XI

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Adam olhava para Scarlett adormecida na cama. Alguns momentos ela falava algumas coisas sem sentindo algum, como se estivesse delirando. Passou a mão pela testa dela, que estava ardendo em febre. Pegou um pano, molhou e colocou sobre a testa.

Tinha ficado completamente desesperado ao vê-la se afogando no mesmo local que sua irmã. Os demônios do passado voltaram com uma força surpreendente, para atormentá-lo novamente. Ter salvado a vida dela tinha sido como ele ter salvado sua irmã; trouxe alívio, mas as imagens que tanto lutou para esquecer da sua irmã boiando no lago, voltaram.

Quando tinha chegado no palácio com Scarlett desmaiada, a rainha Charlotte que andava ao lado de George, ficou desesperada. Permaneceu ao lado da irmã até tarde, mas seu primo a chamou para dormir, pois ela estava grávida, e não podia se esforçar tanto.

— Não! Não, não, não. — começou a falar. — Por favor, não me leve.

Adam deixou o pano de lado, aproximando-se dela.

— Acorde, senhorita. — a sacudiu pelos ombros devagar.

Os olhos dela abriram assustados, como se estivesse em algum lugar ruim.

— Estou em alguma espécie de paraíso? — fechou os olhos.

— Se Edimburgo for alguma espécie de paraíso para a senhorita, está. — deu um sorriso de lado.

— O que está fazendo aqui? — piscou os olhos diversas vezes, até focar nele.

— Esperei que todos saíssem do seu quarto para eu poder vê-la de perto.

— Desde quando um rei vem cuidar de uma enferma que mal conhece? — perguntou desconfiada, mas em suas palavram continham um pouco de humor.

— Desde quando esse rei salvou a enferma da morte. — retrucou com a sobrancelha arqueada, se divertindo com aquela situação.

— Foi Vossa Majestade que me salvou?

— Sim.

— Como soube que eu estava lá?

— Disseram-me que tinha ido para aquela direção, algo dentro de mim mandou eu procurar pela senhorita. Tínhamos um passeio com as crianças, lembra?

— Sim.

— Estava atrasada, então resolvi saber se sabiam sobre o seu atraso.

— Oh, sim. — remexeu-se na cama. — Obrigada, Majestade. Devo minha vida ao senhor.

— Não me deve nada.

— Sim, eu devo. Se não fosse pelo senhor, eu estaria morta.

— Infelizmente estaria.

— Obrigada mais uma vez.

— Minha irmã morreu no mesmo local. É um completo erro não ter uma placa avisando dos perigos do lago. Mandarei imediatamente providenciarem uma sinalização.

— Não sabia que o senhor tinha uma irmã.

— Poucos se lembram dela fora da Escócia, aqui todos lembram. Alice era muito amada, pela gentileza que tratava todos. Morreu muito nova, tinha tanta vida pela frente. Alice seria a rainha, não eu. — apontou o dedo para sua cabeça. — Eu nunca desejei a coroa

— Ela é um fardo para Vossa Majestade?

— Sim.

— Fique tranquilo, daqui uns anos pode abdicar em favor do seu filho mais velho.

— Um Crawford permanece com a coroa até seu último dia de vida. — cruzou os braços.

Permaneceram em silêncio por alguns minutos. Queria sair do quarto dela, mas tinha deixado um clima estranho entre eles, e algo dentro dele dizia que era errado permanecer daquele jeito. Porque, não sabia explicar, gostava muito dela, coisa que era incomum, pois demorava a confiar em qualquer pessoa.

Apaixonados em EdimburgoWhere stories live. Discover now