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Graças ao facebook, eu consegui achar o professor Yugyeom em alguns minutos de busca, ele continuava com a mesma aparência simpática. Eu me lembrava de momentos bons com ele, então por que meu coração doía? Por que um estranho sentimento de raiva me domava quando lia seu nome?

Com mais alguns cliques eu consegui descobrir onde estava trabalhando. Parece que agora ele fazia caridade em uma ONG para jovens que não tinham capacidade para estudar em escolas. E é pra lá que eu iria.

Porém, meus planos de encontrar Yugyeom naquela tarde foram jogados ao vento quando minha mãe bateu em minha porta dizendo que iriamos no tal jantar de família. O tempo passou tão rápido que eu mal notei que já estávamos no final da semana; Claro que alguns dias eu me ocupei em ir nas consultas, ouvir palhaçadas e perguntas idiotas sobre o coma, e chorar. Mas de qualquer forma eu não imaginei que esse jantar fosse chegar tão rápido.

— Está pronto, Youngjae? — minha mãe pediu ao abrir a porta.

— EI! Não sabe bater? — escondi rápido as cartas embaixo do travesseiro e a olhei um tanto em pânico.

Ela apenas riu e revirou os olhos, murmurando algo sobre eu continuar o mesmo e que já estávamos atrasados. Me olhei no espelho notando que eu parecia o mesmo, mas não me sentia assim. Eu me sentia totalmente perdido.

Forcei um sorriso enquanto me encarava e respirei fundo. "Você consegue" repetia para mim mesmo. Não, eu não conseguia.

[...]

Mal havia chegado na casa de minha tia e milhões de perguntas domavam meus ouvidos e mente. Parentes conseguem ser inconvenientes até quando você acorda de um coma de cinco anos. Me sentia enjoado, querendo vomitar de nervosismo.

— YOUNGJAE! — ouvi a tão temida voz.

Nem em um coma de duzentos anos eu conseguiria esquecer aquela voz, aquele salto alto batendo no chão de madeira, aquele batom vermelho em uma boca ressecada... aquela mulher. Tia YangMi. E de simpática ela não tem nada.

— Quanto tempo, em? — ela riu. Clássicos trocadilhos — como se sente? Eu senti tanto a sua falta.

— Pelo que eu me lembro você me odiava por "influenciar" o seu filho a beijar homens.

Ok, eu não disse isso de verdade. Mas eu pensei!

— Me sinto muito bem. — mentira — e a senhora?

— Senhora? Que isso, só porque não me vê a muito tempo não significa que envelheci. — e deu outras de suas gargalhadas altas que me deixavam na dúvida se estava em frente à uma mulher, ou uma daquelas bruxas de um clássico da Disney.

— Senhorita.

— Muito melhor.

Mulher demoníaca.

10881 // 2JaeWhere stories live. Discover now