Capítulo 3 - Bem Vindos a Pringsville

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A polícia havia chegado ao local para investigar o ocorrido. Lucy, Paige e Faith estavam muito abaladas com a morte de uma das melhores amigas. Um dos policiais observava a cabeça decapitada da pobre jovem, ela possuia alguns hematomas e cortes no rosto. O legista tirava fotos de vários ângulos para analisar depois.

— Temos que achar o monstro que fez isso...logo! - o primeiro policial disse indignado.

— Nós iremos, Fred. - o legista terminou.

— Agora eu irei falar com as garotas, Jake.

— Certo. - o homem tirou mais uma foto.

Fred foi andando até as garotas, as três estavam sentadas uma do lado da outra ainda abaladas. Lucy reparou a presença dele no ambinte, era um homem alto, cerca de 27 anos e possuía um olhar marcante.

— Garotas, agora preciso falar com vocês.

— Certo... - Lucy murmurou.

— Onde estavam ontem na hora do ocorrido?

— Em casa, era nossa festa do pijama.

— Pra que a pergunta? Acha que temos envolvimento? Era nossa melhor amiga! - Faith retrucou.

— Não...é apenas uma pergunta necessária. Por que a Kate teve que ir embora?

— O pai dela mandou, é um homem bastante rígido... - Paige observara.

— E por que o responsável não levou-a embora?

Houve uma pequena pausa antes que Lucy respondesse.

— Eu sou a responsável...meu pai tem uma doença...não tem como ficar nos levando de lá pra cá. - Lucy respondeu para baixo.

— Conhecem alguém que queria o mal de Kate? - o homem perguntou pronto para anotar nomes em um caderninho.

— Não, todos adoravam ela. - Faith contou.

— Bem... - Paige gaguejou.

— Algo que queira me contar, Paige? - o policial perguntou duvidoso.

— Ontem nós estávamos...passando trote, e um cara disse para ela que queria a cabeça dela numa bandeija, e olha o que aconteceu. - Paige observou apontando para o objeto.

— Trote? Eu espero que não façam mais isso, mas...quem disse isso? Ainda tem o número?

— Não, eu disquei um número aleatório... - Lucy choramingava

— Certo garotas, obrigado. - o homem retirou-se.

No dia seguinte, a caminho da escola, as quatro garotas que agora eram apenas três, seguiam a rota sem os risos de sempre. A notícia já estava no jornal da cidade, todos sabiam do ocorrido. Era um trágico episódio que marcara a vida daquelas garotas para sempre, que ficara pregado no nome da cidade pela eternidade.

Era o primeiro grande acontecimento de Pringsville, uma pequena cidade no interior da Califórnia. O sonho das quatro amigas era sair da cidade e ir viver seus sonhos em Califórnia, sonho que nunca mais seria realizado, sonho que agora estava ainda mais distante.

As três finalmente chegaram no colégio e permaneceram caladas. Ao chegarem na sala viram que a mesa de Kate estava com um vaso de flores como forma de luto. Paige caira ao choro imediatamente e Faith abraçou-a para acalma-la. Lucy sentou em sua mesa, cruzou os braços e deitou sua cabeça ali. A garota levantou-se ao sentir uma presença ali, era Kevin, o presidente do grêmio estudantil.

— Você está bem? - o garoto perguntou preocupado.

— Eu to tentando...mas não sei se vou conseguir... - Lucy deixou uma lágrima cair.

— Vem cá. - Kevin abraçou-a o mais forte que pode.

Lucy sentia o calor do corpo dele, com isso, consegui se acalmar um pouco.

— Obrigada. - a garota limpou os restos de lágrimas de seus olhos.

— Eu vou estar aqui por você, sempre. - ele abraçou-a novamente.

O sinal tocou e uma professora entrou na sala de aula, a senhora Smith.

— Antes de começarmos a aula, vamos fazer um minuto de silêncio em homenagem a nossa querida aluna que não está mais presente. - a moça fechou os olhos e todos permaneceram em silêncio. — Agora podemos começar a aula, abram no capítulo 9, genética.

Depois de alguns minutos de aula, a porta da sala abriu e tomou a atenção de todos. Era a diretora, ela estava na meia idade e usava os cabelos tingidos presos para trás.

— Alunos, hoje nós iremos para o pátio antes do almoço para fazermos uma homenagem a Kate Yamamoto...eu aguardo a presença de vocês e espero todo respeito possível. - a moça saiu desanimada.

— Professora, posso ir no banheiro? - Faith perguntou com a mão no rosto.

— Sim. - a professora sensibilizou.

Faith saiu da sala e dirigiu-se até o banheiro. Lá, ela lavou o rosto e parou para um pouco para respirar devagar.

— Por que? Ela era tão melhor... - a jovem olhou uma foto delas no celular.

O lugar tinha cinco cabines com privadas que eram divididas por uma parede pequena. De repente, a garota ouviu um barulho no banheiro. Ela se virou e viu que não tinha nada.

— Mas o que? - Faith gaguejou.

Ao olhar-se no espelho de novo, ela viu o reflexo da última cabine do banheiro abrindo rapidamente e dela saiu uma figura com máscara de raposa com uma faca na mão. Faith rapidamente jogou-se no chão desviando da facada, então abriu a porta do banheiro e correu de volta para a sala.

Faith entrou na sala rapidamente e escorregou no chão chamando a atenção de todos.

— Tudo bem com você, Kate? - a professora perguntou.

— É... - a garota olhava fixamente para a porta. — Sim, me desculpe...

Faith voltou ao seu lugar perplexa. Paige vendo o comportamento da amiga perguntou:

— Ta tudo bem? O que aconteceu lá fora?

— Eu tenho que falar com você e com a Lucy depois.

— O que? Fale agora? - Lucy sussurrou.

— Não da...

— As três, parem de conversa. Eu sei que é um momento difícil para vocês mas ainda precisam disso para a vida. - a moça reclamou em voz baixa.

— Me desculpe. - Faith pediu.

A porta da sala abriu e a diretora chamou os alunos para o pátio. No corredor estavam muitos alunos, de diversos tipos caminhando até o pátio. Faith puxou Lucy e Paige para perto.

— Meninas, quando eu fui no banheiro...eu...eu fui atacada.

— O que? - Paige e Lucy disseram juntas.

— Falem baixo.

— O que? Por quem? - Lucy sussurrou.

— Eu não sei, era uma pessoa com uma máscara branca...com formato de raposa.

— Isso é sério...temos que avisar alguém. - Paige avisou.

Ao chegarem no pátio, os alunos sentaram-se em algumas cadeiras que ficavam em frente a um mural com flores e uma foto de Kate. Lucy, Paige e Faith sentaram nessa ordem. A diretora subiu no palco e pegou um microfone.

Uma Chamada PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora