Vinte

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Olivia

"No lugar certo com a pessoa errada."

— Eu provavelmente morro antes de me formar. — Corie dramatiza pela terceira vez em meia hora.

— A gente já está no fim do curso. Praticamente, já passamos. — Continuo marcando de rosa algumas partes importantes do livro.

— Então por que diabos estamos estudando?! — Ela fecha o caderno com força, fazendo-me borrar na última palavra da frase.

— Porque precisamos, Corinne. — Revirei os olhos. — Vai, falta pouca coisa pra terminar.

Mas ela ignora e continua guardando as coisas.

— Tenho uma coisa pra te mostrar — comenta, feliz.

Corie tira da mochila uma caixinha preta. Ela abre, e dentro, há um fino anel prateado com pequenas pedras brilhantes formando uma flor.

— Não. Você não vai casar nessa idade nem que eu precise te colocar em cativeiro!

— Não, maluca — rindo, ela colocou o anel no dedo. — É apenas namoro. Ele me pediu hoje, estava esperando você chegar antes de usar. Não é lindo?

Mas o anel em seu dedo nem se comparava a felicidade de Corie. O sorriso bobo, os olhos brilhantes e as bochechas rosadas. Aquilo combinava com ela. Não o anel, o amor.

Eu parabenizei ela. Disse como estava feliz por tudo aquilo, e em seguida fomos dormir.

O sorriso no meu rosto sumiu assim que tranquei a porta do quarto. Não pude evitar a inveja, porque eu também queria algo tão concreto quanto um anel de prata.

O que Noah e eu éramos? Amigos? Amigos com benefícios? Era bom ele decidir rápido, porque eu não estava mais aguentando esperar.

Na manhã seguinte, depois de uma prova horrível, eu e Corie nos sentamos sobre uma sombra para comer doce e esquecer da negação que foi esse exame.

— Acho que vou internar o meu pai — avisei.

Corie riu, acostumada com as maluquices dele.

— O que ele fez dessa vez?

— Quer que eu vá em uma festa de fraternidade e que fique de olho na distribuição de drogas. Nada investigativo, apenas observar se acontece algo estranho, se são muitas pessoas usando, se conheço eles. Coisas do tipo — falei, desanimada.

E o pior é que o pedido nem era tão estranho assim. Era bem recorrente, na verdade, ele me usar de bode expiatório.

— Seu pai enlouqueceu?! — Corie grita e se levanta rápido, quase levando minha preciosa caixa de chocolate com ela.

— Você sabe como ele é obcecado com isso.

— Ele precisa se aposentar, sério. — Ela apoia as mãos na cintura.

— Você sabe como é importante pra ele, Corinne. — Me levanto também. — E eu não me importo, na verdade. Só vou ficar olhando por uma hora ou duas e pronto.

— Quando? — Visivelmente, ela está mais relaxada. — Eu não posso deixar você ir sozinha.

— Amanhã — suspirei enquanto guardva meu material. — Mas você não vai beber que nem uma maluca porque eu não vou ser sua babá!

— Relaxa, eu não vou beber nada — sorriu, achando que enganava alguém.

— Duvido!

Eu não estava exatamente feliz com a ideia de ir naquela festa, mas também não cogitei negar isso ao meu pai. Ele raramente me pedia algo e, sinceramente, observar alguns jovens idiotas não era muito esforço.

Desastre Sensual (REPOSTANDO)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum