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Depois de seguir Im Jaebum por aí, constantemente perguntando onde estávamos indo e ele respondendo todas as vezes com 'pare de ser tão curioso, minha incógnita' eu desisti de tagarelar e apenas continuei andando. Ele estava tão bem arrumado, e – de acordo com Mark – eu também, então onde poderíamos ir se já havíamos jantado?

Bom, essa resposta foi tomada minutos depois das minhas últimas paranóias, quando ficamos de frente para um galpão, onde uma única luz brilhava na entrada escrito "bem vindos". Juntei as sobrancelhas em uma expressão confusa e o olhei, ele sorria para mim, um tanto tímido, porém eu sabia que estava tudo bem só por ele estar sorrindo.

— Jae- — tentei questiona-lo, mas senti minha mão ser tocada pela sua. E juro que por alguns segundos, o mundo parou de girar.

— Anos atrás eu prometi para mim mesmo que faria daquela noite a melhor da sua vida, Youngjae. — ele começou a explicar; dando alguns passos, fazendo eu o acompanhar enquanto falava e entrava no local totalmente escuro — Eu prometi que ficaria bem pra você, que seria seu acompanhante, e que... eu perderia minha vergonha e dançaria uma música lenta com você.

Então nesse mesmo segundo, um foco de luz se acendeu, me permitindo enxergar um pouco de um chão amadeirado e luzes fraquinhas por todo o lado. Aquilo era um salão, e Im Jaebum estava bem no centro, agora segurando uma flor.

— Durante cinco anos eu fiquei treinando o que eu diria, ou o que eu faria quando você acordasse, e se acordasse. — ele começou, sua voz estava trêmula, mas não tão trêmula quanto às minhas pernas que lutavam para me deixar em pé — Não é todo dia que temos uma segunda chance com alguém, principalmente num caso tão especial quanto esse. E agora eu tenho certeza que eu fiz bem em ficar saudável para você.

Nós nunca saberemos quando será a última vez em que vamos sentir tamanha felicidade em nosso peito; e também, é impossível, pelo meu ponto de vista, saber qual foi o dia em que fomos mais felizes. Veja bem, se você se sente a pessoa mais feliz do universo em tal segundo que esta vivendo, como pode saber se vai ser a maior felicidade que irá sentir? Como podemos afirmar que tal dia foi o mais feliz de nossas vidas se o futuro ainda é incerto? Como em uma vida toda, olharemos para nós mesmos e diremos: "Rapaz, eu to feliz pra caralho"?

Quer saber? Foda-se, eu não dou a mínima pra isso, aquele era sim o dia mais feliz da minha vida.

Eu nem pude notar como foi que cheguei aos braços de Jaebum, e como não desmaiei pelo toque de sua mão em minha cintura, fazendo nossos corpos se colarem de tal forma que eu podia ouvir sua respiração. Mas lá estávamos nós, dançando qualquer que fosse a música lenta que tocava pelos ares do salão. Era uma réplica perfeita do dia que mudaria nossas vidas cinco anos atrás. E não poderia estar melhor.

— Eu ainda sou apaixonado por você, da pra acreditar? Você não esqueceu de mim. — ele disse baixo, e até percebi a enorme força de vontade que ele tinha para deixar a timidez de lado.

— Eu não esqueceria de você nem se passassem dez anos.

— Eu acredito, então não precisamos testar isso, ok?

Acabei rindo, antes de abraçar seu pescoço com meus dois braços e encarar seus olhos.

E quando vi, nos beijamos. Simples assim.

A pior droga que já vi nos filmes foram garotas dizendo que sentiam como se estivessem nas nuvens ao beijar o príncipe encantado.

Mas, porra, se elas estavam nas nuvens, eu estava nas próprias estrelas.

Eu poderia novamente afirmar que minha vida era um clichê ridículo, assim como havia afirmado trinta e sete vezes em minha mente durante essas últimas semanas, mas dessa vez, decidi afirmar outra coisa.

— Eu amo você, de Busan para Goyang.

FIM