeu e encarei Noah que me olhava como se estivesse dopado.