67º Capítulo

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Acho que deixar a Alice de volta no orfanato foi uma das partes mais dificeis da minha vida!

Orfanato.... Só essa palavra traz-me arrepios! Eu não compreendo como é que há pessoas que conseguem deixar os seus filhos com outras pessoas e nunca mais se preocupar com eles. Como é que alguém é capaz de fazer uma coisa tão fria?

Se pudesse levaria cada uma daquelas crianças para casa e dar-lhes-ia tudo do melhor!

Eu não me imagino a viver se a minha família então imagino como deve ser para aqueles pequenos de um momento para o outro verem-se sozinhos, sem nada nem ninguém para cuidar deles. Uma coisa é quando as pessoas morrem mas outra totalmente diferente é quando nos abandonam.

Quando alguém morre podemos sofrer por bastante tempo, mas no fundo, ao fim desse tempo meio que regressamos ao "normal" porque sabemos que eles não foram porque quiseram mas sim porque é a leia da vida, mas quando somos abandonados é totalmente diferente....

É diferente porque ninguém obrigou a pessoa a partir da nossa vida, ninguém os fez fechar os olhos e nunca mais abrir, eles foram por opção própria!

É por isso que eu não me imagino a viver a minha infância sem a minha família, acho que seria demasiado doloroso para mim. Provavelmente, nunca teria seguido o meu sonho e na verdade nunca teria chegado onde cheguei.

Se eu consegui foi porque tentei, persisti e sempre que caí, tinha-os lá para me ajudar a levantar e voltar a tentar...

Pode ter sido o meu sonho, mas o que me levou a batalhar foram eles!

Eu queria que eles tivessem orgulho em mim, mais ainda do que o que já tinham, e sei que provavelmente eles o têm, embora as oportunidades para o expressar sejam poucas porque ando constantemente em tour.

Eu não segui apenas o meu sonho, eu ganhei uma nova família também...

Os rapazes são uma parte essencial de mim, mas as Directioners são como umas filhas em que ninguém pode tocar ou haverá consequências! Eu não sei quando me revelei tão protetor em relação a elas, se foi quando me apoiaram ou quando vi que as palavras que eles têm de ouvir de amigos ou jornalistas por vezes magoam, mas é por isso mesmo que eu as tento relembrar no final de cada concerto do quanto as amo.

Eu não o digo apenas porque quero vender álbuns ou bilhetes para concertos, eu digo-o porque realmente é o que sinto e tenho medo que elas algum dia se esqueçam.

"Para de ser sentimentalista Harry!"

Provavelmente deveria ligar o carro e começar a conduzir para longe do orfanato, talvez para o hotel, mas tudo o que me consigo lembrar é a forma como os olhos de Alice brilharam quando se estava a despedir de mim.

Eu tenho a certeza de que os meus fizeram o mesmo, e nenhum de nós tinha os olhos a brilhar de alegria ou espanto mas sim pela formação das lágrimas que se começava a iniciar. Passamos momentos tão divertidos e agora que chegaram ao fim tudo o que eu quero é voltar lá dentro e trazê-la comigo mais uns quantos dias...

"Para isso era preciso que fosse responsável, coisa que não sou"

A ideia de adotar a pequena Alice já me passou pela cabeça, mas sei que não sou suficientemente maduro e responsável para o fazer. Tenho medo de que a adotar ela me encare como a figura paternal que eu seria e isso lhe traga desilusões no futuro.

É claro que eu não me iria importar de a ouvir chamar-me "pai" ou "papá" mas adotar uma criança não implica apenas brincar com ela ou levá-la a passear, é todo um conjunto de responsabilidades que eu não sei se seria capaz de concluir.

Poison ⚡ |H.S|Where stories live. Discover now