Au Pair - EM REVISÃO.

18. Tyga's club

"Clube de Tyga."

...

Era engraçado como o tempo havia mudado, de uma manhã chuvosa e céu fechado para uma tarde aberta e ensolarada, assim como meu humor, ele havia mudado. Me peguei pensando nas inúmeras desculpas que poderia dar para Justin sobre o beijo na madrugada e cheguei a conclusão de que não haviam desculpas, eu quis, não posso simplesmente chegar e falar que foi um erro. Durante esse tempo convivendo com ele eu coloquei na minha cabeça de que o veria como um ser humano normal, um famoso na qual eu não nutria sentimentos algum, mas não saiu como planejado. Os detalhes da sua personalidade acrescentavam cada vez mais na admiração que eu tinha por ele, que eu tenho por ele para ser mais exata, e talvez tudo se resumisse em: eu estava ciente das possíveis consequências? Não, eu agi por impulso, por vontade e não me dei conta de que toda a ação gera uma reação. Mas por que diabos eu deixaria a oportunidade passar? Talvez eu não tenha outra, na verdade as probabilidades de isso acontecer de novo são poucas, mas afinal, as probabilidades de acontecer pela primeira vez também eram.

Balanço minhas cabeça em sinal negativo enquanto sou absorta pelos pensamentos, olho para a frente e vejo um delicada mão abanando em frente ao meu rosto tentando me tirar do transe.

— Você faz umas viagens muito loucas ás vezes. — ouço Hailey que ri em seguida voltando a se sentar normalmente no banco do carona.

— Desculpe, eu estava pensando... — mordi meu lábio inferior. — Em muitas coisas.. — baixei o olhar fitando meus dedos.

— Está nervosa? — Kendall me fita pelo espelho retrovisor enquanto o arruma adequadamente.

— Estou, com tudo. — reprimi um sorriso fraco apertando os dedos.

— Vai dar tudo certo, sempre dá. — disse Hailey enquanto mexia no celular. — O que importa no momento é que hoje a noite é nossa.

— Todas as vezes que você diz isso minhas noites foram surpreendidas. — arqueei uma sobrancelha ficando com o corpo entre os dois bancos da frente.

— Viu, sempre dá resultado, repete comigo, hoje a noite é nossa. — disse balançando as mãos.

— Hoje o dia é nosso. — dei de ombros sorrindo.

— Alice, é a noite!

— Mas é dia!

— Garota, não quebre o ritual. — disse rindo tapando meu rosto com a palma da sua mão me impulsionando para atrás, como se estivesse me sufocando.

— Crianças, parem!— riu Kendall estacionando.

Ainda rindo me recompus no banco e me permiti contemplar a paisagem que nos cercava, meia hora dentro de um carro superou todas as minhas expectativas. Meu corpo sentiu o fraco vento que as folhas das árvores projetavam e minha pele queimando lentamente, um calor gostoso. Coloquei a alça da mochila no ombro direito e segui as meninas que já estavam de óculos, ao redor era tudo muito verde, arborizado, caminhamos pelo deck de madeira que levava até barcos e iates que estavam ancorados, a madeira gasta pela água que a alcançava rangia de acordo com nosso passos.

— Está por aqui... — Kendall fez menção de pegar o celular, mas parou antes de tirá-lo do bolso. — Ali! — apontou sorrindo.

Por um instante achei que toda aquela água não era um lago e sim minha baba, meu pensamento de iate estava indo literalmente água abaixo, poderia facilmente arriscar que ali poderia abrigar uma família com duas crianças e até mesmo um cachorro, talvez um gato e um papagaio, e um ramster quem sabe. Ele possuía três andares, isso mesmo.