Capítulo sete

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Decido aproveitar o máximo do meu primeiro dia na mega academia, então depois que termino o meu treino e vou para a área de relaxamento, ainda cheio de energia. Olho no relógio e já são dez da noite. Cadê você Carlitcha? Decido aproveitar uma das cadeiras de massagem. Depois que coloco minha mochila no chão eu envio uma mensagem para ela:

"Onde você está? Não me diga que me esqueceu no meu primeiro dia de academia... :(" – Enviada às 22:01

Relaxo enquanto a cadeira treme sob meu corpo, é realmente muito relaxante. Fecho os olhos e aproveito a sessão.

– Está ocupada? – Uma voz masculina chama a minha atenção.

Levanto a cabeça e olho para o lado. Fico automaticamente vermelho com o sorriso dele. Por que estou com vergonha? O cara que me olha é – nas palavras do meu cérebro – lindo. Fico ali no seu sorriso envolto por sua barba levemente avermelhada e depois passo para o seu rosto quadrado e sua pele branca perfeita e paro nos seus olhos cinzas. Sua expressão é de divertimento, como se achasse graça da olhada minuciosa e em câmera lenta que eu lhe dei. Como se não fosse o bastante, reparo no seu corpo forte, usando uma camiseta cinza escura estilosa e um cordão por cima, com uma bala de revólver na ponta. Ele usa uma calça jeans clara apertada em suas pernas grossas e um tênis preto. Ele está apontando para a única cadeira disponível, ao meu lado.

Humm... eu... – não acho a minha voz – não, fica à vontade. – Consigo terminar.

– Essas cadeiras são muito boas, né? – Ele se se senta, digita a programação, depois se deita. – Continuo olhando boquiaberto. Meu Deus! Isso já virou pressão psicológica!

Como não respondo imediatamente ele olha para o lado, sorrindo.

Sim, são ótimas. – Tento sorrir de volta, sentindo meu rosto arder.

Ele se estica o braço até mim.

– Sou Ralph. – O brilho de seu relógio grande e perfeito quase me cega.

– Pedro. – Aperto sua mão e ele retribui com outro aperto firme.

Hummm... Pedro, P.O.? – Ele pergunta com uma expressão de dúvida.

– Você também assistiu o vídeo? – Dou um suspiro de cansado. Carla, você me paga!

– Todo mundo aqui assistiu. – Ele solta minha mão e sorri, encostando novamente e fechando os olhos e balançando a cabeça com divertimento. Fico quase roxo. Me deito novamente.

Não sei o que dizer, ele me deixa desconfortável. Depois de quase dois minutos ele fala.

– Você dançou bem. – Ele soa casual.

– Obrigado. – Tento parecer normal

– Carla fala muito de você por aqui.

– Você também trabalha aqui? – Desejo que sim.

Ele ri.

– Trabalho. Gostou do lugar?

– Tá brincando? É simplesmente magnífico. – Paro e penso um pouco. – Só fico meio desconfortável com o fato de todo mundo me conhecer.

– Sério. Por quê? – Sua voz ainda transparece bom humor.

– Ah, sei lá, não gosto muito de exposição. – Digo sinceramente.

Por que estou me abrindo com um cara que eu nem conheço? Porque você é estranho. – Meu cérebro resolve me alfinetar, estava demorando.

– Relaxa, você dançou muito bem, na verdade acho que foi o melhor ali no grupo. Só perdeu para a Carla, é claro.

– Todo mundo aqui conhece a Carla? – Levanto a cabeça para olhá-lo. Ele me olha de volta.

– Praticamente... Sabe como ela se relaciona com as pessoas.

– Sei... – Sorrio e me deito novamente.

Carla realmente é uma pessoa excepcional, ela consegue se relaciona facilmente com qualquer pessoa e praticamente não existe uma pessoa que não goste dela, pelo menos eu nunca conheci. Sinto uma ponta de orgulho por ser seu amigo. Por falar nela... Olho no relógio, já está ficando tarde. Pego o celular e nenhuma mensagem dela.

– Você está esperando por ela? – Ralph me pergunta.

– Estou, mas acho que ela me deixou para trás. – Minha voz sai triste.

– Ela está em aula. – Ele olha em seu relógio. – Ainda vai demorar uma meia hora.

– Então vou esperar por ela, vamos juntos para casa.

Minha cadeira para de vibrar. O tempo acabou. Fico mais tranquilo de saber que Carla não me deixou para trás. Começo a me levantar e me deparo com Ralph na minha frente, com um sorriso largo no rosto me oferecendo a mão para me ajudar a levantar.

– Estou indo tomar um açaí na cafeteria. Quer esperar ela por lá? Posso te fazer companhia.

– Claro. – Respondo sem pensar, segurando a sua mão e me levantando.

– É por aqui. – Ele diz fazendo um gesto para eu passar na frente. Nossa que cavalheirismo! Meu cérebro me olha torto.

Mando uma mensagem rápida para Carla avisando que estarei esperando ela na cafeteria. Pego minha mochila no chão, jogo no ombro direito e vou para a cafeteria tomar um açaí com Ralph. Seu safadinho! Meu cérebro está em chamas, mas eu o ignoro.

Copiloto (Amor sem limites #2)Where stories live. Discover now